Silêncio. Era a única coisa que acontecia ali. Brunna me encarava com os olhos arregalados e eu simplesmente estava paralisada.
Abri a boca diversas vezes, mas nada saía. Eu estava completamente muda, eu não sabia como explicar e nem sabia se tinha um jeito leve de fazer isso.
— Ninguém vai dizer o que está acontecendo? — Jorge falou — Cadê o Renato?
— Papai — Brunna disse baixo — Nós estamos juntas.
Mirian arregalou os olhos e me olhou, depois encarou Brunna e então olhou para Jorge.
— Vocês estão brincando comigo, não é? — Mirian disse forçando uma risada.
— Não estamos, dona Mirian. Eu e Brunna estamos juntas.
— E Renato?
— Ele viajou. Meu pai sabe sobre nós. Está chateado, mas aceitou.
— Mas isso é inaceitável! — Mirian disse — Meu Deus, ela é a filha do seu ex-noivo, Brunna!
— Eu sei, mamãe. Você acha que eu escolhi me apaixonar por Ludmilla? Nem eu e nem ela queríamos isso, mas aconteceu.
— Aconteceu... — Ela repetiu a última palavra forçando o riso — Não acho que se apaixonar pela filha do seu noivo é algo que aconteça. Quando isso começou?
— Assim que eu cheguei, na primeira vez que Renato foi viajar.
— Meu Deus! — Ela gritou — Você só pode estar de brincadeira, Brunna. Você repetia para Deus e o mundo o quanto era apaixonada por Renato, que ele era o homem da sua vida e que você nunca amou tanto alguém daquele jeito.
— E eu realmente acreditava nisso. Todas as vezes que eu disse que era apaixonada por ele eu realmente acreditava em minha palavras, não era da boca pra fora. Entretanto, quando eu conheci a Ludmilla, mais precisamente na primeira noite que ficamos sozinhas, eu senti algo diferente dentro de mim, como se tivesse um imã nela que me atraísse. — Jorge a interrompeu.
— Chega, Brunna. Eu já vi essa história antes.
— Eu sei bem, Jorge — Eu disse e ele me olhou surpreso.
— Eu não consigo aceitar isso. Brunna, você nunca me disse que gostava de mulheres. — Ela estava visivelmente irritada e eu não sabia se era pela situação ou por eu ser uma mulher.
— Nunca disse porque nunca tive algo sério, já havia ficado com uma, mas não passou disso. E, Ludmilla não foi questão de gênero, mas sim o jeito dela.
— Isso é demais pra minha cabeça processar. — Mirian disse — Vamos embora por favor. Eu volto amanhã.
— Mamãe — Brunna chamou Mirian que a olhou negando com a cabeça.
Taylor que estava quieta até agora, se levantou e os seguiu para fora da casa, mas antes parou em minha frente e sussurrou.
— Vou conversar com ela.
— Obrigada — Sorri e ela saiu.
Fechei a porta e Brunna estava sentada no sofá chorando, fui até ela e a abracei.
— Vai ficar tudo bem, meu amor — Eu disse beijando o topo da sua cabeça.
— Eu tenho medo dela não aceitar, nunca conversei com ela sobre esse assunto, Lud, não sei o que ela pensa sobre.
— Calma, meu amor. Ela vai se acalmar e eu tenho certeza que vocês terão a chance de conversar, tá bom?
— Eu espero que sim, amor — Ela me olhou e eu a beijei. Precisava que ela sentisse que independentemente do que acontecesse eu sempre estaria ao seu lado, porque eu a amo.
— Eu te amo — Ela sussurrou.
— Eu também amo você. — Sorri.
— Vem, vamos deitar. — Puxei-a, e subimos para o meu quarto. Em dois dias iriamos nos mudar e logo meu pai estaria de volta — era o que eu esperava pelo menos.
*****
— Mama! Mama! — Gritei enquanto corria até a cozinha.
— Meu amor, mama já pediu para que você não corra pela casa, vai que você se machuca.
— Eu fiz esse desenho para você. — Entreguei a folha com o desenho da nossa família. Eu, mama, papa e os milhares de cachorrinhos que eu queria ter.
— Está lindo, meu amor. Parabéns! Mama amou! — Ela me encheu de beijos, fazendo-me rir.
— Mama, a senhora sabia que eu vou ser uma grande médica veterinária? — Eu disse animada e seu sorriso aumentou.
— Mama fica tão feliz em saber que você ama ajudar os animaizinhos. Qualquer decisão que você tome, terá o meu apoio, amor. Eu te amo.
— Eu também te amo, mama. — Pulei em seu colo e beijei seu rosto.
Acordei com uma estranha sensação de paz que eu nunca havia sentido em sonho algum com mama. Eu pude senti-la perto de mim, apesar de ser bem pequena no sonho.
"Qualquer decisão que você tome, terá meu apoio"
Ela estava me apoiando, ela estava do meu lado como sempre esteve e sempre vai estar. Isso me deixava tão feliz, senti-la tão perto de mim quando parecia que ela estava tão longe era incrível.
Senti meus olhos marejarem e me permiti chorar. Encarei Brunna e sorri, não poderia estar mais feliz, mesmo sabendo que nem tudo estava bem e que ainda precisava me resolver com meu pai. Entretanto, eu sabia que no final tudo daria certo.
— Está chorando, amor? — Brunna disse, sonolenta. A olhei e sorri.
— Estou, mas é de felicidade, meu amor. Eu amo você. — Beijei sua testa e a abracei forte.
Independente da situação, eu sabia que eu e Brunna iríamos continuar juntas.
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Minha querida madrasta.
FanfictionEu sempre apoiei meu pai para que ele encontrasse alguém que pudesse fazê-lo se sentir feliz novamente, como era com minha mãe. O que não esperava era que minha querida madrasta fosse gostosa, linda e tão irresistível. Ludmilla (G!P) Adaptação Brum...