Capítulo 12

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Delilah suspirou sentada à mesa, comendo suspiros frescos naquela manhã; naquele momento, sem Izuna ao seu lado. Ainda o ignorava de certa maneira, com medo que acabasse explanando algum de seus sentimentos recentes ou então que acontecesse alguma coisa que pioraria a situação entre os dois. Estavam agindo como crianças. Pelo menos a Beaufay estava, e tinha plena consciência disto. Não queria uma conversa com ele agora, não uma séria. Estava de certa forma cansada demais para isso.

Algumas vezes, em vez de sair para a casa dos seus pais — como dizia ao Uchiha —, ia diretamente até à padaria dos Gagnon, ver Marcel. Desde o incidente, ficava conversando com ele de vez em quando, ele era o único para quem contou verdadeiramente o que se passava. Confiava nele, de coração e alma. Era o melhor amigo que já havia tido além do Beaufay. O Gagnon a ajudava dando conselhos, às vezes somente ouvindo seus relatos diários, essas coisas...

Seus pais às vezes estranhavam seu comportamento, mesmo que sua mãe soubesse em partes o motivo de seu desânimo nestes últimos tempos.

— Senhorita Beaufay?

A voz, que de repente bateu em seus ouvidos, a fez levar um mínimo susto, a fazendo erguer os ombros, vendo Heather à sua frente do outro lado da mesa com as mãos atrás do corpo.

— Sim, Heather? — perguntou, erguendo falsamente os cantos da boca, meio desajeitada por conta do sobressalto

— Sei que não é da minha conta, porém... — a Remy hesitou, desviando o olhar — A senhorita está bem?

A morena baixou a cabeça, suspirando. E a maior disse algo antes dela mesma, interrompendo sua linha de raciocínio preguiçosa que pensava em alguma desculpa, principalmente depois de interpretar a frase.

— Eu sei que a senhorita e o senhor Beaufay brigaram. — murmurou, a voz seca quase não sendo audível

— O quê? — indagou instantaneamente, meio alto, assustando a outra mulher no cômodo — Nós não brigamos! — exclamou, soando mais como uma afirmação para si mesma

— Bem, se não foi isso, foi algum desentendimento.

— Não, não. Não houve desentendimento algum! De onde tirou uma ideia destas?

Heather parecia de certa forma surpresa, incrédula com seu comportamento espontaneamente repreensivo.

— Me perdoe, eu-

— Heather, sei que não tem ideia do que ocorre em nosso casamento. Estamos muito bem e vai continuar assim por um bom tempo, está bem?

Ela demorou para assentir, pálida, mas anuiu, ainda com certa tremedeira.

— Está bem, senhorita Beaufay.

A menor suspirou, piscando lentamente para então fechar os olhos.

— Ótimo.

×××

Izuna sorriu para Tobirama, como em todos os outros segundos que o olhava. Levou a mão para tocar seu rosto e recebeu os lábios dele nos seus com rapidez e carinho.

— Tobirama...

— Sim...?

Estavam sozinhos. Desta vez não na sala de música. O Uchiha decidiu levá-lo a um local mais confortável. O trouxe até um dos quartos de hóspedes em segredo e longe dos olhos das duas mulheres que no momento estavam na casa. Aquilo tinha feito o Senju ficar adoravelmente envergonhado sentado na cama ao seu lado — mais que o normal, na verdade, o que era melhor ainda para o Beaufay.

— Por que está tão tenso? — perguntou, inocentemente falso, pondo as mãos sobre os ombros dele, apertando levemente — Quer que eu te faça uma massagem, ou algo do tipo?

Torta de Maçã (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora