Cap 5 || Cachorro quente

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Meu lanche chegou e eu não fazia ideia de como comia isso. Era gigante e tinha muitas coisas. Lucas me olhava ansioso, eu peguei o cachorro quente em minhas mãos e dei uma mordida, surpreendentemente era gostoso.

- E daí? - Lucas questionou.

- Horrível, só vou comer porque estou com fome. - Disse e ele revirou os olhos.

Eu continuei comendo e de repente um flash pipocou na minha frente, olhei para o Lucas e vi ele com o celular na mão.

- Quero guardar esse momento. - Lucas disse e eu revirei os olhos.

Quando percebi já tinha comido todo o meu lanche, Lucas olhava com um sorriso de satisfação, era como se ele tivesse vencido uma batalha. Eu estava morrendo de sede então peguei seu copo onde ainda tinha um pouco de refrigerante.

- Não, você não vai colocar a boca no meu copo. - Lucas disse pegando o copo antes de mim.

- Lucas, eu nem vou dizer onde já coloquei minha boca em você. - Disse e tentei pegar o copo da sua mão, mas ele desviou. - Eu tô com sede.

- Só se me pedir por favor. - Ele disse.

- Esquece. - Disse levantando da mesa e indo em direção a barraca. - Eu quero uma água, por favor. - Pedi ao moço que trabalha na barraca.

Enquanto ele pegava a água para mim Lucas apareceu do meu lado.

- A minha conta. - Lucas pediu ao moço logo após ele me dar a água. - Como você vai pagar o seu?

- Droga, esqueci meu cartão. Vocês aceitam pix? - Perguntei e o homem respondeu que não. - Paga pra mim, Lucas. Depois a gente se acerta.

- Não. - Lucas respondeu olhando sua carteira.

- Lucas, por favor, eu não tenho como pagar.

- Moço, ela vai lavar louça. - Lucas disse e entregou o cartão ao homem.

- Lucas. - Pedi irritada.

- Coloca o lanche dela junto com o meu. Vou pagar os dois. - Lucas disse.

-  A água também. - Disse de sobressalto.

- Quero ver como você vai pagar isso aí. - Lucas disse malicioso.

- Eu sempre pago, você sabe. - Disse.

Assim que Lucas pagou, nós voltamos para o carro. Eu estava com muito frio.

- Agora nós vamos para o meu apartamento, né? - Lucas disse.

- Não, eu vou para minha casa. - Respondi bebendo minha água.

- Aham. - Lucas disse sem me dar importância.

- Lucas, eu vou para a minha casa.

- Sim, Maria Luiza. Você me chamou para ir embora para você ir para sua casa.

Nesse momento eu abri a janela do carro, me debrucei sob ela e gritei socorro. Passamos por dois homens e eles nos olharam assustados.

- Socorro. - Gritei de novo.

- Maria Luiza, para com isso. - Lucas pediu.

- Você vai me levar para casa? - Perguntei a ele.

- Vou. Senta aqui agora. - Ele disse enquanto ainda dirigia.

- Tudo bem. - Disse me recompondo e sentando novamente.

- Você é maluca. - Ele disse.

- Mas dessa vez, eu venci. - Sorri e ajeitei meu cabelo.

Lucas dirigiu em silêncio até a minha casa, eu também fiquei, só queria chegar logo.

- Tá, Maria Luiza, desce logo. - Lucas disse assim que estacionou.

- Não vou convidar você para entrar. - Disse tirando o cinto.

- Eu não quero  entrar, não quero pular mais uma janela. - Lucas disse.

- Fiz isso porque odeio você. Naquele dia você poderia ter saído pela porta tranquilamente. - Eu disse.

- E eu só aceitei pular a janela porque não aguentava mais olhar para aquela foto sua na parede do seu quarto. Inclusive sua cama é horrível. - Lucas disse.

- Não tão horrível quanto a sua cara. - Respondi.

- Anda logo Maria Luiza. Desce do carro. Sua presença tá me dando enjoo.

- Deve ser aquela comida horrível que você me deu.

- Tão horrível que você comeu tudo.

- Fome, você conhece?

- Aham, sei. - Ele disse e ligou o carro. - Anda logo.

- E se eu não quiser ir?

- Eu sei que é difícil se despedir de mim. - Ele disse e eu revirei os olhos. - Mas seu pai vai acordar daqui a pouco e eu quero ver que justificativa você vai dar para ele.

- Meu pai vai prender você por achar que você que me sequestrou.

- Eu não perderia meu tempo com você. Você fala tanto que eu ia pagar pra devolver você e sabe o melhor? Seu pai não iria aceitar.

- Eu odeio você. - Disse o olhando com os olhos semicerrados.

- Aham, desce agora. - Ele disse e arrumou o cabelo.

Eu abri a porta do carro, mas antes de sair o olhei.

- Você é feio e tá ficando careca, antes que eu me esqueça.

- E você é chata e seu peito é mole. - Ele disse para me provocar.

- Você sabe que meu peito não é mole. - Disse e o olhei.

- Na verdade não sei, não lembro a última vez que vi.

- Nem vai ver.

- Se eu quisesse tenho certeza que veria. - Ele disse de braços cruzados.

- Você é um idiota.

- Maria Luiza, preciso saber se você vai descer ou não. Eu quero ir para minha casa.

- Tchau. - Disse.

Me estiquei em sua direção para dar um beijo no seu rosto de despedida, mas Lucas virou o rosto e então eu grunhi de raiva. Nesse momento ele sorriu e me beijou. Eu estiquei meus braços e envolvi seu pescoço enquanto ele segurou minha cintura. Não importa como seja a noite, ou o quanto a gente brigue, no final sempre acabamos assim.

Idiota - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora