Me diga todas as suas ideias malucas. Eu quero ir para um lugar novo.
Se o diretor tivesse me chamado para fazer um ritual satã vestido de vermelho, é provável que eu ficaria menos surpreso do que estou agora.
Será que alguém poderia me dizer o que aconteceu?
Depois que o diretor deu a permissão para me retirar de sua sala, eu estava agora voltando para o restante da minha aula de matemática. Os meus passos eram rápidos pelo chão de concreto frio, eles pareciam pesados e faziam um som peculiar e ritmo. A luminosidade clara da manhã batia em meus olhos azuis, enquanto eu olhava em volta já com saudade de algo que eu nunca pensei perder.
Os corredores brancos do Colégio Paramythi eram longos e largos, repletos de armários que interviam entre o azul e amarelo. Posters defendendo causas como o meio ambiente ou a luta contra o bullying pareciam pintar as paredes, eles eram coloridos e alinhavam-se perfeitamente com a paisagem do lugar. Entre estes, portas de madeira clara eram encontrados como um portal para as salas de aula, onde dentro localizavam-se professores discutindo e alunos cansados, que se perguntavam o quanto que faltava para o horário de sair.
Pelo vidro da porta, um professor ruivo e alto me olhou com a mistura de confusão e raiva. Eu apostei que ele estava decorando o meu rosto para levar a informação de que eu não estava na aula até o diretor, assim que o quarto tempo acabasse.
O ignorando, me segurei no corrimão de ferro que apareceu em minha frente, depois subi as escadas rapidamente e coloquei as mãos no bolso. Quando cheguei no terceiro andar e comecei a caminhar em direção à sala 304 - onde a minha aula se localizava -, senti um peso caindo sobre mim em um abraço por trás.Tropecei pelo espanto e arregalei os olhos, antes de me virar e empurrar levemente a pessoa que me agarrou. Ela riu da minha reação, ergueu e balançou freneticamente as mãos, enquanto me dizia um animado "Oi!".
"Raquel!!", gritei, enquanto colocava a mão no peito, "Você, por acaso, conhece uma palavra chamada limites?"
A garota apenas revirou os olhos, ainda sorrindo.
Ela tinha cabelos marrons claro e lisos, curtos apenas o suficiente para bater na exata altura dos ombros. Olhos verdes e claros eram o que se encontrava no seu rosto, além de pequenas sardas preenchendo o nariz pequeno. O seu estilo animado de sempre era entregado por suas roupas, as quais se penduravam no corpo pequeno e magro da garota.
Sua mãe trabalhava como atendente de um fast food e ela se tornou bolsista da escola ao mesmo tempo que eu, quando tínhamos apenas 8 anos. Desde então, Raquel Abelló se tornou a minha melhor amiga.
"O que tá fazendo aqui, nerd? Não devia estar na aula?", uma outra voz chamou ao fundo.
Me virei para encarar a sua namorada de cabelos roxos, "Não é da sua conta, Ana.", respondi.
Ela cruzou os braços e estalou a língua, obviamente nem um pouco ameaçada.
Encolhi os ombros. Kuang Ana era o meu pequeno inferno em forma de pessoa.
Desde que passou a estudar nesta escola e eu a conheci juntamente de Raquel, aos 9 anos de idade, ela já tinha o seu jeito gótico e determinado. A garota sempre foi rebelde e um perigo para a nossa escola, o que era interessante, considerando que o dono de Paramythi era o seu pai.
Sua pele era assustadoramente clara, seus cabelos eram extremamente longos, roxos e ondulados e ela tinha olhos puxados e negros, os quais pareciam brilhar sempre que ela tinha algum plano maluco - o que acontecia com frequência.
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Se Histórias Fossem Para Sempre
Cerita PendekBen Wagner é um garoto de 16 anos que perdeu a mãe ao mesmo tempo que perdeu a inocência. Sem suas histórias de dormir e a tranquilidade ao acordar, ele foi se prendendo em uma prisão na qual a coerção de ser o melhor foi a única coisa que restou...