Capítulo 2

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— Hum, Delilah? — a chamou quando percebeu que a outra estava dando mais atenção a um homem que fazia algum tipo de malabarismo

— Sim? — disse ela, ainda hipnotizada por aquilo como se fosse uma fada madrinha que aparecia nos livros fantasiosos que lia

— Eu vou ir ali rapidinho, tudo bem?

Reparou que Tobirama acenou de volta, e tombou a cabeça para o lado enquanto o observava.

— Claro, claro...

Riu pelo jeito abobalhado da Beaufay, mas logo começou a andar ereto e elegante com seus sapatos chiques até o Senju, que pareceu meio surpreso por Izuna estar indo em sua direção; tanto que, quando chegou ao seu lado ainda encarava o Uchiha como se ele estivesse a metros de si. Este riu ao lhe cumprimentar novamente.

— Está muito avoado, não, senhor Senju?

— Eu... Eu acho que sempre estou, todos dizem isso.

O moreno sorriu de lado enquanto dava de ombros, comendo mais enquanto começava a conversar com o loiro, que pareceu prever o que este iria falar.

— Pode parar por aí.

O menor soltou um som cansado enquanto revirava os olhos.

— Por favor, você não me respondeu em nenhuma das vezes que perguntei.

— Me desculpe ser grosso, Izuna, mas não acho que temos... Intimidade o suficiente para certas coisas.

O marido de Delilah permaneceu em silêncio por alguns segundos, o que acabou desesperando um pouco o maior. Talvez tivesse sido muito rude, mas antes que pudesse abrir a boca para tentar corrigir sua fala já polida, Izuna riu alto e lhe deu um tapinha no ombro.

— Tem razão, senhor Senju. Vamos recomeçar e ser amigos invés de carteiro e cliente, hum?

Tobirama o observou com um sorriso descontraído nos lábios, e isso o relaxou. Acabou sorrindo minimamente para o outro assim como este fazia.

— Acho que será meio impossível comigo aparecendo praticamente todo dia em sua porta para lhe entregar encomendas.

Ficaram conversando por mais alguns momentos até que uma certa morena apareceu e enrolou as próprias mãos sobre o braço do Uchiha, que sorriu quando viu sua esposa se desculpando sem graça por ter o deixado sozinho por aquele tempo.

— Eu não estava sozinho Delilah. — olhou para o terceiro, que permanecia em silêncio. Sorriu mais quando o viu meio constrangido pelo aparecimento repentino de Delilah, achando adorável seu jeito tímido em frente à Beaufay — Estava com Tobirama Senju, o carteiro, não se recorda?

Sabia que eles não se conheciam, mas ficou achando graça quando a morena se dirigiu totalmente a ele. E era clara a vergonha do Senju, que sorria nervosamente e falava na tentativa de não magoar ou deixar a outra conversando sozinha. Teve alguns momentos em que o loiro o olhou com se pedisse socorro, a esposa era sua, afinal. Mas invés de o ajudar, o moreno somente jogou os braços formalmente para detrás de seu corpo, observando o show de desastres que acontecia a sua frente com um sorriso gigantesco e divertido se remexendo em seus lábios, que faziam o maior esforço para não rir de tal situação que julgava ser cômica.

Sua esposa, tão extrovertida e simpática quanto si, tentando puxar conversa com uma pessoa tão tímida que lhe lembrava um animal que tinha visto em um livro, tão antipático que se escondia a cada pessoa que aparecia. Porém, gostava do fato de ele não se esconder mais de si.

×××

— Você tem certeza que vai sair agora?

Suas mãos acolheram os braços de Delilah, que sorriu terno para sua pessoa enquanto carregava uma pequena bolsa que era segurada por suas mãos enluvadas. Logo, a Beaufay olhou sarcástica para Izuna.

Torta de Maçã (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora