Capítulo 20

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— Tobirama, eu... Posso te perguntar uma coisa?

— Claro, o que seria?

Estava na cama do quarto de hóspedes da mansão de Izuna. Este decidiu só o levar até lá quando Delilah não estivesse em casa, após tudo que havia dito a ela, claramente ficaria mais atenta, e não demoraria a assimilar sua proximidade exagerada com Tobirama ao seu caso com outro homem. Ela tinha se afastado novamente, mais do que das últimas vezes, e se pegou se perguntando se era por conta de suas suspeitas que as fez agir das mesmas maneiras como estava agindo naquele momento.

Os olhos lacrimejaram minimamente quando pensou naquilo, mas se segurou pois não queria chorar mais uma vez perto do Senju, já tinha sido meio vergonhoso da última vez. Ficaria ainda pior pelo fato de estarem nus.

— Delilah me pediu o seu nome, o do amante, no caso. — segurou-lhe mais firme na cintura, apertando os lábios — Eu sei que é pedir muito para você, e que pode ser até um pouco absurdo e tudo mais, mas... Eu não sei, só queria reconquistar um pouco da confiança dela, ou algo assim.

O loiro não o respondeu no momento, e por isso achou que ele iria negar, e não tirava sua razão. Era muito perigoso fazer algo assim, poderia comprometer para sempre o seu nome e principalmente o nome dele, o amante do Beaufay. Não era algo que soava muito bom, principalmente pelo fato de existir todo o resto; sua família, seu emprego, a visão dele mesmo em toda Viena seria prejudicada. Tudo que menos queria para ele era uma coisa destas.

— Esqueça, eu-

— Você confia nela?

— Hum? — levantou o rosto para o encarar, visto que estava com a cabeça sobre o peito dele, e observou sua faceta firme, contudo, gentil ainda assim. Seus olhos pareciam transmitir confiança, uma que nunca havia visto antes, nem nele e nem ninguém. Engoliu em seco, emocionado por conta daquilo, e assentiu para aquilo com certeza — Eu confia. Delilah é minha amiga... Minha melhor amiga, praticamente minha irmã, e eu confiaria tudo a ela. Pode ter certeza disto.

O maior o fitou por mais alguns segundos, como se quisesse ter certeza de sua fala; e depois sorriu, uma mistura de orgulho e ternura, corando com a cor parecida com o final da tarde a qual viviam. Ele passou a mão levemente sobre seus cabelos, como se tivesse medo de os bagunçar, mesmo estando soltos e totalmente espalhados sobre seu tronco.

— Se confia nela, então tudo bem.

Ergueu as sobrancelhas, levemente surpreso, para logo depois passar a mão em seu rosto.

— Não, não precisa se sentir pressionado nem nada. Pode acontecer algo de ruim, ninguém sabe-

— Izuna. — o chamou, não querendo que ele começasse a tagarelar e ficasse nervoso — Se você confia nela, então eu confio também. — o Uchiha sorriu para si em seguida, depois de um período curto estando atônito, principalmente quando o carteiro beijou seu rosto de forma demorada, acariciando desta vez o seu pescoço, mostrando um sorriso amarelo em seguida — Por mais que eu ainda tenha um pouco de receio e medo quanto a isto.

O Beaufay riu um pouco, se animando e subindo em cima dele de repente, o abraçando por debaixo da coberta que os cobria da cintura para baixo e enchendo seu rosto de beijos, ouvindo suas risadas envergonhadas e sentindo mãos em seus cabelos, acariciando seu couro cabeludo enquanto terminava de o beijar na pálpebra do olho que estava fechado. Ele o abriu em seguida, os olhos brilhantes e aquosos de um jeito bonito, o que fez o moreno suspirar, o coração batendo lento, porém, intenso.

— Eu te amo.

O sorriso dele sumiu aos poucos para os olhos chocados e lacrimejarem após um silêncio e o choque inicial. Ele corou horrores e fez uma careta de choro, virando o rosto para o outro lado, como se não quisesse que o menor o visse. Este sorriu mais e procurou o fazer virar o rosto novamente para si, o beijando enquanto forçava minimamente o rosto para a frente. Ele parecia eternamente embaraçado por conta disto, todavia, sorriu como se o amanhã não existisse, e aquilo fosse seu último presente. Uma lágrima caiu de deus olhos, e a limpou com o polegar.

Torta de Maçã (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora