Ayato anda calmamente pelos corredores até o ginásio onde o clube de teatro se reunia para as apresentações e ensaios, ele passa pelas portas observando todos na sala procurando o real motivo dele ter ido até lá, mas antes que encontrasse ouve alguém o chamando.
— Aishi-kun! Você veio ver os ensaios? — Haruke se aproxima com um grande sorriso no rosto e Ayato sorri de volta, seria bom conversar com alguém que conhecesse seu alvo — A peça desse ano vai ser a melhor, pode acreditar.
— Eu ouvi as pessoas falando, fiquei curioso para ver como era. — Haruke leva Ayato para o outro lado do ginásio onde eles podiam conversar a vontade e mesmo assim ver o palco — Me disseram que o Yamada e o sunobu vão fazer os papéis principais.
— Sim, o Yamada ficou desconcertado no início, mas ele é realmente bom e o sunobu sempre quer ser a estrela. — Haruke revira os olhos, ele não parecia gostar muito de sunobu o que era algo bom para os planos de Ayato — A peça é muito boa, nós mesmo criamos, queria ter conseguido um papel.
— Sério? Naquele dia que eu te ajudei você fez um ótimo papel, eles deviam ter colocado você como protagonista. — Haruke passa os dedos pelo cabelo sorrindo, ele não recebia muitos elogios já que era o menos experiente do clube — Esse presidente do clube não parece uma pessoa legal.
— Você não viu nada.
O clube de teatro começa o ensaio com o presidente subindo no palco, seu olhar arrogante fazia Ayato querer vomitar, ele usava seu uniforme como todos, mas por cima uma capa exagerada, ele olha para alguém atrás das cortinas e o coração de Ayato acelera ao notar que era seu senpai.
— Por outrora serias tu a fonte de tamanho ardor em meu peito? sendo que o próprio sol mesmo efeito não me causa? — a voz de Sunobu era eloquente e reverberava por todo o pátio, Ayato nota que Haruke dizia o texto junto em voz baixa — Diga-me foi Vênus que me enviou tal presente vindo de seu próprio ventre, nessa terra não a ser mais belo que ti.
— ... não diga tais coisas, cada verso me penetra como uma adaga entre minhas costelas, me amar é uma maldição que conjurou-se em seu... débil coração, cego pela verdade. — Ayato morde o lábio e cruza as pernas, senpai parecia nervoso o que era extremamente fofo, ele entra no palco sem o casaco do uniforme— Meu nome é calamidade, meu amor é miséria e meu amado a morte, quando os sinos badalarem revelando meu destino você extinguirá minha vida.... assim está bom?
— Excelente Senpai, traga força para o personagem, sir. Philip vai mata-lo porque vai se casar com a princesa. — Sunobu se aproxima ajeitando os braços do senpai fazendo Ayato apertar seus punhos — Desse jeito, vai ficar mais fiel, mas não se preocupe, está fazendo um belo papel de amante.
— La foutue lame, uma visão moderna de tempos antigos, a professora de artes adorou nosso script, disse que talvez possamos fazer a peça em outras escolas. — Ayato assenti mesmo que não prestasse atenção, ele preferia observar seu senpai ao longe — Não que eu deseje nada de mal para o sunobu, mas eu sou o substituto dele e amaria se em uma das apresentações eu pudesse subir no palco.
— Quem sabe? Talvez você tenha uma oportunidade... parece ser divertido. — Ayato ri, olhando para o palco ele nota alguém na parte de cima, os cabelos pretos escondiam o rosto, mas ele sabia muito bem que aquela pessoa não estava lá de verdade — Eu queria entender melhor a história.
— Sir. Philip interpretado pelo sunobu tem varias camadas, ele se apaixona por um amigo de infância, mas no fim esse amigo tem que se casar com uma princesa que o obrigou a ser seu esposo. — Ayato vê a garota das suas visões tirar uma faca ensanguentada da saia cortando as cordas de um dos pesos o fazendo cair — Nos inspiramos em algumas obras famosas tanto clássicas quanto atuais, o termo que mais simplifica esse personagem é Yandere.
— Yan.... dere — o peso cai no palco esmagando alguém que lembrava sunobu, a garota... que Ayato apelida naquele momento de yandere-chan sorri para ele, sua risada ecoando em seus ouvidos — Que... interessante...
Outros fantasmas da sua mente corriam desesperados no palco, a garota tira as luvas que estava usando e acena para Ayato antes de desaparecer, Ayato fica fitando o ponto onde o sangue deveria estar no chão limpo.
— Você devia participar também, naquele dia você realmente bom, todos do clube adoraram realmente deu medo. — Ayato imagina no palco com o senpai, ele teria coragem de mata-lo? Mesmo que apenas atuando? Não, ele nunca encostaria um dedo em Yamada-kun — Posso te contar um segredo?... eu acho que você foi bem melhor que o sunobu.
— ... Esse sunobu parece ter o ego inflado demais para interpretar qualquer um que não seja ele mesmo. — Ayato se vira para Haruke com um sorriso frio, mas ainda sim mascarado com uma certo ar amigável — Alguém devia ensinar uma lição para ele... não acha?
— Eu.... ah... — Haruke olha para o palco onde sunobu continuava a falar sem parar sobre ele mesmo, Ayato percebe o garoto abaixar a cabeça e apertar o punho — Ele... disse para mim que eu estava o ofuscando, que as garotas olhavam mais para mim, por isso eu não posso ter um papel importante.
— Isso deve ter te irritado tanto... — Haruke desvia o olhar, ele devia estar desconfortável com aquela conversa, mas se sentia estranhamente calmo, Ayato passava essa sensação de serenidade estranha — Você já está aqui a muito tempo, deve ter pensando em pedir para o Info-kun, deve saber que ele faria seu problema sumir.
— eu... não... nunca faria mal ao sunobu... — Ayato não acredita nisso, todos tem potencial para o mal, as pessoas só se sentem mais confortáveis em dizer o contrario — Ele pode ser um babaca, mas...
— Ele se acha maior que o clube, você parece dar o sangue por esse clube, mas mesmo assim ele é a estrela... — Ayato já havia visto sua mãe fazer aquilo, incitar uma pessoa, mexer com sua cabeça, era tão fácil fazer alguém passar dos seus limites — Eu não te culparia se você decidisse usar esse método, eu faria o mesmo.
— Faria?...
Pronto Ayato tinha conseguido plantar a ideia na cabeça de Haruke, o melhor jeito de usar alguém era fazer ela pensar que a iniciativa sempre foi dela, com isso não poderiam te ligar com o seu alvo, o melhor jeito de empurrar alguém de seu pedestal era achar seus inimigos.
— Sim, e se você fizesse eu ajudaria, afinal somos amigos, não?
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Tudo por você
FanfictionAyato aishi era recem chegado na escola akademi high e nenhum de seus colegas sabia a verdade sombria sobre ele, Ayato era alguém vazio, sem qualquer emoção, apenas uma casca não humana, isso até sentir o amor pela primeira vez, por um garoto um ano...