Cap 16 || Gravidez

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Ponto de vista: Lucas

Não lembro se consegui dormir aquela noite, acho que a ficha demorou para cair e entender que a Maria Luiza realmente estava grávida. Ela chorou a noite inteira falando o tempo inteiro que seus pais iriam mata-la, até tentei explicar que ela não tinha mais 16 anos, que ela é adulta e que seus pais não ligariam, mas ele não entende.

A verdade é que ela é meio ingênua as vezes e acho que como foi muito mimada por sua família ela não atende esse tipo de coisa, então sobrava para eu ser o adulto responsável aqui. Logo eu.

A Maria Luiza por mais chata que seja, é uma boa pessoa. Eu gosto dela, mas do nosso jeito, brigando o tempo inteiro e implicando um com o outro, mas nunca pensei estar nessa situação com ela.

Ela dormiu aquela noite abraçada em mim, já dormimos muitas vezes juntos e essa é a primeira vez que isso aconteceu. Ela estava com medo e eu também, mas nesse momento não podia demonstrar.

Ela acordou como de costume cedo no dia seguinte, ela sempre acorda cedo, mas dessa vez eu também já estava acordado.

- Dormiu bem? - Perguntei assim que ela abriu os olhos.

- Eu pareço que dormi bem? - Ela perguntou e eu a olhei, ela estava com olheiras fundas.

- Você parece bem. - Eu disse e ela encheu os olhos de lágrimas.

- Meus pais vão me matar. - Ela repetiu essa frase pela vigésima vez.

- Não, não vão. Você é adulta e seus pais sabem disso. No máximo eles vão te chamar de irresponsável. - Brinquei achando que ela poderia responder da mesma forma.

- Eu nunca passei por isso.

- Eu também não, né Maria Luiza. Você fala como se toda semana uma menina batesse na minha porta dizendo que está esperando um filho meu. - Eu disse e ela me olhou.

- Espero que você não tenha mais filhos mesmo, não quero que meu filho precise brigar pela herança na justiça com outros irmãos depois que você morrer. - Ela disse secando as lágrimas e eu sorri, era a primeira vez que ela respondia uma provocação minha desde ontem.

- Viu só, você já está se acostumado com a ideia de ter um filho. - Eu disse.

- Eu quero morrer. - Ela disse chorando novamente.

- Não, você não pode morrer porque agora você está esperando meu primogênito. - Eu disse e ela me olhou.

- Você não se importa comigo. - Ela disse esfregando os olhos.

- Nunca me importei, mas agora você está carregando meu filho, então eu vou cuidar de você até ele nascer. começando por esse café da manhã. Levanta, lava o rosto e vem porque eu vou preparar o café da manhã para vocês. - Disse levantando da cama e abrindo a janela.

- Eu não quero, você faz a comida salgada. - Ela disse chorando.

Revirei os olhos e a deixei chorando até ela levantar.

Maria Luiza comeu, mas passou a tarde inteira deitada no sofá olhando para o chão. Eu não aguentava mais tentar anima-la.

- Tá com fome? - Perguntei a ela.

- Não. - Ela respondeu sem me olhar.

- Você precisa se animar, pensa pelo lado positivo, pelo menos o pai do seu filho sou eu, podia ser o Gabriel e seria tudo pior. - Eu disse.

Eu disse e ela levantou correndo e foi até o banheiro, eu fui atrás e quando cheguei lá ela estava ajoelhada em frente ao vaso vomitando, eu segurei seu cabelo e esperei ela terminar.

- Eu odeio você. - Ela gritou assim que terminou.

- Mas porquê? Eu tô ajudando você. - Perguntei.

- Olha o que você fez comigo. - Ela gritou.

- Mas você fala como se eu tivesse feito sozinho.

- Lucas, você só tinha um trabalho, usar camisinha e nem isso você fez direito.

- E porque você não se cuidou? Até onde sei eu vou ser pai, mas você também vai ser mãe. - Disse e ela começou a chorar, me abaixei tentei abraca-la, mas ela desviou.

- Eu recém vomitei, não quero que você me abrace. - Ela disse e levantou do chão. - Meus pais voltam de viagem hoje, como vou contar pra eles isso?

- Sei lá, compra uns sapatinhos.

- Não, Lucas. São meus pais, ninguém conta para os pais assim. - Ela disse secando as lágrimas.

- Vamos fazer assim. Você vai para casa, me diz quando eles estiverem calmos e eu vou lá para ajudar você a contar.

- Ok, essa pode ser uma boa ideia. Eu vou para casa e quando eles tiverem bem eu ligo para você.

Idiota - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora