- Como foi a visita pelos apartamentos? - Mamãe perguntou, ela, vovó e eu estávamos na sala conversando.
- Encontramos o nosso apartamento. - Disse empolgada batendo palminhas. - Mas foi terrível, o Lucas não gostava de nada, achava tudo caro, tudo grande demais. - Disse e revirei os olhos. - E depois ainda reclamou de mim. Disse que eu colocava defeito nas coisas sendo que eu só reclamei de um ou outro.
Mamãe e vovó riram.
- Isso é tão comum. - Vovó disse.
- Mas eu nunca vi o papai ou o vovô reclamando dessas coisas.
- Mas eles reclamam e muito. Mas isso é ótimo, o dia que eles pararem de reclamar é porque algo deu errado. - Vovó disse.
- Acredita em mim, meu amor. Sua avó me deu exatamente esse conselho quando seu pai e eu casamos e deu certo. - Mamãe disse e deu de ombros.
- Que ódio, porque eles são assim? - Disse e me joguei no sofá.
- Eles quem? - Papai perguntou aparecendo na sala com vovô e Lucas. - Aposto que já estão falando de nós.
- Se acostuma filho, vai ser sempre assim. Você vira de costas e elas falam de você. - Vovô disse.
- Eu não disse. - Vovó cochichou para mim e levantou do sofá. - Bem, para de encher a cabeça do menino com essas coisas.
- Vamos comer, o jantar está pronto. - Mamãe disse após Carla falar com ela.
Todos seguiram minha mãe até a sala de jantar, eu prestava atenção em todos os passos que ela dava, logo eu serei a anfitriã recebendo pessoas na minha casa.
O jantar era um risoto de camarão, Lucas logo me olhou, ele já entendeu que frutos do mar me faziam mal, eu sorri para ele.
- Tá tudo bem, Malu? - Mamãe perguntou.
- Sim, só que frutos do mar me dão enjoo. - Respondi.
- Eu posso preparar alguma coisa para você, Malu. - Carla disse aparecendo na sala de jantar.
- Eu ficaria feliz, Carlinha. - Eu disse e ela saiu para a cozinha.
Todos ficaram conversando, eu olhava sem parar para a comida morrendo de nojo. Foi quando eu decidi ir para a cozinha fazer companhia para a Carla.
- Oi Malu. - Carla disse sorrindo. - Estou preparando uma salada Caesar para você.
- Você é perfeita, Carla. - Disse sentando na bancada da cozinha. - Por acaso você não está disposta a pedir demissão para a mamãe e trabalhar com o Lucas e eu?
Carla sorriu.
- Sua mãe surtaria. - Ela respondeu arrumando as folhas no prato.
- Eu estou surtando comendo comida de restaurante todos os dias. - Bufei.
- Posso indicar alguém para trabalhar com vocês.
- Eu adoraria.
- Como está a gravidez? - Carla questionou cortando o pão.
- Ótima, tirando toda a exposição. - Disse desanimada.
- Sua mãe me contou, deve ser horrível. E o namoro?
- Estamos nos dando bem. - Respondi sorridente.
- Vocês parecem mais apaixonados agora. Não sei explicar, mas da outra vez que vocês vieram aqui vocês pareciam meio assustados. - Carla disse e eu fiquei impressionada porque é exatamente isso.
- Nós estávamos assustados com a gravidez. Agora nós já escolhemos nossa casa, já aceitamos a vida juntos. - Disse boba.
A verdade é que nunca imaginei o Lucas e eu, a vida nos jogou nessa situação e agora estamos nos acostumando.
- Eu entendo vocês. Achei meio repentino a forma como as coisas aconteceram. - Ela disse e sorriu de maneira confortante.
- Você me entende melhor que qualquer pessoa.
Carla terminou a minha salada e eu voltei para a sala de jantar, me surpreendi quando vi Lucas bebendo vinho com os outros. Sentei ao seu lado e ele sorriu.
- Lucas, você tá bebendo? Como vamos voltar para casa? - O questionei.
- Deixa o menino, Malu. Vocês podem voltar de uber. - Vovô disse.
Eu apenas olhei para o Lucas com os olhos semicerrados.
O jantar correu bem, mas eu não falei mais nada. Só comi minha salada e respondia quando alguém me perguntava algo. Parece que o Lucas e o bebê são os assuntos favoritos da minha família.
Depois do jantar os meninos foram para o escritório do papai, eu fiquei na sala com mamãe e vovó, elas conversavam, mas eu estava cansada.
Quando eu não aguentava mais estar ali fui até o escritório convidar o Lucas para ir embora, assim que entrei no corredor ouvi as risadas deles, caminhei lentamente e quando abri a porta vi pequenas taças emcima da mesa do escritório e uma garrafa no meio.
- Vocês estão bebendo? - Questionei cheirando o copo do Lucas.
- Um licorzinho, amor. - Lucas respondeu.
Eu apenas o olhei.
- Filho, bem vindo a vida de casado, ela já está implicando com o fato de você beber uma coisinha. - Vovô disse para o Lucas.
- Vovô, acontece que Lucas e eu precisamos voltar para casa e se ele beber nós não conseguimos.
- Durmam aqui. Sua cama ainda está no seu quarto. - Papai disse.
- Parece que não vamos ter escolha, né? - Disse olhando para o Lucas e ele desviou o rosto.
Saí do escritório irritada, fui em direção às escadas e então passei por mamãe e vovó na sala.
- Vocês não vão embora? - Mamãe perguntou.
- Não, aparentemente meu namorado resolveu beber. - Disse irônica e subi as escadas.
Entrei no meu quarto e bati a porta. Eu estava morrendo de ódio. Troquei de roupa e coloquei um pijama que ainda estava aqui, tirei a maquiagem e deitei.
Não sei quanto tempo, mas Lucas ainda demorou para vir para o quarto, quando ele entrou eu virei de costas para o seu lado da cama. Ele foi em direção do banheiro e depois deitou do meu lado, eu continuei de costas.
- Você vai me ignorar? - Lucas perguntou.
- Vou, se você ficar em silêncio é mais fácil.
- Ótimo Maria Luiza, muito maduro da sua parte. - Lucas disse.
- Maduro mesmo é beber e não poder voltar para casa.
- Eu não vou discutir com você. - Lucas disse.
- Ótimo, então não precisava nem falar comigo. - Disse e me virei de frente para ele pela primeira vez.
- Não tô falando mais. - Ele disse e virou de costas para mim.
O olhei e virei de costas para ele.
Ficamos por minutos nos ignorando.
- Você está é com ciúmes de mim, porque sua família gosta de mim. - Lucas interrompeu o silêncio.
- Quê? - Minha voz saiu como um grito.
- Vai dizer que não?
- Vou, isso não faz nenhum sentido.
- Da um beijinho em mim então. - Lucas disse e eu o ouvi sorrir.
- Posso te dar um soco, pode ser?
- Você não consegue me dar um soco, suas unhas quebrariam.
- Ah vai se foder. - Disse irritada.
- Ah Maria Luiza, para com essa graça, deita aqui perto de mim. - Lucas disse e me puxou para ele.
- Tira a mão de mim. - Disse e me afastei dele.
Lucas suspirou.
- Boa noite, amor. - Ele disse e deitou na cama.
Fiquei por minutos deitada de costas para ele, mas então minhas costas doeram e eu virei em sua direção.
- Boa noite. - Eu disse e ele sorriu.
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Idiota - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES 🚫 Um casal precisando conviver mesmo com suas desavenças.