Eu e meu alvo fomos a uma viagem de negócios

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  Já fazia três meses desde que comecei a trabalhar na SatoTec, mas algo me fazia sentir a nostalgia da primeira semana, isso era Ranpo e Ayato.

- Aí, Ayato, você não tem seu departamento, não? - Resmungou Ranpo incomodado com a simples presença de Ayato no recinto.

- O que é seu é meu, irmão. - Ele sorriu cinicamente.

- Então vá procurar um canto para você e para de atrapalhar o Hiroshi! -

- Eu não estou atrapalhando ele, estou quieto e trabalhando. - Isso era verdade.

  Quando cheguei ele já estava na minha mesa. Ele disse: bom dia. Hoje vamos partilhar esse mesa.

  Eu disse: ah, se você precisa dela pode usar. Vou encontrar outra.

  Ele disse: vamos partilhar essa mesa.

  Eu disse: mas é pequena para nó...

  Ele disse: vamos partilhar essa mesa.

  E sorriu.

  Então eu me sentei, abri meu computador, peguei meus papéis e comecei a partilhar minha mesa com ele.

- Chefe, você gosta do pequeno Hiroshi? - Perguntou Akashi se levantando para pegar um copo café.

- Eu gosto do pequeno Hiroshi. - Ele sorriu radiante.

- Se você vai ficar aqui, então trabalhe direito e pare de conversar. - Reclamei acostumado.

- Ok, desculpa. - Nem um pouco arrependido, ele sorriu para mim e continuou a trabalhar.

- Você tem sorte, Hiroshi. Fisgou um peixe grande. - Comentou alguém animado para fofocar.

- P...por favor, vocês também devem focar no trabalho. - Mas que povo sem vergonha!

- Ok, ok. - O sorriso no rosto da Akashi era tão maligno quanto o no rosto de Ayato... Me arrepiava.

- Aliás, sobre aquela viagem para Lisboa, o que ficou decidido? - Perguntou ela voltando para sua mesa.

- Seria uma oportunidade extremamente proveitosa para a marca, mas eu tive que recusar. - Disse Ayato dando um suspiro de pesar.

- Como assim? De que viagem vocês falam? - 

- Há um evento sendo organizado e me convidaram para palestrar em um dos dias, mas, como eu disse antes e o Ranpo não quis ajudar, a pessoa responsável pela minha vida não está por perto. Eu morreria indo sozinho para Lisboa. - Ayato sabia fazer drama, eu sabia, mas recusar esse tipo de oportunidade por causa de drama era demais!

- Eu não sei como você chegou tão longe na vida. - Murmurei mais para mim do que para o mundo.

- Há vinte pessoas trabalhando no departamento de segurança, nenhuma pode te acompanhar mesmo? - Sem querer meu tom saiu meio mandão.

- Todos disseram que estão ocupados ou que não podem deixar as famílias. - Resmungou Ayato fazendo um beicinho pequeno e mortalmente fofo.

- Espera, talvez o Hiroshi possa ir com você. Ele tem alguma coisa marcada? - Propôs Akashi inocentemente...

  Agora eu entendo porquê ela sorrir me arrepiava tanto quanto Ayato. Eles estavam juntos nisso!

  Automaticamente eu olhei para Ranpo buscando algum apoio supremo, mas ele suspirou fundo e balançou a cabeça.

- Desculpa, garoto... Não posso mais te proteger. - Ele era mais melodramático que Ayato!!

- Você vai me acompanhar? - Perguntou Ayato com os olhos brilhando na minha direção, me sufocando de amor. Céus!

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora