• Desconfianças

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Quando entrou novembro o tempo esfriou muito. As serras em torno da escola viraram cinza-gelo e olago parecia metal congelado. Toda manhã o chão se cobria de geada. Hagrid era visto das janelas dosandares superiores do castelo degelando vassouras no campo de quadribol, enrolado num casacão depele de toupeira, com luvas de coelho e enormes botas de castor.
Começara a temporada de quadribol. No sábado, Harry estaria jogando sua primeira partida depois desemanas de treinamento: Grifinória contra Sonserina. Se Grifinória ganhasse, subiria para o segundolugar no campeonato das casas.

— Já ganhou - James disse

Quase ninguém vira Harry jogar porque Olívio decidira que, sendo uma arma secreta, a participaçãode Harry deveria ser mantida em segredo. Mas de alguma forma a notícia de que jogaria como apanhadorvazara e Harry não sabia o que era pior – se as pessoas dizerem que ele seria brilhante ou dizerem queiriam ficar correndo embaixo dele com um colchão.

— As pessoas são imbecis - Lilu disse

Era realmente uma sorte que Harry agora tivesse Hermione como amiga. Não sabia como poderia terdado conta dos deveres de casa sem ela, diante dos treinos de quadribol convocados por Olívio à últimahora.

— Realmente, a Lily sempre me salva - Marlene disse olhando a amiga

Ela também lhe emprestara o livro Quadribol através dos séculos, que acabara rendendo uma
leitura muito interessante.
Harry aprendera que havia setecentas maneiras de cometer faltas em quadribol e que todas haviamocorrido durante a Copa Mundial de 1473;

— Sirius com certeza já cometeu mil - Remus disse

que os apanhadores eram em geral os jogadores menores emais velozes e que a maioria dos acidentes graves no quadribol parecia acontecer com eles; que emboraas pessoas raramente morressem jogando quadribol, havia juízes que tinham desaparecido e reaparecidomeses depois no deserto do Saara.

— Tranquilinho - Selene riu

Hermione tornara-se menos tensa com relação às infrações ao regulamento desde que Harry e Rony atinham salvado do trasgo montanhês e se tornara uma pessoa mais simpática.

— Será que funciona com a Lily? - Sirius Perguntou

— Lily só passa pano pro James - Alice falou

Na véspera da primeirapartida de quadribol de Harry, os três foram até a quadra congelada durante o intervalo das aulas, e ela
fizera aparecer para eles um fogo azulado muito vivo que podia ser levado para toda parte em um frascode geleia. Achavam-se parados de costas para o fogo, se esquentando, quando Snape atravessou o pátio.Harry reparou logo que Snape estava mancando. Harry, Rony e Hermione se aproximaram mais paraesconder o fogo com o corpo; tinham certeza de que era proibido. Infelizmente alguma coisa em suascaras culpadas atraiu a atenção de Snape.
Ele veio mancando até onde eles estavam. Não vira o fogo,mas parecia estar procurando uma razão para ralhar com eles.
– Que é que você tem aí, Potter?
Era o Quadribol através dos séculos. Harry mostrou-o.
– Os livros da biblioteca não podem ser levados para fora da escola – falou Snape. – Me dê aqui.
Menos cinco pontos para Grifinória.

— Essa regra não existe - Régulos disse

— Pode ter sido criada até o ano deles - Snape rebateu

— Não existe - Harry disse

– Ele acabou de inventar essa regra – murmurou Harry com raiva, enquanto Snape se afastava. – Queserá que houve com a perna dele?
– Não sei, mas espero que esteja realmente doendo – falou Rony com azedume.

— A empatia de milhões - Hugo disse

A sala comunal da Grifinória estava muito barulhenta aquela noite. Harry, Rony e Hermione sentaram-sejunto a uma janela. Hermione verificava os deveres de Harry e Rony para a aula de Feitiços. Ela nuncaos deixava copiar (“Como é que vocês vão aprender?”), mas ao lhe pedirem para ler os trabalhos, elesrecebiam as respostas certas do mesmo jeito.

— Idiotas - Hermione bateu no melhor amigo e no marido - Eu nunca percebi isso

Harry sentia-se inquieto. Queria de volta o Quadribol através dos séculos, para se distrair do
nervosismo que a partida do dia seguinte estava lhe provocando. Por que deveria ter medo de Snape?
Levantou-se e disse a Rony e Hermione que ia pedir a Snape para lhe devolver o livro.
– Antes você do que eu – responderam eles juntos, mas Harry tinha a impressão que Snape não iria
recusar se houvesse outros professores ouvindo.
Ele foi à sala dos professores e bateu à porta. Não obteve resposta. Bateu outra vez. Nada.
Talvez Snape tivesse deixado o livro na sala? Valia a pena tentar. Entreabriu a porta e espiou para
dentro – e deparou com uma cena horrível.
Snape e Filch estavam lá dentro sozinhos. Snape segurava as vestes acima do joelho. Uma das pernas sangrava, lacerada. Filch entregava ataduras a Snape.
– Droga – dizia Snape. – Como é que se pode ficar de olho em três cabeças ao mesmo tempo?

— Era Óbvio que ele estaria lá - Sirius disse

Harry tentou fechar a porta sem fazer barulho, mas...
POTTER!
O rosto de Snape contorceu-se de fúria ao mesmo tempo que ele largava as vestes para esconder a
perna. Harry engoliu em seco.
– Eu vim saber se o senhor poderia devolver o meu livro.
– SAIA! SAIA!
Harry saiu, antes que Snape pudesse descontar algum ponto de Grifinória. E voltou correndo para
baixo.
– Conseguiu? – perguntou Rony quando Harry se reuniu a eles. – Que aconteceu?
Num murmúrio, Harry lhes contou o que vira.
– Sabe o que isso significa? – terminou sem fôlego. – Ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças
no Dia das Bruxas! Era para lá que estava indo quando o vimos. Ele quer a coisa que o cachorro está guardando! E aposto a minha vassoura como ele deixou aquele trasgo entrar, para distrair a atenção de todos!

— Harry não é legal julgar assim - Lily pensou alto

— Vai defender ele mesmo Lily? - James falou

— Não estou defendendo Potter! Apenas dando o meu ponto de vista - ela disse brava

Os olhos de Hermione estavam arregalados.
– Não. Ele não faria isso. Sei que ele não é muito simpático, mas não tentaria roubar uma coisa que
Dumbledore estivesse guardando a sete chaves.
– Sinceramente, Hermione, você pensa que todos os professores são santos ou coisa parecida – disse-lhe Rony com rispidez. – Concordo com Harry, acho que Snape faria qualquer coisa. Mas o que é que ele está procurando? O que é que o cachorro está guardando?
Harry foi se deitar com a cabeça zunindo com aquela pergunta. Neville roncava alto e Harry não
conseguia dormir. Tentou esvaziar a cabeça – precisava dormir, tinha de dormir, ia jogar sua primeira partida de quadribol dentro de algumas horas –, mas a expressão no rosto de Snape quando Harry vira sua perna era difícil de esquecer.

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Eu sumi mas voltei! Desculpem a demora, estava um pouco desanimada com a falta dos comentários, mas essa história é algo que eu gosto muito de escrever independente de qualquer coisa e me esforcei a voltar. Espero que gostem ♥️

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