Cheguei da terapia e fui direto almoçar, dessa vez nem chamei o Lucas, já que ele não faz questão de estar comigo, eu não vou fazer questão de convida-lo, mas ainda não saía da minha cabeça o que eu disse para a terapeuta.
- Almoçando sozinha? - Lucas disse aparecendo na sala de jantar.
- Sim, a Mara não quis almoçar comigo hoje. - Disse e dei de ombros.
- E porque não me chamou?
- Você esteve tão ocupado nos últimos dias, pensei que estaria agora também. - Respondi, ele me olhou por alguns segundos e em seguida começou a se servir.
Ficamos em silêncio enquanto comíamos, ele ficou no celular o tempo inteiro, aquilo estava me estressando.
- A minha terapeuta pediu para você ir comigo na próxima semana. - Eu disse quebrando o silêncio.
- Porquê? - Lucas me olhou.
- Ela não diz. - Dei de ombros.
- Você falou de mim para ela?
- Eu estou grávida e você é o pai do meu filho, caso você tenha esquecido. - Disse irônica.
- Tudo bem. - Ele disse e ficou novamente no celular.
O seu silêncio me estressava então eu levantei da mesa sem dizer nada e fui em direção do quarto do bebê. Sentei na cadeira de amamentação e suspirei. Imediatamente ele me mexeu, eu sorri e acariciei a minha barriga, é tão bom sentir que ele está dentro dela.
Fiquei por minutos assim até que meu celular tocou, era a Bruna me convidando para irmos ao shopping, eu aceitei e fui trocar de roupa.
Caminhamos bastante aquela tarde, eu comprei várias roupas já que a maioria estavam apertadas e Bruna comprou um presente para o bebê. Estou pensando em convida-la para ser madrinha do Davi, mas parece tão pouco tempo. Tenho medo de nos afastarmos daqui a alguns dias.
- Amiga, você está tão quieta. O quê está acontecendo? Você está se sentindo bem?
- Sim, só estou pensativa. - Disse com um sorriso sem graça.
- Mas não é nada com o Davi, ne? Eu fiz você caminhar um monte hoje, você não está sentindo algo, está? - Ela questionou preocupada.
- Não. O Davi está ótimo.
- É com o Lucas então? Vocês continuam brigados? - Ela questionou e nesse momento eu gelei porque simplesmente era difícil demais falar sobre o Lucas e eu.
Mas eu preciso superar isso.
- Acho que sim. - Disse sem graça e ela me olhou com dó. - Eu acho que ele não gosta de mim como eu gosto dele. Para ele eu sou a mãe do filho dele, para mim ele é meu namorado. Você entende?
Disse e no mesmo momento fiquei com sentimento de que falei demais.
- Entendo, mas você já tentou falar com ele?
- Não, ele tá distante nos últimos dias. O que é engraçado porque nós estávamos bem.
- Mas ele pode estar passando por um momento de duvidas também. - Ela disse e se ajeitou na cadeira. - Pensa só, vocês se conheciam a anos, sempre ficaram sem compromisso algum, aí de repente vocês vão ter um filho e moram na mesma casa. Deve ser difícil para os dois.
- As vezes eu acho que eu ter engravidado estragou tudo entre nós.
- Eu já vi várias vezes você falando isso. Falando eu ter engravidado. - Ela fez aspas com os dedos. - É como se você se culpasse por algo que não aconteceu porque você quis. Vocês dois estão grávidos, a diferença é que você quem carrega o bebê. - Ela disse e nós duas rimos. - Mas isso não foi culpa sua. Não foi culpa de ninguém e vocês aceitaram estar juntos por que no fundo se gostam. Por mais que não queiram admitir.
Nesse momento a Bruna estava sendo mais útil que a terapeuta.
- Obrigada por me dizer essas coisas, tem sido tão difícil conversar.
- Você pode conversar comigo sempre. - A Bruna disse e sorriu.
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Idiota - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES 🚫 Um casal precisando conviver mesmo com suas desavenças.