Chapter 2

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Pansy parecia a mesma da última vez que ele a viu, quase um ano atrás, quando ela o encontrou para o chá, morena, bonita e equilibrada. Ela sempre tinha uma figura elegante e o manto de arminho claro que ela havia enrolado em torno de si quando ela entrou furtivamente pela entrada da frente era tão bom quanto ele esperava dela. Seus passos eram hesitantes enquanto ela olhava ao redor e ele percebeu que ela não estava aqui desde o Natal de seu quinto ano e a mansão tinha diminuído muito desde então. Seus saltos levantaram pequenas partículas de poeira e ele sabia que precisava cuidar das teias de aranha que estavam começando a se acumular no teto. Muitos dos quartos do primeiro andar ainda tinham seus móveis, mas sem ninguém para cuidar deles, eles estavam lentamente começando a parecer surrados. Todo o latão e a prata estavam manchando e o ouro ficando opaco enquanto as tapeçarias acumulavam poeira. Era um estado triste e ela tinha certeza de ver a diferença. O que era pior, ela tinha certeza de entender por que ele permitiu que chegasse a isso.

Só então ela olhou para onde ele estava na varanda olhando para ela e a visão dele a fez parar, os olhos se arregalando. Eles costumavam ser grandes amigos uma vez, ele refletiu enquanto levantava o queixo e descia as escadas para cumprimentá-la, mas agora eles mal se conheciam.

Pansy voltou um ano após o fim da guerra, depois que tudo se acalmou um pouco, mas Draco só a viu duas vezes desde seu retorno. Ela voltou com um marido espanhol, um homem alto com longos cachos escuros e os olhos mais azuis que ele já tinha visto. O casamento havia mudado Pansy. Ela era mais forte, mais segura de si, ainda muito Sonserina. Embora ela fosse bastante propensa a ser uma megera, sua personalidade era como uma espada afiada agora.

— Olá, Pansy. — Ele cumprimentou calmamente, a voz vaga e educada, o tom perfeito para um bom anfitrião, assim como ele foi ensinado. Ele sabia como era sua aparência, em seus jeans surrados que começavam a desfiar nos punhos e eram usados ​​nos joelhos e a camisa cinza suave que estava faltando um botão até a metade, mas estava escondida por um colete cinza mais escuro. Até seus sapatos, apenas um par de botas de trabalho que ele havia encontrado em uma loja de segunda mão, eram velhos e gastos. Ele parecia um trouxa ou, mais apropriadamente, um bruxo puro-sangue que simplesmente desistiu. Ambos estavam perto o suficiente da verdade. Sua saudação fria pareceu pegar Pansy desprevenida, porém, pois ela levou um momento para encará-lo, o rosto levemente contraído, antes de responder.

— Olá, Draco. Eu... deveria ter enviado uma coruja antes, mas esta visita não foi realmente planejada. — Em sua voz havia arrependimento, embora ela dissesse suavemente o suficiente para ser a verdade. Ele ergueu um ombro e varreu a mão para a parte de trás da casa.

— Entre — ele disse graciosamente, achando estranho tê-la lá e ser incapaz de tratá-la como uma convidada na casa dos Malfoy. — Se você quiser um pouco de chá, devemos nos retirar para a cozinha, pois não tenho elfos domésticos para prepará-lo para nós — ele estava orgulhoso de quão frio seu tom permaneceu, sem dar uma dica sobre como doía para ele ser reduzido para isso na frente de uma ex-amiga e colega de classe. Ela fez um ruído suave de surpresa no fundo de sua garganta, mas ela simplesmente assentiu.

— Sim, o chá parece adorável. — Ele pegou a capa dela, mesmo sabendo que a casa estava fria porque ele não conseguia mantê-la aquecida magicamente sozinho. Então ele a conduziu pelos corredores escuros, uma vez iluminados com a luz quente de velas e luzes de fadas encantadas, agora reduzidas a sombras que sussurravam para ele enquanto ele passava. A sala de jantar que estava em ruínas estava infelizmente a caminho da cozinha, algo que ele quase havia esquecido até que a mulher de cabelos escuros ao seu lado parou com uma exclamação suave.

— Oh! Draco, o que aconteceu aqui? — Ela perguntou, a voz horrorizada e os olhos arregalados. Ele sentiu uma pontada de vergonha e ficou ao lado dela olhando para o dano que tinha feito com suas próprias mãos, lutando para evitar que seus ombros caíssem para frente. Pansy pressionou os dedos na boca antes de se virar para ele, os olhos estranhamente brilhantes. — Você fez isso, não foi? — Ela sussurrou e ele cerrou os dentes, os olhos se afastando. Não havia acusação ou desgosto em seu olhar, mas ele não podia suportar a pena que sabia que veria. Houve uma inspiração suave e ele estremeceu. — Eu nunca deveria ter deixado você sozinho aqui. — E ele podia ouvir lágrimas em sua voz quando ela falou. Ele levou um momento para fechar os olhos contra o choque de dor que ameaçava subir por sua garganta.

Miles to go before I sleep [pt/br] • drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora