13. O Capitão dos Cavaleiros Reais deveria ter uma noiva... (6)

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Depois que as orações semanais da manhã terminaram, o interior da igreja estava um pouco barulhento por todas as pessoas ociosas que se reuniam lá. Neste dia, o jovem Ruth estava de bom humor, pois seus pais puderam acompanhá-lo, apesar da pousada estar ocupada como de costume.

Caminhando atrás de sua família ao sair da igreja, Ruth estava levando um jovem Alec pela mão. Outras crianças da mesma idade os cercavam. A família de Ruth estava olhando para Ruth com um olhar suave e alegre. Então, bem ao lado de Ruth estava Daniel, filho do açougueiro.

(Ah, é esse sonho de novo...)

Ruth percebeu que ele estava tendo um sonho do que aconteceu no passado. Ele já viu esse sonho inúmeras vezes e desde o início é sempre o mesmo, ele se lembra bem. Ruth tinha 5 anos e fazia cerca de um ano desde que Alec veio para a vila.

(Ah, certo, nós éramos amigos de Daniel naquela época...)

Antes desse evento certo acontecer, Ruth não tinha lembranças de sua vida anterior e vivia pacificamente na aldeia. Naquela época, ele tinha muitos amigos e, como era o garoto mais alto da vila na época, era bastante popular.

"Alec, você orou corretamente?"

"Mmmm. Eu fiz."

Um jovem Alec respondeu enquanto sorria brilhantemente e seus olhos grandes e brilhantes que pareciam quase saltar relaxaram um pouco. Alec, que tinha cabelos loiros e uma fofura inegável como um anjo lá de cima, deu um puxão na mão de Ruth e parecia querer dizer "me elogie, me elogie". Ele não parecia diferente de um cachorrinho abanando o rabo.

"Alec. Você está incomodando Ruth.

"..N-Não, eu não estou."

"Realmente agora? Eu sei que você adormeceu no meio das orações."

"E-eu não estava... dormindo."

"Não minta. Aposto que Ruth acordou você.

"E-Eu..."

"Pare com isso, Daniel."

Ruth interrompeu Daniel de criticar todas as falhas de Alec. Naquela época, Ruth ainda era mais alto que Daniel, então ele era capaz de olhar para ele de cima.

"Alec mora na igreja, então ele tem que acordar cedo. Não há como evitar que ele tenha adormecido um pouco."

"Ruth..."

Alec olhou para Ruth protegendo-o de Daniel com os olhos brilhando de admiração. Daniel parecia descontente com a situação, mas não respondeu mais a Ruth. Se alguém perguntasse quem teve a vantagem nessa amizade durante esse período, seria Ruth.

"Todos, voltem para casa em segurança."

"Sim."

Começando com Ruth, as crianças se despediram energicamente com a voz gentil do padre. Os adultos ao redor deles voltaram seu olhar caloroso para a cena do grupo de crianças unidas. Como Alec era o único que tinha que ficar na igreja para ajudar na limpeza, ele parecia bastante infeliz.

(Ah, aqui vamos nós--)

"Gu..."

"Ruth!?"

Nesse momento, Ruth, que caminhava no meio do grupo de crianças, desmaiou no local.

As crianças ao redor dele ficaram surpresas e os pais de Ruth e outros adultos rapidamente se aproximaram. Enquanto as pessoas ao redor chamavam Ruth, Alec permaneceu bem ao lado dele, com as mãos ainda conectadas. Depois que os pais de Ruth sacudiram seu corpo, Ruth abriu os olhos.

No entanto, Ruth, que abriu os olhos naquele dia, não era mais a criança que não sabia de nada.

"Ah? ...Huh, o que é isso!? O que aconteceu comigo??"

Ele ainda tinha uma voz aguda e infantil, mas a maneira como ele falava era completamente diferente da Ruth de antes. A maneira como ele se movia quando se sentava não era a de uma criança que acabou de desmaiar. De alguma forma, ele se sentou tão rápido quanto um adulto de verdade.

"E-eu, ora, eu deveria ter morrido quando aquele carro me atropelou... como..."

"Ruth? O que há de errado, Ruth?

Ao lado dele, Celine, sua mãe, chamou-o perplexa. No entanto, Ruth instantaneamente deu um tapa na mão que tocou no ombro dele.

"Quem é Você!? ...Não, isso está errado, mãe? Isso não está certo. Eu sou... quem sou eu?

"... Ruth não está agindo de forma estranha?"

"...O que ele está dizendo? Isso é algum tipo de jogo?"

Em pouco tempo, a conversa sobre o comportamento estranho de Ruth chegou aos aldeões. Mesmo que ele estivesse falando como uma criança normal de 5 anos apenas alguns minutos atrás, vê-lo de repente falar como um adulto era sinistro o suficiente para fazer os aldeões pensarem que ele estava amaldiçoado. Os pais ao seu redor seguravam as mãos dos filhos para distanciá-los de Ruth.

"Eu... meu nome não é xxx? Ruth? Ruth? Eu sou um menino chamado Ruth neste corpo?"

"Ruth, acalme-se. Vamos para casa descansar um pouco."

"Casa... você quer dizer a casa dos meus pais? Aquele lugar já deveria ter sido demolido para novas estradas... não, isso está errado, foi o que aconteceu 'no passado'."

Naquele momento, Ruth estava em pânico. Memórias da vida anterior de Ruth surgiram como ondas, misturando-se com suas memórias atuais, ele não sabia mais quais memórias eram de sua vida passada ou sua vida atual.

No entanto, houve um clamor dos aldeões ao redor deles que não sabiam enquanto se distanciavam de Ruth. É instinto humano se afastar e se proteger de alguém que parecia instável e de repente começou a dizer palavras tão temerosas que ninguém mais conseguia entender. Ninguém pode culpá-los.

"... Estou meio enojado com Ruth."

"Ele não está apenas dizendo coisas estranhas para chamar a atenção? ... Vamos, vamos."

Um por um, os aldeões ao redor deles ficaram com o rosto rígido quando deixaram a vizinhança. Os únicos restantes eram a mãe de Ruth à beira das lágrimas, seu pai confuso, seu irmão mais velho entristecido e um Alec atordoado que ainda segurava a mão de Ruth.

Ruth levantou a cabeça depois de notar Alec de joelhos ao lado dele.

"V-você é? Você é... ah, A... hein?"

Mesmo reconhecendo Alec como seu querido amigo, Ruth, que não conseguia nem chamar seu nome, tinha lágrimas nos olhos. Seu corpo tremia de medo de ter perdido a cabeça ou não. Ele só não sabia o que diabos aconteceu com ele.

No entanto, ao ver as lágrimas de Ruth, o perplexo Alec mudou de expressão.

"Eu sou... Alec, Ruth."

Imaginando se Ruth estava assustada com essa transformação repentina - o jovem Alec mudou de sua aparência anterior não confiável - e com uma expressão determinada, abraçou o corpo de Ruth.

"Vai ficar tudo bem, Ruth. Não estou com medo. Então, não chore."

Os pais de Ruth e o irmão mais velho ficaram surpresos com a voz de Alec.

"Isso mesmo, Ruth. Mamãe também está aqui para você. Você não precisa ter medo."

"Ruth, vai ficar tudo bem, eu estou aqui também."

"Ruth, é seu irmão mais velho."

Sua família também correu para apoiar Ruth e todos foram para casa juntos. Com seu toque e conforto, o tremor de Ruth gradualmente parou.

Naquela noite, Alec segurou a mão de Ruth a noite toda e antes que ele percebesse, eles adormeceram um ao lado do outro. Foi uma lembrança um pouco triste, mas calorosa.


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N/T: Pobre Ruth... Imagina só um monte de informações chegando ao mesmo tempo, enquanto você está cercado de pessoas. E depois ainda tem que agir de uma forma um pouco mais condizente com a idade do novo corpo

The Traveling Hero Won't Let the Innkeeper's Son Escape [PT/BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora