Vazio

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Ayato andava pelos corredores da nova escola, conhecendo as salas, de aula, dos clubes, o pátio, na verdade ele não se importava com nada ali, não queria conhecer novos alunos ou qualquer coisa parecida, mas sua mãe havia o ensinado a sorrir falsamente e parecer se importar com os outros, aquilo o desgastava demais, nunca descobriu o que estava errado com sua cabeça, apenas sabia que sua mãe passará pelo mesmo sua vida inteira, uma falta de qualquer sensação além de um grande vazio na alma isso até conhecer o amor da sua vida, ele havia salvado ela e mamãe sempre dizia que algum dia a mesma coisa ia acontecer com ele, podia se lembrar com nitidez de suas palavras a muitos anos.


— Alguém vai te salvar meu filho, e no dia que achar essa pessoa faça tudo para a conquistar. — a sra. Aishi não tinha envelhecido nem um pouco desde aquela época, com os mesmo cabelos negros amarrados e o mesmo sorriso gentil que diferente do filho era verdadeiro — Tudo que for necessário.


Depois desse dia Ayato ficou obcecado com o dia que sentiria essa sensação, que poderia sair desse buraco de sofrimento, por isso quando se mudaram para a antiga casa de infância de sua mãe pediu para ser matriculado na Akademi high onde sua mãe achou o amor anos atrás.


— Aishi, você é o garoto novo, não é? — Um dos alunos se aproxima, com cabelos purpuras esvoaçante e um sorriso de orelha a orelha — Sou Kokonu haruke, sou vice presidente do clube de teatro, todos estão ocupados com seus clubes agora poderia nos ajudar?


— Seria um prazer, Haruke-kun — todos diziam que Ayato era um garoto gentil e prestativo que adorava ajudar os outros, ele havia se acostumado com essa casca de bondade, mesmo que por dentro não sentisse nenhuma satisfação com ajudar — O teatro fica...


— No ginásio, é onde fazemos a maioria das apresentações. — o garoto puxa o braço de Ayato o levando para um prédio um pouco mais afastado, lá um grupo de pessoas com a mesma tonalidade de cabelo roxo escuro os esperavam, tão extravagantes como se esperaria de um clube de teatro — O presidente ficou com febre e vai ficar em casa e precisamos de mais uma pessoa para o ensaio, você é um assassino.


— Assa....sino? — Kokonu o entrega uma faca, cenográfica, porém igual a uma real, ele se surpreende com a vontade de toca-la, ver seu sangue escorrer e logo está pensando como seria ver o de outra pessoa — Parece interessante... o que devo fazer?


Kokonu passa o roteiro para ele e quando vão começar o ensaio e chega finalmente em sua parte os dois sobem no palco, Ayato, pega a faca cenográfica, se aproximando de Kokonu, ele começa a chorar e implorar sua vida, e isso não impede Ayato, ele levanta a faca pronto para dar um golpe, Kokonu cai no chão se rastejando para fugir e antes o garoto senta em cima de suas pernas e com uma das mãos segurando seus braços o imobilizando, ele passa a faca pelo seu rosto e pescoço chegando a seu peito, colocando um pouco de pressão no local.


— Mata ele, mata ele — Ayato vê mais alguém no palco, uma garota de cabelos pretos e olhos tão sem vida quanto ele, seu sorriso era insano enquanto gritava com toda sua força — Mata ele! Mata ele! Mata..... Senpai?


A garota vira abruptamente olhando para o corredor, ela começa a correr para o prédio principal, Ayato não sabia o que, mas falou alguma desculpa e começou a seguir ela, ninguém parecia nota-la ou sequer olhava para ela, o garoto se pergunta se estava alucinado, mas mesmo que estivesse precisava saber onde aquela garota ia, ela vira em outro corredor e quando ele vai segui-la acaba esbarrando em alguém e caindo.


— Sinto muito, deixa eu te ajudar. — Ayato ouve uma voz masculina acima dele e uma mão sendo estendida, ele aceita a ajuda sentindo o calor naquela mão contrastando com o frio da sua — Sou Taro yamada da classe 3-2, acho que não dei uma boa primeira impressão.


— Sen...pai? — o garoto fala ao mesmo tempo que a garota de cabelos negros, ele podia não vê-la, mas era a mesma voz, Ayato sente seu coração bater de uma forma diferente como se toda sua vida ele estivesse descompassado e agora seguia o ritmo normal


— A gente se vê por ai, e me desculpa de novo — ele se afasta e todo o calor que Ayato sentia se vai, voltando para o frio infernal, que parecia ainda pior agora que ele conhecia outra sensação.


— Ele tem que ser seu. — A garota aparece novamente, era sua consciência? Um fantasma, pouco importava, a verdade era que ele queria fazer o que ela dizia, queria ouvi-la cegamente se significasse ter o senpai para si — Mas querem roubar ele, querem te matar de novo, ele merece o seu amor e de mais ninguém.


Agora ela anda lentamente na mesma direção que Yamada-kun havia ido, seus lábios se moviam como se dissessem algo, suas mãos tremiam e sua cabeça se inclinava bruscamente as vezes, eles vão até o pátio, para ver o que quebrou ainda mais Ayato.


Yamada conversava com um garoto de cabelos ruivos, ele parecia brigar com o senpai por algum motivo, com os braços cruzados e as sobrancelhas intensificando a expressão irritada, mas mesmo brigando era impossível não ver o carinho no rosto do senpai ou como o garoto mesmo irritado virava o rosto avermelhado para não verem o quão estava envergonhado.


— Ele vai estragar tudo, Haruke já te mostrou o que deve fazer — Por um momento Ayato consegue ver, o sangue nas suas mãos sujando todo seu uniforme, ele podia sentir o gosto de ferrugem do sangue fresco, e o corpo sem vida do garoto ruivo em sua frente — Mata ele, mata ele agora...


Ele só consegue sair daquela visão quando seu celular toca, ninguém tinha seu número ainda, mas mesmo assim ele vê uma mensagem de um contato desconhecido.


" Você não parece gostar Najimi-kun se me contar o motivo eu posso te ajuda-lo, por um preço"


"Quem é você?" Ayato escreve para o contado desconhecido


" Me chame de Info-kun, não importa quem eu sou, só preciso de favores e para isso vou te ajuda-lo para consegui-los, talvez começando por eliminar Osano najimi"


Eliminar.... era isso que ele precisava fazer, não deixaria seu amor nas mãos de outro, precisava lutar com todas suas forças, era sua única esperança, e ele faria.... faria....


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Tudo por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora