Estar grávida foi o momento mais louco da minha vida. Como se o fato de gerar um bebê não disse doido o suficiente eu ainda: briguei com a minha melhor amiga de infância, tive minha vida exposta para quem quisesse ver, fui julgada, humilhada e xingada, precisei interromper meu trabalho por vários meses, passei por mudanças na minha vida e além de tudo, como cereja do bolo, o pai do meu filho é o carinha que eu simplesmente odiava.
Agora eu estou nas últimas semanas de gestação e mesmo após viver tudo aquilo antes, agora eu estou no meu momento mais cansada. Minhas pernas doem, minha coluna dói, eu faço xixi toda hora, a todo momento sinto contrações falsas... O que me anima é saber que está próximo do bebê nascer.
Eu não quis montar um quarto, então apenas comprei um berço para o bebê que ficará no meu quarto, nem preciso dizer o quanto minha mãe surtou por isso, mas no final ela entendeu que eu só quero descansar agora, sem precisar me importar com a textura do papel de parede.
Levantei essa manhã e mamãe me informou que vovó e vovô jantariam aqui, eu até comentei sobre ficar no quarto, mas ela insistiu que eu descesse, além disso me deu um vestido florido para usar, acho isso tão desnecessário, mas ela disse que vovó ficaria preocupada caso eu não vá e sobre isso ela tem razão.
Coloquei aquele vestido, depois de muito tempo me senti bonita com ele, então decidi fazer uma maquiagem leve e além disso um babyliss, a última vez que me arrumei assim foi quando fiz as fotos com o Henrique e naquele dia eu nem queria.
Desci para a sala e todos estavam ali me esperando, me senti como uma noiva entrando na igreja ao ver todos ali. Vovó e vovô logo foram conversar comigo e falar sobre a gravidez, como sempre faziam.
Logo fomos jantar, todos conversavam a mesa enquanto eu estava distraída, não sentia fome, nem vontade de sair dali, só queria voltar para o meu quarto. A companhia dos meus avós e dos meus pais é ótima, mas nesse momento eu só queria ficar quietinha.
Quando Carla colocava os pratos na mesa senti uma mão no meu ombro, ao olhar para trás vi o Lucas com um buquê de flores, ele estava todo arrumado. Ao olhar para trás dele vi seus pais, a Bruna, Henrique e seu marido também. Nesse momento eu estava tão confusa.
- Eu sou péssimo com isso, mas vamos lá. - Lucas disse com a voz alta. - Eu sei que passamos por momentos difíceis nos últimos dias, que quanto mais a gente tenta, mais a gente se afasta e que tentar de novo parece loucura já que aparentemente a gente se dá melhor como amigos que implicam um com o outro, mas a verdade é que a gente vai ter um filho agora e ele vai precisar crescer cercado em um ambiente de amor e isso a gente tem de sobra. Então... - Lucas se ajoelhou na minha frente cercado de uma onda de aaaaah da plateia. - Maria Luiza, você aceita casar comigo?
Várias lembranças vieram na minha cabeça, os meus exs namorados, minha primeira paixão, cada carinha que eu pensei que fosse casar, minhas amigas e eu conversando sobre isso, das vezes que imaginei meu casamento, das vezes que estive com o Lucas, como implicávamos um com o outro, de quando descobri a gravidez... Minha vida inteira passou diante dos meus olhos naquele momento.
Olhei em volta, aquelas pessoas ali estavam ansiosas pela minha reposta, nem imagino como o Lucas organizou isso, mas ele teve a sensibilidade de convidar até meus novos amigos, agora eu percebo que além de um bom pai, o Lucas também é um bom companheiro.
Eu estava imóvel ali, pensando em tantas coisas que quando percebi senti um líquido quente correr por minhas coxas.
- Maria Luiza, você não vai dizer não na frente de tantas pessoas, vai? - Lucas disse e um coro de risadas ecoou.
Eu pisquei várias vezes.
- Vai, filha. Responde ele. - Mamãe cochichou.
- Eu, eu... - Finalmente disse, mas gaguejei. - Eu acho que fiz xixi.
Foram as únicas palavras que eu disse e então todos riram, eu não sei se eles pensaram que era uma piada, ou algo assim, mas eu realmente achava.
- Meu Deus! - Carla gritou. - A bolsa estourou.
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Idiota - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES 🚫 Um casal precisando conviver mesmo com suas desavenças.