Pouco antes da meia-noite, Ana estava sentada no quarto,alimentando Clare. Christian estava situado na cadeira de balanço, vigiando sua família. Ele estava tocando sua aliança de casamento, girando-a repetidamente no dedo. Embora seu foco estivesse principalmente na conversa atual, no fundo de sua mente havia uma informação importante que ele ainda não tinha compartilhado com sua esposa.Anastasia queria adiar a criação de uma família. No entanto, aqui estavam eles. E as notícias de Christian iam mudar tudo.
Ele se sacudiu de seus devaneios.
— Falei com o padre Fortin hoje. Mia está certa o padrinho oficial deve ser católico. Poderíamos batizar Clare na igreja episcopal.
— Mia diz que se sentiria hipócrita sendo uma madrinha oficial.
— Eu poderia falar com ela.
Como em reação às palavras de seu pai, Clare terminou de mamar. Ela olhou para a mãe.
— Deixe-me. — Christian se levantou e foi até Ana, pegando o bebê nos braços. Ele pegou um pano de flanela limpo nas proximidades e o colocou no ombro nu, posicionando cuidadosamente o bebê sobre a flanela.
A criança se contorceu nos braços, protestando ruidosamente até a mão do pai descansar nas costas dela. Christian começou a acariciá-la.
Ana arrumou a parte de cima do pijama de seda.
— Eu acho que precisamos deixar Mia na dela. Ela está lidando com muita coisa e não quero pressioná-la a fazer algo que lhe incomoda.
— Mas as dúvidas de Mia sã o sérias — observou Christian, balançando-se. — Alguém deveria falar com ela.
O olhar de Anastasia pousou em sua tatuagem, visível no alto de seu peitoral esquerdo exposto.
— As dúvidas de Mia são causadas pelo sofrimento. Ela está sentindo falta de Grace e lamentando o fato de não poder ter filhos, e agora tem medo de perder Carrick. Ela parece pensar que Gail está de olho nele.
— Bobagem. — Christian seguiu o olhar de Anastasia. Sob sua inspeção, a tatuagem parecia queimar contra sua carne. Ele se viu momentaneamente perdido na memória - uma névoa de perda com infusão de drogas e álcool que precipitou a tatuagem. A dor que acompanhou a lembrança era abafada, não aguda. Mas era dor, no entanto.
Ele beijou a cabeça do bebê e focou os olhos na mãe dela.
— Um anjo de olhos castanhos falou comigo na minha tristeza. Ela me ajudou.
— Ela o ajudou amando você e ouvindo. E disso que sua irmã precisa. Ela precisa que você a ame e ouça. Palavras não vão curar sua
tristeza.Christian apertou os lábios. Sua inclinação era discutir com as pessoas até que elas aceitassem certas conclusões. Anastasia era muito mais franciscana em seu carisma.
— Tudo bem. — Ele admitiu, esfregando as costas de Clare. — Mas Mia não vai perder o pai. Ela está vendo fantasmas.
— Eu discordo. — A expressão de Ana ficou grave. — O problema de Mia é que ela não está vendo fantasmas.
As sobrancelhas escuras de Christian se uniram. Houve momentos em sua vida em que o sobrenatural se intrometeu. Ver Grace e Maia na casa de Selinsgrove foi um daqueles momentos. Mas ele nunca mencionou a aparição para Mia.
Carrick confessara ter visto Grace em seus sonhos. Mas Christian tinha certeza de que Carrick também nunca mencionara esses sonhos para Mia.
Christian mudou de assunto.
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A Promessa de Christian - Livro 4
RomanceQuando Christian e Anastasia Grey vêem sua filha recém nascida, Clare, se dão conta de que a vida nunca será igual. Christian se comprometeu a ser um bom pai quando de repente recebe um convite para dar uma série de palestras em Edimburgo, na Escóci...