Ayato estava voltando do colégio seu bom humor não podia ser quebrado, ela pensava em seu maravilhoso senpai e como estava chegando perto de tê-lo, Osano najime se foi, Amao odayaka expulso e Kizano sunobu caindo aos poucos do seu trono, todos iriam cair exceto Ayato e seu senpai iria perceber seu amor.
— Aishi.... — Ayato olha para trás por um momento vendo novamente aquela garota morta, uma versão distorcida de Kizano, ele pisca algumas vezes vendo o garoto vivo em sua frente — Posso falar com você?
— Não vejo porque não.
Kizano estava diferente os cabelos soltos ficando na frente do rosto, por cima do uniforme usava um suéter bege, seus olhos estavam profundos e cansados, e estava serio sem um traço de sua dramaticidade natural, ele se encosta no muro de uma das casas olhando intensamente para Ayato.
— Eu sou um ator, não só nos palcos, mas fora dele também. — Até seu jeito de falar que antes era de um modo mais sonoro preenchendo todo o lugar agora parecia acanhado — Eu sei quando alguém está interpretando um papel e mais ainda quando alguém não está...
— Eu não estou entendendo onde você quer chegar. — Ayato sorri friamente, podia sentir aos poucos que estava perdendo a paciência com os fingimentos — Poderia ser mais claro?
— Meus pais sempre quiseram que eu fosse o melhor, mas eu nunca me encaixei entre os populares por isso quando mudei de colégio criei uma nova personalidade. — É quase uma transformação Kizano ajeita os ombros e abre um grande sorriso enchendo seu olhar com desprezo — Kizano sunobu virou uma estrela... mas é apenas mais um papel que eu faço, escondo que eu realmente sou porque... sei que não ia ser aceito... como você.
— Então você me desvendou? Boa sorte com isso, nem eu mesmo sei o que eu sou. — Kizano fica em silêncio era verdade que podia não entender Ayato completamente, mas entendia em parte seus motivos — Se você me entendeu não tem medo de mim?
— Um pouco, me arrepia só de pensar onde você iria para conseguir o que quer e me dá ainda mais medo perceber que você mesmo não sabe seu limite. — Ayato se encosta na outra casa ficando frente a frente com Kizano, ele olha as próprias mãos as imaginando cheias de sangue e isso não o enojava da modo algum — Mas você de uma forma distorcida só quer ser aceito, nós dois fizemos isso de uma forma errada, mas foi o único jeito que achamos... talvez sejamos ferrados demais para o mundo.
— ... Meus pais tinham medo de eu me parecer com minha mãe nesse sentido, eu não me importo nenhum pouco com nada... sem dor, sem tristeza ou alegria... sempre sentindo nada. — Ayato cruza os braços apertando com força seu próprio corpo, aquelas lembranças não eram tão fáceis de reviver. — Passei parte da minha infância em hospitais psiquiátricos e quando descobriram que eu era ferrado demais simplesmente desistiram...
— Então você criou essa persona para ninguém saber disso... já deve ter tido problemas na escola antes, não é. — Ayato assenti, algumas pessoas podiam ser crueis, mas sabia que seus pais tinham mais preocupação do que ele faria ao invés do que os outros faziam com ele — Você gosta muito de alguém não é? Do jeito que você falou no palco, não tem como interpretar aquilo.
— .... Yamada... Ele foi a primeira pessoa que me fez sentir algo na vida... desde que eu o conheci sentimentos estão aflorando... nem todos são bons. — Kizano sabia o que aquilo significava, Ayato devia odiar ele agora, o garoto percebe Ayato pressionando tanto seus braços que suas unhas quase o cortava, mesmo que não parecesse sentir dor — É difícil controlar... sinceramente mal posso contar quantas vezes pensei em você morto...
— Perturbador, mas não a pior coisa que eu já ouvi... — Ayato fica de certa forma supresso, não imaginava Kizano assim, era como se conversasse com outra pessoa — Então você decidiu me contar a verdade... agora não somos mais... inimigos ou sei lá?
— Você não está no meu caminho, não preciso mais me preocupar. — Ayato se vira para ir embora, mas antes de ir sente a vontade de falar mais uma coisa — Sinceramente eu prefiro você assim... é bem menos irritante.
— Não sei se um psicopata falando isso aumenta muito minha autoestima... mas obrigado. — Ayato olha para Kizano com um sorriso fraco, ele ainda não gostava completamente do garoto, mas estava começando a não odiá-lo — Se precisar de aulas de teatro para fingir ser um garoto normal pode me chamar, mas vê se para de pensar em me matar
— ... Talvez... você ainda vai fazer a peça da escola? — Kizano pondera e nega, agora tinha uma desculpa para não fazer e na verdade estava cansado de ser sempre o centro das atrações. — Posso te perguntar algo também?... qual a historia entre você e o Info-kun?
— ....ah... bem, aconteceu um incidente na escola anos atrás e todos culparam ele... eu... fui bem cruel, quando percebi seu ódio por mim uma parte de mim já pensava que Info-kun estava envolvido. — Kizano se sentia mal sempre que lembrava daquele dia, ninguém defendeu o garoto e ele nunca mais apareceu no colégio, um fantasma para todos que julgaram ele — Diga para ele que você me assustou tanto que eu deixei meu cargo no clube para o Haruke...
— Talvez sejamos iguais mesmo... te vejo na escola. — Ayato não consideraria isso uma vitória, mas talvez tivesse ganhado um aliado — Algum conselho para manter o papel?
— Todos os papeis precisam de um fim, é enlouquecedor ser um personagem por muito tempo, acredite em mim. — Kizano se afasta do muro da casa pegando um prendedor de cabelo e amarrando em sei típico penteado — Precisa de alguém para desabafar as vezes, um amigo.
— Você tem um?
— .... Agora talvez.
Os dois vão para lados opostos, e Ayato fica pensando sobre Kizano, as coisas foram para um caminho diferente do que pensava, ele pega o celular quando recebe uma mensagem de Haruke dizendo que seria o protagonista da peça, ele responde a mensagem, quando olha para frente vê a garota olhando para ele, ela estava cheia de sangue e depois de tanto tempo ela fala.
— Você está diferente...
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Tudo por você
FanfictionAyato aishi era recem chegado na escola akademi high e nenhum de seus colegas sabia a verdade sombria sobre ele, Ayato era alguém vazio, sem qualquer emoção, apenas uma casca não humana, isso até sentir o amor pela primeira vez, por um garoto um ano...