Cap 64 || Salgadinho

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Lucas e eu estamos bem, mas continuamos como amigos, eu na casa dos meus pais e ele no seu apartamento. Todos os dias ele reclama que eu escolhi aquele lugar grande e agora ele está sozinho lá.

Minha mãe me inferniza diariamente perguntando se vou ficar aqui e caso eu fique, quando vou organizar o quarto do bebê. A verdade é que minha gestação já está no fim e eu não quero pensar nisso.

Nesse momento eu estava assistindo televisão e em determinado momento um personagem do filme apareceu comendo salgadinho, na mesma hora também senti vontade de comer. Tentei ignorar, mas aquilo não saía da minha cabeça.

Pensei em descer até a cozinha para ver se encontro algum, mas aqui em casa ninguém come essas coisas, então obviamente não teria, então decidi tomar a decisão que me parecia mais certa, ligar para o pai do meu filho.

- Tá dormindo? - Questionei o Lucas.

- Não, eu tava jogando. Tá tudo bem?

- Não, preciso de você e é caso de vida ou morte. - Disse.

- Para, Maria Luiza, você está me assustando.

- Eu tô com desejo de comer salgadinho. - Disse e ele suspirou.

- Maria Luiza, são 02hrs da manhã. - Lucas disse.

- Lucas, se eu não comer o seu filho vai nascer com cara de Doritos, faz esse favor para a mãe do seu filho. - Implorei.

- Eu vou ver o que faço.

Lucas desligou e eu comemorei. Esse lance de desejo de grávida é a coisa mais louca que já senti. É algo inexplicável, é como se minha cabeça só pensasse naquilo e eu não consigo mudar meus pensamentos.

Cerca de 1 hora depois o Lucas me ligou dizendo que estava na frente da casa dos meus pais. Levantei devagar da minha cama e fui em direção da porta, mas graças ao meu barrigão esse processo demorou mais do que o comum.

- O Davi está imensamente feliz agora. - Disse sentindo o bebê chutar.

- Espero que ele esteja mesmo porque eu tive que ir em uns 10 lugares diferentes. - Lucas disse entrando com duas sacolas.

Ele me ajudou a voltar para o meu quarto, além da barriga, minhas pernas doem muito. Eu deitei na minha cama e senti um grande alívio.

- Eu trouxe cheetos, fandango, doritos, ruffles, esse aqui que eu não conheço. - Lucas disse tirando vários salgadinhos da sacola.

- Você é o melhor, Lucas. - Disse abrindo o pacote de Doritos e enfiando dois na boca, nesse momento o Davi pulava dentro de mim. - Empresta sua mão aqui.

Coloquei a mão do Lucas na minha barriga e ele olhou surpreso ao ver o bebê mexer.

- Ele quer sair logo para conhecer o pai dele. - Lucas disse.

- Está muito cedo. - Disse e cobri minha barriga com meu cobertor.

- Bom, Maria Luiza, eu acho que agora tenho que ir. - Lucas disse.

- Tudo bem. - Disse abrindo o pacote de cheetos.

- Você vai ficar bem? Não vai me ligar daqui a meia hora dizendo que sentiu desejo de comer outra coisa?

- Acho que agora não. - Disse comendo o salgadinho.

Lucas ficou em pé me olhando.

- Bom, eu já vou. - Ele disse apontando para a porta.

- Lucas, você não quer ir, né? Senta aqui do meu lado. - Disse batendo na cama.

- Eu não quero incomodar, Maria Luiza.

- Que incomodar o quê, garoto. - Disse ajeitando o lado da cama.

Ele sentou do meu lado e pegou um salgadinho, continuamos assistindo o filme em silêncio, eu estava satisfeita e já estava ficando enjoada.

- O quê foi? - Lucas me questionou.

- Não sei se é você ou o salgadinho, mas eu tô ficando enjoada. - Disse afastando de mim os pacotes de salgadinho.

- Como assim eu?

- Eu tô com repulsa de você, mas a médica disse que é normal.

- E o que eu faço?

- Nada, vai passar. - Disse e apoiei minha cabeça no travesseiro.

Aos poucos eu fui sentindo sono e aquele enjoo foi passando, quando percebi já estava quase dormindo. Acordei com o Lucas arrumando minha cama.

- Eu tô tirando essas coisas para você poder dormir. - Lucas disse.

- Obrigada. - Respondi e bocejei. - Vou no banheiro primeiro.

Fui até o banheiro do meu quarto, escovei meus dentes, fiz xixi e então voltei para o quarto. Lucas estava me esperando.

- Você vai dormir aqui? - O questionei.

- Não sei, agora você fica enjoada quando está perto de mim. - Ele disse me fazendo rir.

- É que você fede. - Disse em tom de brincadeira indo até a minha cama. - Ta tudo bem, é só não chegar perto de mim.

- Você não vai acordar no meio da noite querendo vomitar?

- Provavelmente sim, mas isso foi bem comum nos últimos 8 meses, então eu nem ligo mais. - Disse deitando na cama.

Lucas deitou ao meu lado.

- Está muito perto de nós conhecermos o Davi. - Lucas disse.

- Sim, eu mal posso esperar.

- Obrigado por ter escolhido gerar o meu filho. - Ele disse segurando minha mão.

Eu sorri e fechei os olhos, já estava tarde e eu estava com sono.

Idiota - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora