Twenty-nine

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Então eu fiz algo do qual eu me arrependeria depois e o puxei para um beijo. Era um beijo com gosto de saudade daquilo que não deveria ter acabado.

Nos separamos pela falta de ar e um sorriso totalmente bobo saiu de seus lábios. E acho que dos meus também. Estávamos igual idiotas nos olhando com um sorriso estampado no rosto. Voltei a beija-lo então, de maneira mais despretensiosa.

There's a little black spot on the sun today
It's the same old thing as yesterday
There's a black hat caught in a high tree top
There's a flag pole rag and the wind won't stop

Há um pontinho preto no sol hoje
É a mesma coisa antiga de ontem
Há um chapéu preto preso no topo de uma árvore alta
Há uma bandeira rasgada e o vento não vai parar

Deixei com que me deitasse no sofá e aquela noite fizemos muito mais que trocar singelas carícias. Puta merda como eu senti falta disso, falta dele. Me senti como se estivesse por alguma razão usufruindo daquele momento como uma despedida. 

Olhei para ele deitado ao meu lado, estávamos deitados no sofá e ele parecia sereno demais. Eu também. Me sentia aliviada. Vesti sua camisa e olhei para a janela na minha frente e um lapso de realidade me atingiu.

Ele tinha uma filha e a mãe dela morava com ele. Ele tinha uma vida e eu também.

Meu Deus, o que eu estou fazendo? - eu me questionava, silenciosamente. Torci muito para que a carta de aprovação chegasse logo, mas uma pequena parte dentro de mim que gostava de se sabotar, torcia para que eu não fosse e fizesse dar certo com ele. Eu não podia pensar assim, eu tinha um futuro em minhas mãos e não queria viver sendo somente a namorada de alguém, ou a esposa de alguém.

Me servi de um pouco de água e encostei no balcão, esperando alguma luz divina me iluminar e me dar algum tipo de sabedoria. Assim que acabei, voltei a me deitar naquele sofá e tentei pegar no sono.

Chris

Eu ansiava como ninguém por tê-la de volta em meus braços e isso era inegável. Aquele foi um momento com tom de despedida, parecia que ela queria aquilo pela última vez.  Eu a queria mais do que só uma última vez, e planejava deixar isso claro a ela de uma vez por todas.

Quando os raios de sol bateram em meu rosto me dei conta de que dormimos no sofá da sala dela. A peguei no colo então e a levei para a cama. Estava disposto a mudar toda essa situação com ela, a ajeitar minha vida para estar com Layla.

Eu a amava.

Levantei cerca de uma hora depois e fui até a cozinha enquanto ela dormia; fiz café da manhã para nós e quando estava terminando de arrumar a mesa, abri a porta para pegar o jornal. Junto com ele havia um envelope grande de algum lugar da Inglaterra. Mais especificamente, de Oxford.

"Oxford University"

O que ela estava planejando?

Peguei ambos, fechei a porta e me sentei no chão para abrir aquele envelope que estava começando a me perturbar. Em meus ombros haviam duas vozes, uma dizendo para eu abrir e outra insistindo para que não fizesse já que abrir correspondência alheia era também crime federal.

O larguei no balcão da cozinha e preparei algumas torradas para ela. Logo uma figura de um metro e sessenta apareceu na sala com a feição de sono mais linda que eu já havia visto. Deus, como pude perder essa mulher?

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⏰ Última atualização: Sep 07, 2023 ⏰

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