Cap 34 || Traumas

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Falta pouco para eu ir embora da casa do Lucas e isso me deixa ansiosa, estou há quase 15 dias fazendo quase nada, não tenho trabalhado, nem me exercitado, nem comendo como antes. Sinto falta de ter uma rotina, já que desde que vim para cá só estou seguindo os passos do Lucas.

Agora eu estava na sala vendo ele jogar vídeo game.

- Sua vida é meio solitária, né? - O questionei.

- Porquê?

- Faz quase 15 dias que eu tô aqui e você não recebeu nenhum amigo, ou namoradinha, nada. - Disse vendo ele reclamar ao errar uma curva no jogo.

- Meus amigos tem a vida deles e como eu vou trazer alguém aqui com você? Vou falar para a menina, então essa é a mãe do meu filho, mas ignora ela. - Lucas disse.

- Eu ia gostar, já ia avaliar se ela seria uma boa madrasta para o meu filho. - Dei de ombros.

- Você não ligaria?

- Não, não tenho porque ligar. Nós não temos nada. - Disse e pensei um pouco. - Nada além de um filho.

Lucas sorriu.

- Você é estranha, Maria Luiza. Qualquer pessoa ligaria.

- Se eu ligasse eu já estaria em surto por que você já deu emcima de todas as minhas amigas. - Disse e ele me olhou. - Inclusive da Flávia quando nós éramos carne e unha.

- Eu sempre respeitei a sua única amiga que é a Giovana. As outras eu sei que não eram tão amigas assim. Inclusive já fiquei com algumas. - Ele disse e sorriu.

- Não adianta me provocar, Lucas. Eu namorei um amigo seu. - Disse e imediatamente ele ficou sério. - Inclusive ele sentia ciúmes de você.

- E era pra ficar mesmo, todo mundo sabe que você era minha.

- Eu nunca fui sua.

- É o jeito de falar, Maria Luiza. É o jeito de dizer que nós ficávamos. - Ele disse e revirou os olhos.

- Engraçado a gente ficar a tanto tempo e os fãs não saberem. - Disse e me afundei no sofá. - Você podia deixar eu jogar, né?

- Você sabe?

- Não.

- Então não. - Ele respondeu.

- Mas é desejo.

- Continua sendo não a resposta. Pega um refrigerante pra mim?

- Não. - Respondi.

- Mas é desejo de pai.

- Continua sendo não a resposta. - Sorri e ele me olhou com tédio.

Convenci o Lucas a me deixar jogar e ele não pode negar, afinal, sou mãe do seu filho.

Odiei o jogo de corrida, desde criança ouvi meu pai e meu avô falando sobre isso e eles sempre me levavam em corridas e eu sempre detestei, preferia mil vezes os passeios com minha mãe e minha avó. As vezes fazia falta ter um irmão, se tivesse ele que faria esses programas no meu lugar.

O convenci a trocar de jogo e ele colocou um de luta. Mas eu era péssima.

- Você perdeu mais uma vez e com essa acho que o placar já está 5×0 para mim. - Lucas se gabou.

- Nossa parabéns e com essas vitórias tão importantes o que você ganha? Um prêmio? - Disse irritada, odeio perder.

- Acho que eu tenho direito a escolher meu prêmio. - Lucas disse me olhando malicioso.

- Lucas, eu tô grávida. - Disse com medo da resposta seguinte dele.

- Tá pedindo arrego, Maria Luiza? - Ele me provocou. - Relaxa você pode fazer isso tranquilamente estando grávida. - Ele disse e colocou os pés no meu colo. - Faz uma massagem aí.

Olhei para os seus pés e automaticamente senti nojo.

- Nem morta e acho que na próxima vez que eu for na manicure vou levar você. - Disse vendo suas unhas.

- Eu ganhei, Maria Luiza. Tá na hora da minha recompensa. - Ele disse.

- Tudo bem, eu pago uma massagem completa com uma massagista para você. - Disse tirando os seus pés do meu colo, mas ele colocou novamente.

- Você vai negar um agrado para o pai do seu bebê?

- Lucas, eu não agrado homens, isso é coisa de quem teve problemas com a sua figura paterna, eu não tive. - Disse e ele me olhou confuso. - Eu faço terapia, lembra?

- E qual o seu trauma?

- Não tem lógica nenhuma eu falar meu trauma para você. Vai que você usa contra mim. - Debochei.

- Qual é Maria Luiza, eu não sou um cara babaca, não vou usar seu trauma contra você.

Revirei os olhos, não acredito que vou dizer isso.

- Eu nunca ouvi não. - Respondi e ele me olhou confuso. - Meus pais e meus avós nunca me disseram não, eu sempre tive o que quis, então eu sinto necessidade de estar no controle de tudo.

- Até seus traumas são a sua cara, Maria Luiza. Nada mais Maria Luiza do que ser uma controladora compulsiva. - Lucas disse rindo.

- Eu não sou babaca, Maria Luiza, pode contar o seu trauma eu só vou fazer piada dele. - Disse o imitando.

- Para, eu não sou babaca, só estou te ajudando a rir do seu problema. Acho que isso ajuda a aliviar.

- Isso é trauma também, sabia? Sinal que você não se leva a sério, por isso tira sarro dos seus problemas. - Respondi e ele sorriu.

- Cada um com seus traumas. - Ele disse, me puxou e me abraçou. - Acho que o meu maior trauma é você. Louca, chata e mimada.

- Você gosta, né?

- Tô aprendendo a gostar.

Idiota - T3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora