Faz alguns dias que estou me sentindo estranha, muito cansada, irritada e o principal, com muito enjoo, exatamente igual a gravidez do Davi.
Eu não quero gerar uma expectativa no meu filho e no meu esposo porque sei que eles querem um bebê na família e eu tenho medo de decepciona-los.
Eu estava jogada na sala depois de treinar, o Johnny apareceu e veio brincar comigo, surpreendentemente ele lambeu minha barriga, por mais irracional que seja, por um momento eu achei que ele pudesse estar pressentindo que eu estou grávida. Acho que estou enlouquecendo.
- Olha, quem não queria um cachorro. - Lucas apareceu na sala e me flagrou brincando com o cãozinho.
- Ele é fofo.
- Você não pensou nisso quando ele chegou. - Lucas disse com uma garrafa de água na não. - Johnny, ela é falsa. Ela não queria você.
- Não ouve ele, Johnny. Ele tem inveja da nossa amizade. - Respondo virando o rosto do cachorro para mim.
- Vai ser a mesma coisa com outro filho, você diz que não quer, vai aparecer grávida, surtar e depois acostumar com a ideia. - Lucas disse e eu gelei. - Igual foi com o Davi.
Imediatamente meu coração disparou.
- Porque você está falando isso? - O olhei.
- Maria Luiza, tá tudo bem? Seus lábios ficaram brancos do nada. - Lucas disse se aproximando.
- Sim, acho que sim. Eu treinei em jejum. - Disse passando a mão na minha testa.
- Vou pedir pra Mara preparar algo para você. Não levanta daí. - Lucas diz indo até a cozinha.
Eu fico sentada no chão me praguejando por não conseguir disfarçar o meu pânico ao pensar em uma nova gravidez. Logo Mara aparece com um sanduíche. Eu comi e fui para o meu quarto para tomar um banho.
Depois do banho eu vesti uma roupa leve e fui até a sala, Davi estava brincando com o Johnny e alguns carrinhos, assim que me viu ele levantou rapidamente e me abraçou.
- Mamãe, eu te amo. - Davi disse abraçado em mim.
- Porquê? - Questionei assustada.
- Porque eu te amo. - Ele respondeu visivelmente chateado.
- Desculpa a mamãe, filho. Eu também te amo. - Disse me abaixando para ficar da altura dele, e ele novamente me abraçou.
Davi me puxou para brincar com ele, eu fiquei ali pensando em como seria um novo bebê, será que eu daria conta? Eu não sou mais a mesma Maria Luiza de 3 anos atrás, novas responsabilidades surgiram, será que eu conseguiria dar conta de mais um filho?
Fiquei perdida nos meus pensamentos por muito tempo e então lembrei que combinei com minha mãe e minha avó que iria almoçar com elas, então avisar o Lucas.
- Lucas, eu vou almoçar com a minha mãe e a minha avó, tudo bem? - Questionei indo até a porta do seu escritório.
- Tudo bem, amor. - Ele diz levantando da cadeira, ele parou na minha frente e me deu um selinho, mas o que me chamou a atenção é que ele colocou a mão na minha barriga.
- Tudo bem, Lucas. - Disse afastando sua mão da minha barriga.
- Você tá tão estranha hoje, Maria Luiza. - Lucas disse. - Na verdade você é estranha sempre, mas hoje tá demais.
- Você é idiota, Lucas. Eu só estou meio cansada. - Respondi coçando a nuca.
- Sei. - Lucas disse não convencido. - Qualquer coisa me manda mensagem.
Eu saí dali rapidamente, me arrumei rapidamente e fui encontrar minha mãe e minha avó.
Quando cheguei as duas já estavam comendo, revirei os olhos só de imaginar o esporro que levaria.
- Atrasada 25 minutos, minha filha, mas você está perdoada porque você está linda. - Mamãe disse.
Eu coloquei um vestido e uma sandália, obviamente minha mãe adoraria esse look.
- Obrigada, mamãe. - Disse e a cumprimentei. - Olá vovó.
- Não liga para a sua mãe, é perfeitamente compreensivo os 25 minutos, você tem um bebê que precisa de você em casa, mesmo que ele não admita que é um bebê. - Vovó disse.
Davi odeia que o chamem de bebê.
- Falando nisso, quando teremos um novo bebê? - Mamãe disse.
Novamente meu coração disparou.
- Não sei, mamãe, como você disse meu bebê precisa de mim ainda. - Respondi.
- Mas um irmão seria ótimo a ele. Ele se tornaria mais independente e... - Mamãe estava dizendo, mas eu a interrompi.
- A gente pode mudar de assunto? O quê vocês vão pedir? - Questionei olhando o cardápio.
- Eu pedi um penne. - Mamãe disse.
- Eu pedi um ceviche. - Vovó disse.
- Peixe? - Perguntei a vovó, só de imaginar peixe eu senti enjoo.
- Sim, filha. Ceviche é com peixe. - Mamãe disse rindo.
- Eu acho que vou te acompanhar, mamãe, uma massinha é ótima. - Disse fechando o cardápio.
Mamãe ficou orgulhosa, ela adora saber que suas ideias são aceitas, mas eu fiquei mais nervosa. Não quero nem pensar em peixe nesse momento.
Eu comi minha massa com dificuldade, toda vez que eu olhava para o prato da vovó eu sentia vontade de vomitar, mas eu não poderia fazer isso, elas perceberam e me infernizariam até eu fazer um teste de gravidez e eu já coloquei na cabeça que se eu não pensar nisso eu não vou estar grávida.
Depois do almoço, nós fomos no shopping. Vovó queria comprar um brinquedo para o Davi, então entramos em uma loja infantil, enquanto elas olhavam os brinquedos eu fiquei estática olhando para um chocalho, lembro que o Davi ficava grudado em um desses quando era bebê. Eu não conseguia tirar essa ideia de um novo filho da cabeça.
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Idiota - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES 🚫 Um casal precisando conviver mesmo com suas desavenças.