Capítulo Vinte e Três

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Estava chovendo.

O professor Grey chegou à conclusão de que os moradores de Edimburgo precisavam de uma arca. Não tinha acontecido nada além de chover desde que ele e Anastasia chegaram ao castelo para o jantar.

Ele levantou a gola da capa de chuva Burberry e ajeitou o gorro de tweed, trocando o guarda-chuva para a mão esquerda. Depois que ele e Ana chegaram ao hotel, Ana percebeu que eles estavam sem pomada contra assaduras. E, como ela prontamente o lembrou, pomada contra assaduras era essencial para a saúde do bebê .

Christian desceu as escadas para o lobby em busca do porteiro, mas ficou consternado ao descobrir que ele não estava lá.

— Isso nunca aconteceria no Plaza, — ele resmungou consigo mesmo enquanto perguntava aos funcionários da recepção. De fato, o Plaza Hotel em Nova York nunca deixou ele ou Anastasia na mão, não importa a hora.

O professor ficou ainda mais consternado ao saber que não havia farmácia 24h ou supermercado perto do hotel. Até o Marks & Spencer na estação Waverley estava fechado. E foi assim que ele se viu na traseira do seu carro alugado, sendo guiado sob a chuva, até um grande supermercado 24h em Leith, cerca de vinte minutos de distância.

Chegar ao supermercado era uma coisa; encontrar a pomada era outra, especialmente porque o supermercado não parecia ter nenhuma das marcas que eles usavam nos Estados Unidos. Christian ligou para Anastasia três vezes enquanto caminhava pelos corredores tentando em vão achar o item correto. Depois de ser informado pela esposa de que ela estava indo dormir e que ela falaria com ele quando acordasse para a próxima amamentação de Clare, ele comprou quatro produtos diferentes, esperando que pelo menos um deles fosse suficiente.

Quando ele finalmente voltou ao Caledonian, estava de muito mau humor. Ele fez uma careta para o iluminado Castelo de Edimburgo ao sair do carro alugado. O porteiro o recebeu com um guarda-chuva aberto e o acompanhou até o hotel.

Foi nesse momento que Christian recebeu uma mensagem de John Steele.

Ele sacudiu a chuva do casaco e do gorro e foi direto ao Caley Bar para poder ler o texto em particular. Ele pediu um café expresso duplo ao barman,resmungando internamente sobre não poder pedir uıśque.

É um crime contra a hospitalidade, ele pensou. Todo aquele lindo uísque, apenas esperando pelo paladar certo para apreciá-lo. Com essa chuva, provavelmente vou pegar pneumonia e morrer. Todos os convidados da Sage Lectures deveriam receber antibióticos ao chegar. Talvez como parte da acolhedora cesta de frutas.

Enquanto o garçom preparava o café , o professor retirou o celular do bolso e leu o texto.
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📲 John Steele;

Nada do Nissan.
Se você o vir novamente, tire uma foto.
Irei verificar a colega de quarto de Ana e o filho do senador.
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O texto estava claro o suficiente. Procurar um Nissan preto sem um número de placa na área de Boston era quase impossível. Ainda assim, John não era nada menos que minucioso. Ele estava indo olhar Natalie Lundy, ex-colega de quarto de Ana, e Jack, seu ex-namorado.

Os lábios de Christian se curvaram em desgosto. Se ele visse aquele filho da puta novamente...

Ele fechou a janela da mensagem de texto e colocou o telefone em cima do bar. Uma imagem de Clare olhou para ele da tela. A chuva parou, as nuvens se abriram e o professor Christian Grey sorriu.

Ele tirou o casaco e o gorro, colocando-os às pressas junto com o guarda-chuva e as sacolas de compras. Ele passou a mão pelos cabelos rebeldes e sentou-se rapidamente, percorrendo as fotograias de Clare e Anastasia.

A Promessa de Christian - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora