Seus olhos grandes e castanhos estavam úmidos de lágrimas que molhavam seu rosto. Ela me encarou, paralisada, sem dizer uma única palavra, e suspendeu as sobrancelhas suavemente demostrando surpresa. Ela não esperava me ver ali.
Olhei para suas mãos, pousadas no próprio colo, uma delas segurando um pequeno copo descartável. E ao lado dela no banco, uma garrafa de soju, já quase pela metade.
S/N desviou os olhos dos meus e terminou de beber o que ainda estava em seu copo, virando de uma vez em um só gole.-Você... Como... -Ela se voltou a mim, me fitando e em seguida olhando em volta, demostrando preocupação como da primeira vez. Mas não havia ninguém ali além de nós e a neve. -Por que tá aqui?
Eu cheguei mais perto e me sentei ao seu lado, não me importando com o fato de nossos braços se tocarem com a proximidade.
Ela secou com as costas das mãos os olhos úmidos.-Eu estava passando e vi você. -Respondi olhando a nossa frente para que ela não se sentisse desconfortável demais por estar chorando.
-Não deveria ter vindo até aqui. Não vê que é perigoso? -Ela falou fungando o nariz e colocando mais soju em seu pequeno copo e bebendo em seguida, tudo de uma vez.
Me virei para olhá-la, suas bochechas estavam avermelhadas, e eu não sabia se era pelo álcool, pelo frio ou pelo choro. Não sabia por quantos minutos ela ficou ali sozinha, chorando e bebendo, mas sabia que não podia deixar ela ficar sozinha por mais nenhum outro minuto.
Estava tão frio... E seus olhos estavam profundos e tão tristes fitando a cerejeira receber neve a nossa frente. "O que está te fazendo chorar sozinha assim?", eu quis lhe perguntar.-É perigoso pra você também. -Mas rebato a fitando, e ela bebe mais uma dose. -Está tarde... Por que está aqui, sozinha e...
-Gosto de assistir a primeira neve do ano aqui. -Uma lágrima rolou de seus olhos quando disse, e ela logo a secou.
-Terminando uma garrafa de soju sozinha? -Lhe questionei, sentindo meu coração apertar por ela.
Ela sorriu triste.
-Você me pegou. -Ela ditou simples apesar da visível angústia.
A olhei fixamente, observando seus lindos e tristes olhos nos meus, que refletiam as luzes no alto dos postes do parque. Cada canto do rosto dela, o alto das bochechas avermelhadas assim como os lábios, e o cabelo atado ao cachecol enrolado em seu pescoço, a neve suave corria com o vento gélido e trouxe flocos para aos seus fios escuros.
-O que houve com você? -Minha voz saiu baixa quase como um sussurro, ou uma súplica.
Ela desviou o olhar, e fitou as próprias mãos bebendo mais uma dose em seguida.
-Você precisa ir. -S/N afirmou fugindo da minha indagação. -Se algum paparazzi clicar você aqui comigo, vamos entrar em uma encrenca. -Ela riu, parecia estar rindo de si mesma.
Mas eu ignorei suas palavras.
-Eu não me importo. -Falei simplesmente.
-Namjoon, por favor só...
Eu maneio a cabeça.
-Só o quê?
-Você precisa ir, não é seguro ficar aqui assim.
Eu tomei o copo de sua mão e a garrafa que estava entre nós dois, servi uma dose e tomei o líquido em um gole só, sentindo o aquecer minha garganta. Eu precisava.
Uma mistura de sentimentos surgiu no meu peito e o fez agitar. A mulher que entrará em minha vida tão repentinamente, e permanecera em minha mente desde então, estava terrivelmente triste na minha frente e por tudo o que eu sou, sinto que há uma barreira frente ao que eu posso significar para ela.
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2 Much · With Kim Namjoon
FanfictionEla é uma fotógrafa brasileira muito boa e empenhada em seu trabalho em ascensão. E ele é Kim Namjoon, líder do BTS, o maior boy group do mundo. Uma amizade forte e inesperada que acaba virando um amor igualmente inesperado e forte. E a vida...