" Gosto de tua voz, tranquila, do tom mando com que falas, como se acariciasse até às palavras que dizes...".
Nate dirigiu pela cidade tentando acalmar seus sentimentos. Seguiu em direção ao leme pela Avenida Atlântica e depois de estacionar caminhou até a praia praticamente vazia no dia nublado. Sentia-se enganado, revoltado... Furioso. Como Madalena pode pensar em lhe mentir? Estaria ela pensando que lhe fazia alguma espécie d era favor de expulsa-lo de sua vida? "Era a única maneira de você ir embora". A voz chorosa invadiu seus pensamentos.Sim. Lena adivinhou suas intenções, sabia que pretendia ficar e assumir a consequência dos seus atos. Ao acordar e descobrir que foi com Madalena que havia passado a noite... Acreditou que o destino havia trabalhado por suas tortuosas linhas para levá-lo a encarar a atração disfarçada que sentia desde que era adolescentes.
Estava abatido por não se lembrar dos momentos que passaram juntos... Se a mágoou de alguma forma. Preocupado em saber se ela estava bem e ansioso por lhe mostrar que dariam um jeito de resolver a situação. Mesmo tendo bebido além da conta, jamais ignoraria seu senso de honra. Desmarcaria a viajem e ficaria no Brasil. Madalena era como uma filha para seus pais e tinha certeza que eles apoiariam sua decisão.
E então, ela derrubou suas convicções e anseios com uma única frase. "Eu esperava por Micael". Deus! Perdeu as contas das vezes em que a voz de Madalena ecoava em sua cabeça. Aquelas palavras não só o enviou ao exterior, fez nascer um terrível Sentimentos para com seu irmão.... Sangue do seu sangue. E agora descobria que foi tudo uma mentira. Que durante todo esse tempo, se culpou em vão por não deixar de deseja-la!
Cerrou os punhos ao lembrar a violência com que reagiu. As marcas vermelhas em seus ombros o fazia perseber que agiu como um animal. Deus! Madalena pareceu tão frágil, quase como se pudesse quebrar e ele... Balançou a cabeça, horrorizado com seus atos. Não se imaginava capaz de algo assim. Necessitava que Madalena entendesse que não teve a intenção de machuca-la... Iria procura-la e dessa vez, agiria civilizadamente.
Madalena não sabia dizer por quanto tempo permaneceu ali, sentada na poltrona estofada, na mesma posição em que Nate a deixou. A lembrança da expressão horrorizada em seu rosto era como uma faca cravada em seu peito. A verdade em suas palavras amargava em sua boca como se fosse veneno. De que adiantava acreditar, na época, que fazia a coisa certa? Toda a culpa, toda a dor...
Sabia que seria assim. Então por que machucava tanto? Abraçou a si mesma enquanto um arrepio atravessava seu corpo, fazendo-a estremecer. Levantou os olhos e percebeu que já era noite. O silêncio lhe dizia há muito tempo os funcionários da empresa haviam ido embora. Forçou-se a pegar sua bolsa e trancar o escritório. A noite fria anunciava que a chuva não tardará a chegar. Mesmo assim, não foi para casa.
Precisava espairecer e o espaço apertado de seu apartamento não lhe parecia ideal. Entrando em seu carro popular, de segunda mão, andou para a Lagoa Rodrigo de Freitas. Estacionou o carro e caminhou até encontrar um banco, onde se sentou e passou um longo tempo olhando sem ver as águas tranquilas, que refletia a iluminação local sem importa-se com a chuva fina que caia incessantemente.
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"Anjo da Tentação" (Concluído)
Romance(Trilogia irmãos Angelis: Livro 3 ) "Uma mulher que não acredita no amor, precisa de um anjo que lhe mostre o poder da paixão...!" Madalena e Natanael foram criados juntos e disfarçavam o quanto podiam a atração entre eles. Até que em uma única n...