Capítulo 44 - Irmãos

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Kara Zor-El   |  Point of View





Eu estava acendendo os incensos do templo e senti uma calmaria enorme no meu peito. Nem precisei me virar para saber que Lori estava ali.

— Bom dia, princesa.

— Bom dia, papi.

— E sua mama?

— Foi buscar alguma coisa na padaria. Não tomamos café.

— Ela estava muito enjoada?

— Essa manhã não. Ela tomou o chá que a senhora fez. – Me sentei no tapete em frente ao pedestal e logo ela estava sentada ao meu lado. — Papi, a professora contou que os budistas procuram a iluminação. O que é isso?

— Iluminação... é quando a pessoa consegue controlar a própria mente de maneira tão plena que vira Buda.

— Você conseguiu?

— Não. – Eu disse bagunçando os cabelos dela e ela sorriu. — Eu estou muito longe desta plenitude, mas nunca almejei isto de fato, só queria controlar meus próprios impulsos.

— Conseguiu?

— Sim.

— Dinda Alex conseguiu a iluminação?

— Não. Ela só precisa controlar os impulsos também. Na verdade, eu nem era uma monge de verdade, só uma conselheira.

— Você queria ser monge?

— Não. Só queria me curar para encontrar sua mãe. – Eu disse pincelando o nariz dela e ela gargalhou encostando o rosto no meu braço.

— Ela foi seu primeiro amor, papi?

— Foi. Amor de casal... e meu único amor, filha... agora tenho meu amor de papi por você. – Beijei a testa dela.

— Tia Sam é o primeiro amor da dinda Alex? – Eu me virei para ela.

— Porque estamos falando tanto de amor? – Eu disse.

— A professora falou sobre amor na escolinha.

— Bom... tia Alex amou outra mulher quando era mais nova.

— Mas não se ama só uma vez? Foi o que minha professora falou.

Acho que existem tipos diferentes de amor, princesa. Eu também acredito em amar só uma vez, mas acho que se você perguntar para Alex, ela citara outro amor.

— Vou perguntar. – Eu assenti e ficamos em posição de meditação. Ela aprendeu a meditar e sempre que podemos, estamos elevando nossa espiritualidade.

Quando abri meus olhos, ela estava em minha frente e me encarando.

— Não conseguiu?

— Consegui sim, mas quero conversar com você. – A puxei e ela sentou na minha perna, abraçando meu pescoço.

— Conta o que te preocupa. – Ela pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.

— Vai mudar o que agora?

— Mudar onde?

— Mudar na nossa casa com o bebê. – Rocei nossos narizes e ela sorriu, mas estava desconfortável.

— Não gosta da ideia?

— Não é isso. Eu sempre quis ter um irmãozinho, mas não sei como vai funcionar.

— Eu também não sei. Nunca tive irmãos, mas sempre senti falta de uma companhia. Lena também nunca teve irmãos, então somos muito desinformadas sobre isso. Agora posso dizer que nesses meses precisamos cuidar muito da mama, afinal, ela está carregando outra renovação no ventre.

TRAMA - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora