"Eu quis tocar sua mão, torcendo para que esse toque pudesse chegar no seu coração e mostrar como eu te vejo"
POV S/N
Quando a água morna cobriu seu corpo dentro da banheira, sentiu a pele arrepiar contrastando com o ar frio que passava pelas cortinas da janela.
"-Descanse bem" Ele disse, com a mão sobre o seu braço, delicado e olhando fixamente nos seus olhos. Aqueles tão escuros e profundos, profundos como o céu noturno, olhando para os seus durando rápidos segundos que pareceram um pequeno ínfinito...
Apoiou a cabeça sobre as mãos.
"Descanse também... Descanse bem"
Queria tanto poder fazer isso... Mas sua mente não deixava.
"Eu não deveria me sentir tão abalada", pensou. Estava vivendo um bom momento, não? Profissionalmente falando.
Mas... Tudo não se resume a isso. E nunca se resumiu.
S/N sempre foi o tipo de pessoa que guardou para si seus problemas, suas dores e ansiedades. Um dia ruim, uma semana exaustiva, a alta cobrança que ela mesma fazia sobre si mesma, um cara sendo desrespeitoso, uma mensagem inesperada de seu pai... Todo o conjunto dessas coisas, haviam resultado em um sentimento de impotência em seu coração.E ela chorou. Sentiu algumas lágrimas caírem e se afundou na banheira, querendo esconder as próprias lágrimas de si mesma, as fazendo se misturar na água.
Sabendo que não, ela ainda não conseguiria descansar bem como ele desejou.
Na manhã seguinte...
-O que você realmente enxerga a sua frente? -Dr. Kuang pergunta a S/N, que estava deitada no divã a sua frente fitando o teto.
Ela respirou fundo, os olhos estavam cansados. Não havia dormido nada bem na noite anterior, mas não deveria faltar outra vez a terapia, sabia disso, então se obrigou a ir. Apenas ligou para Shawn para se certificar do bem-estar de June e foi para a terapia.
-Eu não vejo nada. -Ela disse, simples e sincera. -É um borrão, eu não sei...
-Quem é um borrão? Seu pai?
-Sim... Talvez... Ele... Eu, eu não consigo... -S/N se sentou e olhou para a Dr. Kuang. -Vê-lo. -Falou.
-Ainda o ama? -Ela perguntou
S/N não disse nada a princípio, apenas pensou na pergunta. Era óbvio que o amava. Mas quando pensava nele sentia um vazio tão grande que fazia toda a ideia de amor esfriar e parecer desgastada.
-Sim, eu o amo. Mas, não sei como, por que, como se ama alguém que nunca se importou? Que não se conecta, que não te conhece e você não há conhece de volta, alguém que é uma incogta, alguém que você não consegue enxergar de verdade... Como? -O coração de S/N subiu uma batida, e sua voz tremeu, falar sobre aquilo a deixava vulnerável demais.
A Doutora a fitou atentamente, a analisando.
-O amor que as pessoas sentem pelos pais e mães é um dos amores mais difíceis de entender, sabia?
S/N se jogou sobre o divã mais uma vez, se deitando e olhando para cima.
-É, acho que sim. -Ela soltou um pequeno riso seco.
-Quando o amor direcionado a essa relação com eles é um amor difícil de se sustentar, nós não nos sentimos sustentados. -A doutora terminou. S/N não respondeu. Sabia que análise dela estava certa, e que não, ela não iria lhe dar una fórmula mágica para se sentir melhor.
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2 Much · With Kim Namjoon
FanfictionEla é uma fotógrafa brasileira muito boa e empenhada em seu trabalho em ascensão. E ele é Kim Namjoon, líder do BTS, o maior boy group do mundo. Uma amizade forte e inesperada que acaba virando um amor igualmente inesperado e forte. E a vida...