Capítulo 4

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  " Gosto de tua voz, tranquila, do tom mando com que falas, como se acariciasse até às palavras que dizes...".

Nate dirigiu pela cidade tentando acalmar seus sentimentos

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Nate dirigiu pela cidade tentando acalmar seus sentimentos. Seguiu em direção ao leme pela Avenida Atlântica e depois de estacionar caminhou até a praia praticamente vazia no dia nublado. Sentia-se enganado, revoltado... Furioso. Como Madalena pode pensar em lhe mentir? Estaria ela pensando que lhe fazia alguma espécie d era favor de expulsa-lo de sua vida? "Era a única maneira de você ir embora". A voz chorosa invadiu seus pensamentos.

Sim. Lena adivinhou suas intenções, sabia que pretendia ficar e assumir a consequência dos seus atos. Ao acordar e descobrir que foi com Madalena que havia passado a noite... Acreditou que o destino havia trabalhado por suas tortuosas linhas para levá-lo a encarar a atração disfarçada que sentia desde que era adolescentes.

Estava abatido por não se lembrar dos momentos que passaram juntos... Se a mágoou de alguma forma. Preocupado em saber se ela estava bem e ansioso por lhe mostrar que dariam um jeito de resolver a situação. Mesmo tendo bebido além da conta, jamais ignoraria seu senso de honra. Desmarcaria a viajem e ficaria no Brasil. Madalena era como uma filha para seus pais e tinha certeza que eles apoiariam sua decisão.

E então, ela derrubou suas convicções e anseios com uma única frase. "Eu esperava por Micael". Deus! Perdeu as contas das vezes em que a voz de Madalena ecoava em sua cabeça. Aquelas palavras não só o enviou ao exterior, fez nascer um terrível Sentimentos para com seu irmão.... Sangue do seu sangue. E agora descobria que foi tudo uma mentira. Que durante todo esse tempo, se culpou em vão por não deixar de deseja-la!

Cerrou os punhos ao lembrar a violência com que reagiu. As marcas vermelhas em seus ombros o fazia perseber que agiu como um animal. Deus! Madalena pareceu tão frágil, quase como se pudesse quebrar e ele... Balançou a cabeça, horrorizado com seus atos. Não se imaginava capaz de algo assim. Necessitava que Madalena entendesse que não teve a intenção de machuca-la... Iria procura-la e dessa vez, agiria civilizadamente.

Madalena não sabia dizer por quanto tempo permaneceu ali, sentada na poltrona estofada, na mesma posição em que Nate a deixou. A lembrança da expressão horrorizada em seu rosto era como uma faca cravada em seu peito. A verdade em suas palavras amargava em sua boca como se fosse veneno. De que adiantava acreditar, na época, que fazia a coisa certa? Toda a culpa, toda a dor...

Sabia que seria assim. Então por que machucava tanto? Abraçou a si mesma enquanto um arrepio atravessava seu corpo, fazendo-a estremecer. Levantou os olhos e percebeu que já era noite. O silêncio lhe dizia há muito tempo os funcionários da empresa haviam ido embora. Forçou-se a pegar sua bolsa e trancar o escritório. A noite fria anunciava que a chuva não tardará a chegar. Mesmo assim, não foi para casa.

Precisava espairecer e o espaço apertado de seu apartamento não lhe parecia ideal. Entrando em seu carro popular, de segunda mão, andou para a Lagoa Rodrigo de Freitas. Estacionou o carro e caminhou até encontrar um banco, onde se sentou e passou um longo tempo olhando sem ver as águas tranquilas, que refletia a iluminação local sem importa-se com a chuva fina que caia incessantemente.

      "Anjo da Tentação"  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora