A Promessa de Christian - Livro 4

Capítulo Sessenta e Um

8 de Abril de 2013
Magdalen College, Oxford

Os dias de inverno de fevereiro e março, logo deram lugar à primavera.

Graham Todd enviou um e-mail com a programação de outono dos cursos de graduação oferecidos em Edimburgo, se oferecendo mais uma vez para falar com Cecilia e a presidente de Harvard. Ana garantiu que iria lidar com isso.

Em 6 de abril, os Grey e Gail chegaram a Londres e viajaram até Oxford, para que Ana pudesse participar do workshop de Dante, organizado pelo professor Wodehouse.

Christian teve que voltar para Londres no dia em que Ana entregaria seu trabalho, no primeiro dia do workshop. Ele deveria gravar uma série de entrevistas e comentários sobre Dante para a BBC. O produtor havia indicado que ele só precisaria estar em Londres por três dias, o que significava que ele retornaria antes do final do workshop.

Mesmo assim, Ana sentia falta dele e do apoio que sua presença física dava.

Ao entrar na sala de conferências do Magdalen College, ela viu que estava vazia, exceto por uma pessoa. O homem em questão tinha um metro e oitenta e três e olhos e cabelos escuros. Ele estava vestido casualmente com uma camisa de botão, jeans e carregava uma jaqueta que tinha o emblema da Saint Michael's College estampado nas costas.

— José. — Ana o cumprimentou timidamente. Embora ele tenha enviado um cartão e um presente quando Clare nasceu, essa foi a
primeira vez que eles se viram desde a última vez em que ambos estiveram em Oxford.

Depois disso, José escreveu para ela dizendo que não queria contato. Quase dois anos depois, Ana ainda podia sentir a picada de rejeição do seu amigo.

— Ana! — José correu em sua direção e a envolveu em um abraço de urso. — Como você está ? E bom te ver.

— E bom ver você também. — Ela riu e implorou para que ele a colocasse no chão.

— Hum. O professor está por perto? — Ele olhou por cima do ombro dela.

— Não, ele está em Londres até quinta-feira.

— Bom. Ele não vai me dar um soco por te abraçar. - José a abraçou mais uma vez antes de dar um grande passo para trás. — Como foi a sua viagem?

— Foi boa. Clare ficou acordada quase o vôo inteiro, mas a mantivemos entretida. Ainda estou cansada por causa do fuso horário. — Ana alisou os cabelos atrás das orelhas. — E quanto a você?

— Ah, tudo bem. Cheguei ontem. O professor Picton me encontrou na estação de trem. Jantamos juntos ontem à noite.

— Isso é ótimo. Como estão seus pais?

José enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans.

— Eles estã o bem. Papai está trabalhando cada vez menos na fazenda, por causa do seu coração. Eu o ajudo quando posso. — Você parece bem. Como está a bebê?

Ana pegou o celular da bolsa.

— Posso te incomodar com uma foto?

— Isso não me incomoda. Eu gostaria de vê -la. — José olhou para a tela. — Ela está ficando tão grande. E olhe para todos os cabelos.

— Ela nasceu com muito cabelo. Eu tenho estilizado isso. — Ana mostrou a ele mais algumas fotos, incluindo uma foto de Christian sorrindo enquanto segura Clare.

— Isso é o mais feliz que eu já vi o professor. — José ficou maravilhado com a visão. — Clare tem os olhos do pai dela.

— Ela tem. Eu pensei que eles mudariam de cor e combinariam com os meus, mas são tão azuis quanto os dele. — Ana tocou a tela distraidamente e guardou o telefone.