Six

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Sábado, 23 de fevereiro de 1991, Seattle.

Conforme os dias se passaram após o ocorrido, não tive mais notícias de Dave; o que me deixou pior em relação aos meus sentimentos e me deu algumas inseguranças de brinde. Era um sábado à tarde quando Eddie apareceu em casa alegando que tinha um convite incrível e sem chance de recusa para mim.

- Ok, Eddie, qual a sua grande ideia para passar o dia comigo?

Eddie sorriu, dando um gole em seu café.

- Eu decidi te sequestrar e te levar para surfar, como nos velhos tempos. Só eu e você, pranchas de surf, o mar e quem sabe depois alguns hot dogs, o que me diz?

Assenti, sem pensar duas vezes.

- Você sabe a resposta, não sabe?

- Vai se arrumar, mocinha.

Saltitei até o quarto e troquei de roupa, colocando uma roupa de surf e arrumei uma mochila com coisa que provavelmente Eddie esquecera, como protetor solar, óculos de sol e toalhas para nos secarmos.

- Estou pronta, Vedder mais velho!

Saímos juntos até seu carro e o que se sucedeu após isso, foram longas 1 hora na estrada cantando, rindo e conversando sobre nossas vidas e coisas que queríamos fazer. No fundo sabia que nada iria me animar mais naquele clima do que ver meu irmão e passarmos um tempo juntos; mesmo que eu ainda estivesse triste pelos ocorridos da semana passada. Se eu havia contado para ele? Claro que não!

Eddie era um irmão do tipo ciumento e com isso, não duvido nada que ele iria até Dave e quebraria a cara dele. Na verdade de qualquer pessoa que ousasse se aproximar de mim como Dave fizera.

- Chegamos, pequena.

- Olha quem fala, nanico. – Disse e mostrei a língua para ele que riu – Vamos logo tirar as coisas do carro e entrar no mar!

- Vamos, antes que você exploda de ansiedade aqui mesmo.

Enquanto descarregávamos as coisas para colocar na areia, Eddie me contara que haveria um luau pela noite naquela mesma praia e que a galera de sempre estaria lá, teria muita cerveja e quem sabe até algumas músicas. Dave estaria lá e ele era a última pessoa que eu desejava ver, mas os rapazes da Pearl Jam estariam e Lilly também. Não seria justo comigo deixar de me divertir por conta de um bobão como Dave.

Quando meus pés tocaram a água, uma paz me atingiu por completo; eu amava a praia e todo o significado que ela possuía para mim, me fazia lembrar de todos os poucos momentos felizes da minha infância e adolescência com Eddie e de como corríamos para o mar quando tudo dava errado em casa, como corremos para Seattle quando a Moockie Blaylock aprovou a demo dele e tudo começou.

Eddie e eu passamos o resto da tarde surfando de maneira nada profissional e rimos conforme caíamos na água ou nos desequilibrávamos da prancha ou coisas do tipo; assim que voltamos à areia, caímos cansados nas toalhas de praia e ficamos observando o sol se pôr, que era nosso momento preferido do dia. Na volta para casa paramos em uma lanchonete na estrada para comer e descansar um pouco, era eu quem assumira o volante pois Eddie havia dirigido na ida.

Quando chegamos em casa fomos direto nos arrumar e esperar pela nossa carona; estava uma noite agradável em Seattle então decidi colocar um vestido branco com detalhes em preto que era justo em cima e solto na cintura, um all star preto e prendi meus cabelos, assim que saí de meu quarto, Eddie ainda se arrumava. Segui até a varanda e vi Chris de costas e não pude deixar de reparar em seu físico, e em seus cabelos molhados caindo sobre as mesmas.

- Oi, Cornell. – Chamei ele que logo tomou um susto.

Minha primeira impressão foi rir de sua carinha de susto.

Show me How To Live - Chris CornellOnde histórias criam vida. Descubra agora