• Movimento dos Planetas

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– AAAAAAAAAAAAAAAAAH!
Malfoy soltou um grito terrível e fugiu, seguido por Canino.

— Típico de Malfoy - Sirius disse

— Porque só alguém idiota o bastasse pra ficar parado numa situação de perigo - Lucius Rebateu

— Na verdade é ser alguém com caráter que não abandona um colega pra trás - James disse

— É lá vamos para a discussão eterna - Rose reclamou

— Desse jeito vamos acabar de ler esses livros na formatura das crianças - Alice II disse

— Vamos focar na leitura galera - Remus disse aos amigos

A figura encapuzada ergueu a cabeça e olhou diretamente para Harry, o sangue do unicórnio escorrendo pelo peito. Ficou de pé e avançou rápido para Harry que não conseguiu se mexer de medo. Então uma dor, como ele nunca sentira antes, varou sua cabeça, como se a sua cicatriz estivesse em fogo  meio cego, ele recuou cambaleando.

— Que merda é essa - Régulos disse confuso

— Não entendo também - Severe respondeu ao colega

— Que coisa mais bizarra - Marlene disse

— Ele precisa sair daí - Lily disse agoniada

Ouviu cascos às suas costas, galopando, e alguma coisa saltou por cima dele, e atacou o vulto. A dor na cabeça de Harry foi tão forte que ele caiu de joelhos. Levou uns dois minutos para passar. Quando ergueu os olhos, o vulto desaparecera. Um centauro avultava-se sobre ele, mas não era Ronan nem Agouro; este parecia mais novo, tinha cabelos louros prateados e o corpo baio.

— Ainda bem que apareceu alguém - Molly disse

–Você está bem? –perguntou o centauro, ajudando Harry a se levantar.
–Estou, obrigado, o que foi aquilo?
O centauro não respondeu. Tinha espantosos olhos azuis, como safiras muito claras. Mirou Harry com atenção, demorando o olhar na cicatriz que se sobressaía, lívida, em sua testa.
–Você é o menino Potter. É melhor voltar para a companhia de Hagrid. A floresta não é segura a estas horas, principalmente para você.

— É algo com o Lord das Trevas - Régulos disse

— Como poderia ser? - Frank perguntou

— Se é perigoso principalmente para o Harry, e a última coisa que ele fez foi tentar matar ele é, a maior probabilidade é que seja isso - Remus disse

– Sabe montar? Será mais rápido. Meu nome é Firenze –acrescentou ao dobrar as patas dianteiras para Harry poder subir no seu lombo.

– Firenze!! - Alice II e Lilu falaram ao mesmo tempo

– Vai começar a sessão paixonite - Alvo disse

– Não é nada de paixonite - Alice II disse

– Cala boca Al - Lilu revirou os olhos

– Até porque vocês são adolescentes e ele um velhote né - Rose disse

— Vamos voltar a leitura - Harry disse

— Eu também acho - Neville concordou

— Como são ciumentos - Lily disse rindo

Ouviram repentinamente o ruído de galopes vindo do outro lado da clareira. Ronan e Agouro irromperam do meio das árvores, os flancos arfan-tes e suados. –Firenze! –Agouro trovejou. –O que é que você está fazendo? Está carregando um humano! Não tem vergonha? Você é uma mula?
–Você sabe quem ele é? –retrucou Firenze. –É o menino Potter. Quanto mais rápido ele sair da floresta, melhor.
–O que é que você andou contando a ele? –rosnou Agouro. –Lembre-se, Firenze, juramos nunca nos indispor com os céus. Você não leu o que vai acontecer nos movimentos dos planetas? Ronan pateou o chão, nervoso.
–Tenho certeza de que Firenze achou que estava fazendo o melhor –falou em tom sombrio. Agouro escoiceou com raiva. –Fazendo o melhor! O que tem isso a ver conosco? Os centauros se preocupam com o que foi previsto! Não é nossa função ficar correndo por aí como jumentos recolhendo humanos perdidos na nossa floresta! Firenze de repente empinou-se nas patas traseiras com raiva, de modo que Harry teve de se agarrar nos seus ombros para não cair.
–Você não viu o unicórnio! –Firenze berrou para Agouro. –Você não percebe por que foi morto? Ou será que os planetas não lhe contaram esse segredo? Tomei posição contra o que está rondando a floresta, Agouro, tomei, sim, ao lado dos humanos se for preciso.

— Eles deviam falar o que sabem - Narcisa disse

— Os centauros são muito inteligentes, mas os bruxos os subestimam demais eles estão certo e não dividir a sabedoria deles conosco - Jay Sirius disse

E Firenze virou-se depressa para partir; com Harry agarrando-se o melhor que podia, eles mergulharam entre as árvores, deixando Ronan e Agouro para trás. Harry não fazia a menor ideia do que estava acontecendo.
–Por que Agouro está tão zangado? –perguntou. –O que era aquela coisa de que você me livrou?
Firenze abrandou a marcha, alertou Harry para manter a cabeça abaixada a fim de evitar os galhos baixos, mas não respondeu à pergunta. Continuaram por entre as árvores em silêncio por tanto tempo que Harry achou que Firenze não queria mais falar com ele. Estavam passando por um trecho particularmente denso da floresta, quando Firenze parou de repente.
–Harry Potter, você sabe para que se usa o sangue de unicórnio?
–Não –disse Harry surpreendido pela estranha pergunta. –Só usamos o chifre e a cauda na aula de Poções.
–Porque é uma coisa monstruosa matar um unicórnio. Só alguém que não tem nada a perder e tudo a ganhar cometeria um crime desses. O sangue do unicórnio mantém a pessoa viva, mesmo quando ela está à beira da morte, mas a um preço terrível. Ela matou algo puro e indefeso para se salvar e só terá uma semivida, uma vida amaldiçoada, do momento que o sangue lhe tocar os lábios. Harry ficou olhando para a nuca de Firenze, que estava prateada de luar.
–Mas quem estaria tão desesperado? –pensou em voz alta. –Se a pessoa vai ser amaldiçoada para sempre, é preferível morrer, não é?

– Como era lerdinho - Ginny disse

– Burro mesmo - Draco debochou

–É –concordou Firenze –, a não ser que ela precise se manter viva o tempo suficiente para beber outra coisa, algo que vai lhe devolver a força e o poder totais, algo que significa que jamais poderá morrer. Sr. Potter, o senhor sabe o que é que está escondido na sua escola neste momento? –A Pedra Filosofal! É claro, o elixir da vida! Mas não percebo quem...
–Não consegue pensar em ninguém que tenha esperado muitos anos para retomar o poder, que se apegou à vida, esperando uma chance?
Foi como se uma mão de ferro de repente apertasse o coração de Harry.

– Achei que Firenze teria que fazer um desenho ilustrado com setas - Sirius riu

– Ele é uma criança, Pai, não tinha noção de nada disso a pouco tempo - Selene defendeu o amigo

Acima do farfalhar das árvores, ele parecia ouvir mais uma vez o que Hagrid lhe contara na noite que se conheceram: “Tem quem diga que ele morreu. Besteira, na minha opinião. Não sei se ainda tinha humanidade suficiente para morrer.”
–Você está dizendo –Harry falou rouco –que aquele era o Vol...
–Harry! Harry, você está bem?
Hermione vinha correndo ao encontro deles pela trilha, Hagrid a acompanhava arfando.
–Estou bem –disse Harry, sem nem saber o que estava dizendo. –O unicórnio morreu, Rúbeo, está naquela clareira lá atrás.
–É aqui que eu o deixo –murmurou Firenze enquanto Hagrid corria para examinar o unicórnio. –Está seguro agora. Harry escorregou de suas costas. –Boa sorte, Harry Potter –disse Firenze. –Os planetas já foram mal interpretados antes, até mesmo pelos centauros. Espero que seja o que está ocorrendo agora.

– Queria que fosse verdade - Lily disse

– Com Sete livros sabemos que não - Arthur Weasley falou

Virou-se e entrou a trote pela floresta, deixando para trás um Harry cheio de tremores.

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