Catorze.

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— Ludmilla Oliveira, eu acho bom você ter uma ótima explicação para essa merda que você me enviou! — Dayane gritava enquanto esfregava seu celular em minha cara.

Quando Dayane viu a mensagem, ela me ligou várias vezes até que eu acordasse e pegasse o celular e agora, nós estávamos no banheiro da escola e ela estava quase pulando no meu pescoço.

— Não tem explicação, Dayane. A explicação é que a gente transou, simplesmente.

— Como assim você me fala com essa calma, Oliveira?

— Não me chama assim! — Revirei os olhos.

— Eu chamo sim, Oliveira! Sabe por que? Porque você está sem moral nenhuma para reclamar de algo! Você tem noção do que você fez? Você sabe quem ela é? Pois eu vou refrescar sua memória, ela é a noiva do seu pai!

— Para de jogar toda a culpa em mim como se eu tivesse seduzido ou estuprado ela! Quem se jogou pra cima de mim foi ela, eu não fiz nada sozinha. E quem começou foi ela.

— Não importa quem começou, Oliveira! — Ela gritava cada vez mais.

— Dá pra você falar mais baixo, caralho! Daqui a pouco a escola toda já está sabendo, e se fosse pra espalhar eu mesma faria isso.

— Eu ainda não consigo acreditar! Logo você, Ludmilla. A pessoa que mais despreza essas atitudes. Você não pensa no seu pai ou na Hailee?

— Por que você não vai perguntar pra ela se ela pensa também? — Respondi.

— Porque a minha melhor amiga é você, não ela. Eu tô cagando pra Brunna, Ludmilla. As únicas pessoas que me importam é o tio Rê e você. E eu não quero que ele saia machucado dessa palhaçada toda. Afinal, ela ama ele ou não?

— Ela diz que ama. Diz que não entende o porque de sentir tanta atração física por mim, mas que realmente ama ele.

— E você, Ludmilla, o que sente por Hailee?

— Eu gosto dela. Não amo mais como amava antigamente, até porque se passou anos já. Nenhum amor permanece o mesmo depois de três anos separados, mas ela mexe comigo. Ela continua a mesma Hailee que eu me apaixonei.

— E você acha que ela merece isso?

— Não. Nem ela, nem meu pai — Suspirei — Mas eu não consegui me segurar, Dayane. Você mais do que ninguém sabe como esse mulher me afetou. Mas isso não vai se repetir, era só curiosidade, agora que aconteceu perdeu a graça.

— Eu espero não que se repita mesmo, Ludmilla. Porque eu amo você, e não vou admitir que isso aconteça outra vez. E essa Brunna que se cuide, porque eu estou de olho nela.

— Não vou te decepcionar outra vez — Abracei-a.

— Eu realmente espero que não, Ludmilla.

Cheguei em casa estranhando o carro desconhecido que estava parado em frente de casa.

Entrei em casa e assim que fechei a porta ouvi risadas vindo da cozinha, além da voz de Brunna eu podia escutar uma outra voz feminina, que era completamente desconhecida por mim.

Caminhei até a cozinha não me aguentando de curiosidade, porque eu era dessas.

Logo avistei uma negra linda, com um corpo escultural, e os cabelos cacheados estavam soltos e volumosos.

— Hey, Lud! — Brunna disse sorrindo e a outra mulher olhou pra mim sorrindo — Essa é a Júlia, minha melhor amiga, ela veio me visitar, passar alguns dias aqui.

— Oi Júlia, prazer. Eu sou a Ludmilla. — Sorri e fui até ela, cumprimentando-a com dois beijinhos.

— Prazer, Ludmilla — Ela disse sorrindo.

Caralho, que sorriso!

— Bom, vou subir para tirar esse uniforme, porque eu não aguento mais — Revirei os olhos fazendo careta e as duas riram.

Me retirei dali e fui quase me arrastando para o meu quarto, eu estava quase morrendo de tanto sono, já que na noite anterior a última coisa que eu consegui fazer foi dormir.

Quando eu estava quase na metade das escadas, ouvi a campainha tocando, desci novamente e fui até a porta.

— Amor! — Hailee disse sorridente quando eu abri e se jogou em meus braços.

— Que surpresa boa, meu amor! — Eu disse sorrindo enquanto a apertava.

— Eu tentei me segurar, mas estava com saudades. Que cara de acabada é essa, amor? — Ela perguntou rindo.

— Não dormi direito essa noite.

— Mas você saiu de casa tão cansada — Ela disse maliciosa.

— Você não presta — Ri e a puxei para dentro.

— Oi, Hailee! — Brunna saiu da cozinha sorridente, sendo seguida por Júlia.

— Oi, Bru! — Hailee respondeu sorridente.

— Hailee, deixa eu te apresentar minha amiga. Hailee, essa é Júlia. Ju, essa é a Hailee, namorada da Ludmilla. — Brunna disse ainda sorrindo.

— Prazer, Júlia! — Hailee também a cumprimentou com dois beijinhos.

— Nós vamos fazer uma maratona de filmes hoje, já que o Rê só volta mais tarde. Vocês querem acompanhar a gente? — Brunna perguntou.

— Fico muito grata pelo convite, Bru. Porém, eu estou extremamente exausta e preciso dormir um pouco. Com licença, vamos subir — Puxei Hailee para o andar de cima e fomos para o meu quarto.

Eu não queria ficar perto de Brunna. Para mim, quanto mais longe melhor.

Tirei minha roupa e me deitei na cama, logo sentindo os braços de Hailee me envolver, ela ficou fazendo cafuné em minha cabeça até eu finalmente adormecer.

— Hey, dorminhoca, acorda! — Abri os olhos devagar e vi Dayane ajoelhada ao meu lado, ela me olhava sorrindo.

Olhei para o meu lado e ele estava vazio.

— Cadê a Hailee? — Perguntei.

— Brunna disse que ela precisou ir embora, mas não teve coragem de acordar você.

— Entendi — Dei de ombros.

— Vem cá, que pitelzinho é aquele na sala?

— Tá falando da Júlia?

— Sim! — Ela respondeu animada.

— Pitelzinho, Dayane? Ela é um mulherão da porra! — Eu disse indignada e Dayane gargalhou​ — Ela é amiga de Brunna, vai ficar uns dias aqui.

— Uns dias? Que ótimo! — Ela me encarou maliciosa e eu gargalhei novamente.

— Você realmente não presta, Dayane!

Minha querida madrasta. Onde histórias criam vida. Descubra agora