O Sócio do Meu Pai

Capítulo Trinta e Três: Segurança secreto?

James não me contou que ficou com ela e o pior que foi antes da viagem, isso me deixou irada.  Não só por ela estar trabalhando aqui ainda, mas também por ele não ter me dito quando cogitei sobre eles terem se pegado.

-Amor, ela não significou nada. Quando ficamos eu estava um pouco chateado e não tínhamos nada fixo... -Tentou se justificar, mas eu ainda estava irritada.

Alguns minutos depois eu chamei um Uber e fui para a casa da Isa, a mesma ja me esperava pois falei com ela no caminho.

(...)

-Fala sério que essa biscate ainda está lá? -Isa fala com seus termos antigos me fazendo rir.

-Tinha que ver como ela me olha, parece que se apaixonou pelo James. Não tem como ela estar assim só com uma ficada né? -Falei segurando o ar de tão estressada que estava.

-Ás vezes tem sim. -Disse dando de ombros.

-PÓREM... -Dei ênfase. -Isso não muda o fato de que ele mentiu!

Meu celular vibra com uma mensagem do cínico.

"Desculpa ter omitido, eu sabia que você iria achar ruim, quando ela vem é sempre porque a mãe tem algum compromisso importante mas vou mudar isso! Desculpa de verdade, você sabe que te amo!"

Eu solto um leve sorriso de canto pelo "te amo" e depois volto ficar séria, Isa começa me contar os babados e o Kenedy aparece no corredor.

-Mandy? -Ele solta ao me ver, não esconde na sua voz a empolgação.

-Olá Kenedy... -O respondo sem graça.

-Não enche!! -Isa fala revirando os olhos e fechando a porta. -Mandy estou querendo fazer uma festa para comemorar minha grande novidade...

-QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU AINDA... -Cerrei os olhos.

-Esperei te ver pessoalmente vaca. -Ela senta de frente para mim. -Recebi uma proposta no exterior e quero que seja a primeira a saber.

-Que seria?

-Não é só isso! Conheci um cara mais velho que ele mora em Portugal, lá ele é dono de uma empresa especializada em saúde estética e me quer na equipe. -Ela sorri radiante, porém eu continuo séria. -Não gostou?

-Não é isso... só que sabe que essas coisas não são confiáveis. -Tento aconselha-la.

-Deveria ficar feliz por mim. -Disse grossa. -Não acredito que você não acredita no meu potencial.

-Tá maluca Isabela? Quando falei isso? -Aumento meu tom de voz. -Eu só quero o seu bem estar, sabe as coisas que acontecem hoje em dia e quer ir á Portugal atrás de um cara só porque ele DIZ ter um emprego para você!!!!!

-Cala a boca Mandy, você acha que eu sou burra? No mínimo é isso.

-Vim aqui para discutir contigo não. -Falei levantando da cama e saindo do seu quarto.

Chegando na sala o Kenedy me encarava.

-Brigaram? -Pergunta do nada.

-Não enche, sério! Meu dia hoje não tá legal. -Falei fechando os olhos.

-Vem  jogar comigo. -Disse me entregando o controle do Xbox dele.

Não seria ruim, para onde eu iria? Sem falar com meu pai, brigada com o James e agora Isa também. Sentei ao lado dele e peguei o segundo console, ele colocou um jogo de corrida de carros.

-Valendo um beijo, quem perder vai ter que beijar! -Disse.

-Deixa de ser palhaço. -O empurro quando ele se aproxima.

Jogamos um pouco e quando acabou a partida Kenedy fica me encarando.

-Supera Kenedy! -Falei brincando e soltando uma gargalhada.

-Como? Porque você é muito linda, foi mal não ter te dado a atenção devida. Eu era um moleque, reconheço!

-Que bom que você sabe né.

-Também percebi que estou completamente apaixonado por você e já faz algum tempo! -Disse colocando uma mexa do meu cabelo para trás da orelha.

-Kenedy já passou, perdeu tempo demais e me magoou muito também. Agora tenho outra pessoa! -Falei me afastando, mas quanto mais me afastava ele chegava mais para cima.

-Se afasta, por favor. -Falei com medo da Isa aparecer.

Ele colocou uma mão apoiando atrás de minha cabeça e chegando sua boca mais perto da minha, eu tenho plena certeza que não quero beijá-lo mas isso me lembrou como me sentia com ele no colégio.

-Você sabe que ainda existe algo entre nós! -Parecia certo do que falava.

-Está errado Kenedy... -Tento me afastar.

Ouvimos uma porta se abrir e era a Isa saindo de seu quarto, no mesmo instante empurro ele o derrubando da poltrona.

-Que foi isso? -Isa aparece na escada.

Levantei, peguei minha bolsa e fui embora a pé mesmo pois queria espairecer. Três quadras depois sinto que estou sendo perseguida, pego meu celular e finjo olhar algo revelando um homem de casaco e capuz logo atrás de mim.

CARALHO! Começo adiantar os passos e ele também, peguei meu celular e tento ligar para o James mas não atende pois está no modo reunião. Começo correr e quando não o vejo mais paro para recuperar o fôlego, me encosto numa grade e o cara encosta também.

-Corre muito, mas não mais que eu! -Disse provocando um gelo em meu corpo.

-Qu... -Tento falar mais minha voz não sai.

-Calma, sou o Rick. -Estica a mão amigavelmente. -Não precisa ter medo, James me contratou e...

-JAMES O QUÊ?? -O interrompo e sinto meu sangue ferver.

-Desculpa se te assustei, não era minha intenção!

-Imagina, um cara me seguindo e todo encapuzado... -Reviro os olhos. -Mas porque ele não me disse sobre você?

Após alguns segundos recuperando meu fôlego fomos de volta até perto da casa da Isa para pegar o carro do Rick, que me levou de volta para casa do James onde esperei o mesmo chegar possessa pela raiva.

(...)

Horas depois eu estava deitada na cama e ouço passos adentrarem o corredor.

-Me ligou mais cedo? -Pergunta e não o respondo. -Vi o Richardson na porta e suponho que já descobriu.

-Quando iria me contar? -O encaro.

-Não ia, pois sabia que não iria aceitar. -Disse tirando a gravata.

-Você é um f... -O empurro.

-Sem agressões! -Disse me olhando repreensivo.

-Desculpa. -Reconheci.

Peguei meu celular e desci até o Rick.

-Me leva pra um lugar mais tranquilo, por favor!! 

-Motorista particular? -Ironizou e segurei a risada. -Desculpe, queria te distrair, idiota da minha parte.

-Tudo bem.

Continuamos calado enquanto ele dirigia, mexi na rádio e comecei ouvir Madonna.

-Gosta? -Pergunto.

-Acho legal, mas não é minha praia. -Deu de ombros com seu olhar fixo para frente.

Chegando numa praça vazia que eu vinha quando era criança pedi para descer.

-Para aqui.

Descemos e sentei num chafariz onde eu costumava chorar com saudade da minha mãe.