Capítulo Trinta e Nove

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—Por que está demorando tanto? — Christian empurrou Clare chorando,mas ela não estava se acalmando. — Estamos aqui há horas.

Carrick se levantou.

— Eu posso perguntar na recepção.

— Não, eu vou. — Christian levou Clare para a mesa e explicou que ele precisava localizar Anastasia o mais rápido possível. Alguns minutos depois, uma enfermeira surgiu do corredor e conduziu Christian e Clare a uma das salas de exame.

— O neurologista está acabando. — A enfermeira bateu na porta.

Antes que Christian pudesse perguntar por que Anastasia estava vendo um neurologista, a porta balançou para dentro. Anastasia estava sentada em uma cadeira, o tornozelo esquerdo envolto em uma atadura elástica. Um par de muletas estava ao lado de sua cadeira.

Um médico baixo, com cabelos e olhos escuros, estava parado na porta.

— Entre, — ele cumprimentou Christian.

— Você está bem? — Christian olhou para Anastasia com preocupação. Ela gesticulou para Clare, ele a colocou nos braços de Ana. Ele colocou a bolsa de fraldas aos pés.

— Eu estou bem, — Ana disse. Ela enfiou a mão na bolsa de fraldas e removeu uma manta pequena e fina que ela colocou por cima do ombro. Então ela discretamente moveu Clare para debaixo do cobertor e começou a alimentá-la.

— Eu sou o Dr. Khoury. — O médico se apresentou, apertando as mãos de Christian. Ele indicou para Christian se sentar. — Eu sou o neurologista de plantão.

— Christian Grey. O tornozelo está quebrado? — Christian não conseguiu tirar os olhos da esposa.

O Dr. Khoury deu as costas educadamente a Anastasia e ao bebê, mas dirigiu-se a ela.

— Tudo bem se eu compartilhar seu diagnóstico com seu marido?

— Sim, — respondeu Anastasia rapidamente.

O neurologista continuou.

— O tornozelo de sua esposa está torcido e ela sustentou alguns ligamentos rompidos, mas de acordo com os raios X o tornozelo não está quebrado. No entanto, com base em seus relatos de dormência na outra perna, eu fui chamado para uma consulta. Eu realizei uma série de testes e acredito que ela tenha sofrido algum dano no nervo, possivelmente como resultado da epidural que ela recebeu em setembro.

Os olhos de Christian se voltaram para o neurologista.

— Dano no nervo?

— Ela tem sentido na perna esquerda, e é por isso que está sentindo dor. Mas ela tem uma sensação diminuída na perna direita. Ela disse que a dormência começou por volta da época em que ela voltou para casa depois de ter o bebê.

Christian olhou para Anastasia. O olhar de surpresa em seu rosto rapidamente se transformou em uma expressão de mágoa, depois de vazio.

O Dr. Khoury levantou as mãos em um gesto calmante.

— Dormência é um efeito colateral comum das epidurais e, ocasionalmente, um paciente irá vivenciar em apenas um membro. As vezes, pode demorar várias semanas até que a dormência diminuıá . Em outros casos, o dano no nervo é permanente. Eu recomendo acompanhar com um neurologista em Boston, depois do feriado de Ação de Graças.

Christian avaliou o neurologista rapidamente e passou a mã o pelo rosto.

— Obrigado.

— Não tem problema. — O neurologista continuou dando as costas a Ana, por respeito à sua privacidade pela alimentação de Clare. — Sra. Grey, eleve seu tornozelo para combater o inchaço e congele-o o máximo possível. Use remédios em cima do balcão para dor. E acompanhe um neurologista quando chegar em Boston.

— Obrigada. — O tom de Ana foi suave.

— De nada. — Dr. Khoury apertou a mão de Christian e saiu da sala de exame.

Christian ficou mortalmente silencioso. Ana mal podia ouvi-lo respirar. Ela olhou para ele.

— Querido?

— Você ia me dizer? — Seu tom se aproximou da dureza.

— Eu pensei que a dormência iria embora.

Christian girou a cabeça na direção dela.

— Você pensou ou esperava?

Ana mordeu o interior da boca.

Christian baixou a voz.

— Então você ia me dizer depois que isso
diminuísse?

Ela assentiu. Christian ficou em silêncio mais uma vez.

Clare terminou de se alimentar de um lado e Ana colocou para arrotar e a transferiu para o outro seio. E Christian ainda não disse nada.

Quando ela terminou de alimentar e arrotar Clare, Christian levou o bebê e a mudou de forma eficiente. Então ele entregou as muletas a Ana.

— Obrigada, — disse Ana docilmente. Ela esperou que Christian dissesse alguma coisa.

Ele não fez.

Ele carregava o bebê e a bolsa de fraldas, enquanto observava atentamente como Anastasia mancava lentamente da sala de exames para a sala de espera.

E ele não falou o caminho inteiro para casa.

A Promessa de Christian - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora