Capítulo 14

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Lá estava ele mais uma vez, quebrando a cara ao parar em frente à casa de seus pais com uma expressão séria. Havia se convencido e ao seu coração ferido que não poderia se manter escondido para sempre — de novo —, não deles. Nunca poderia se esconder de seu pai. Foi feito para ser sua sombra. Se tornar alguém igual a ele. Tinha sido um milagre não ter herdado seu gênio malicioso e ruim, nem seus pensamentos primitivos e errôneos em sua visão.

Tinha tomado a decisão. Iria o enfrentar indiretamente, se revirar no seu mundo de fininho. Iria enganá-lo. Era o único jeito de não piorar a situação das famílias ainda mais, principalmente para si e para Delilah.

Ergueu a mão, e como da última vez, bateu na porta com a aldrava, esperando paciente até que uma das empregadas lhe atendesse, com surpresa visível nos olhos verdes.

— Senhor Uchiha! — ela se curvou minimamente, como sempre deveria fazer em sua presença

— Boa tarde. — cumprimentou — Com licença.

Enquanto adentrava sua antiga residência, a empregada o seguia, contando-lhe algo que lhe pegou de surpresa.

— Senhor Uchiha, informo-lhe que seus pais não estão no momento. — disse ela, ao mesmo tempo que Izuna parava de caminhar e a encarava, sendo pego desprevenido com a situação atual

— Não?

— Sinto muito, eles viajaram de última hora para Paris, visitar seus avós paternos.

Anuiu, piscando e agradecendo a serviçal. Agora tinha outros planos.

Não era porque seus pais não estavam ali que iria embora.

Ela não disse que seus irmãos haviam ido também.

Um sorriso nasceu em seu rosto e se pôs a andar depressa até às escadas, subindo no primeiro andar e batendo na primeira porta que viu.

Era o quarto de Akira.

Bateu forte, não se importando se ele ficaria com raiva, seu sorriso amplo pela ansiedade de vê-lo novamente. Ouviu baixas reclamações de lá de dentro, e bateu mais uma vez antes da porta ser puxada para dentro do cômodo bruscamente, mostrando um garoto jovem, de mais ou menos 15 anos, que detinha uma expressão insatisfeita e furiosa, cabelos curtos e espetados — aparentemente só o segundo Uchiha havia herdado os cabelos de sua mãe, escorridos e menos volumosos que os dos outros.

Mas o garoto enfurecido logo se dissipou da visão do Beaufay, dando lugar à um admirado e surpreso menino ao lhe notar, e o grito que ele deu foi inevitável no final.

— Irmão!

Riu alto quando Akira se lançou em sua direção e apertou sua cintura com força desnecessária, como se quisesse lhe partir ao meio. O moreno achou graça do momento, e o levantou minimamente enquanto dava beijos na sua cabeça.

O grito não foi ouvido só por eles, o que se comprovou quando outra porta se abriu, e dela saiu um garoto assustado, com olhos esbugalhados e expressão incrédula, os cabelos meio espetados meio lisos caindo nos ombros e um dos olhos de um jeito rebelde. Ele era um pouco mais velho que Akira, contudo, nem por isso poupou um grande sorriso enquanto corria para abraçar os outros dois irmãos. Kenji por sua vez se lançou em seu pescoço, reclamando da demora de visitá-los quase que aos berros.

E para completar o combo, não poderia faltar um abraço vindo por trás, que ousou tentar levantar todos eles, porém, sem sucesso, arrancando risos de todos os presentes. Ao invés disso, Madara se contentou em bater a testa no topo da cabeça do marido de Delilah, arrancando-lhe uma exclamação meio dolorosa e dramática.

Torta de Maçã (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora