9. Adiando

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[N/A: QUANTO TEMPO MEU DEUS! Confesso que minha agenda de postagem fica toda atrapalhada em época de BBB, não por mim, mas porque nos horários que eu gosto de postar normalmente estava passando, e o engajamento acaba caindo! Então achei melhor esperar terminar. Enfim, aqui estamos! Espero que gostem - as mudanças vão começar a ter efeito agora! Amo vocês e obrigada pelo carinho de sempre!]


Beverly Hills, 28 de outubro de 2017

Natasha cruzou as pernas sobre o grande sofá da área externa. Era um dia surpreendentemente quente para outubro e a piscina azul fazia um contraste com a grama bem aparada em volta. Lexie batia os pezinhos dentro da boia, se deslocando rapidamente pelo comprimento turquesa.

Sharon estava sentada à esquerda dela, Carol à direita, Yelena estendida numa espreguiçadeira mais à frente, torrando no sol, a cabeça virada para a direção da filha na piscina.

Mais para o lado direito, do outro lado, Steve, Sam, Bucky e Ethan conversavam animadamente sobre o que quer que fosse. O rosto do marido se virou para ela num determinado momento e os dois trocaram olhares por debaixo dos óculos escuros. Suspirando, ela voltou a beber o coquetel.

Oito meses tinham se passado desde a fatídica conversa numa segunda-feira à noite. Em meio a muito choro, ela tentou expor para Bucky como se sentia - as razões pelas quais não queria ter filhos naquele momento, como achava que eles não tinham mais nada em comum e como parecia que a estabilidade do relacionamento estava completamente apoiada em sexo. Barnes protestou muito. Pediu, implorou que ela enxergasse por outra perspectiva, que se lembrasse do por quê tinham se apaixonado e se casado.

A verdade é que ela se lembrava muito bem. Se aproximaram porque no meio da amizade, o desejo surgiu. Junto com ele, a cumplicidade que acompanha duas pessoas que foram amigas a vida toda. Na época, isso parecia ser o suficiente para segurar um casamento, quer dizer... A casa bonita, a boa companhia, o sexo espetacular. O que mais ela poderia querer? Não havia maneira de Natasha ter previsto o vazio que a assombraria uma vez que ela percebesse que só o amor e as conquistas não poderiam segurá-los juntos para sempre. Faltava a chama - a cola que os seguraria juntos, que voltaria a acender a vontade de seguirem juntos. Bucky achava que isso viria na forma de um filho, ela tinha certeza que não.

Natasha queria mais da vida - queria algo que fizesse o coração dela acelerar. Talvez nem especificamente um amor, mas precisava de um plano diferente para a vida.

Em consideração ao marido, fez terapia de casal, mas teve o efeito contrário daquele desejado por Bucky; só fez Natasha se entender melhor e descobrir que não progrediria dentro daquele relacionamento.

Então, tinham tomado a decisão de se separarem no dia vinte de outubro, apenas oito dias antes. Agora se iniciava a outra parte. Não se tratava apenas de burocracia - advogados, divisão de bens, imóveis novos... Isso tudo era o de menos.

Se tratava de olhar para as paredes da casa e lembrar de outros tempos - mais tranquilos, mais empolgantes. Se tratava de empacotar e dividir os álbuns de fotos, as lembranças de viagens. Tratava-se de descobrir que aquelas manias outrora irritantes faziam parte de uma pessoa que faria uma falta tremenda na vida do outro.

Para qualquer um que pudesse ver de fora, talvez achasse que o sentimentalismo que acompanha uma separação amigável é o suficiente para fazer um casal mudar de ideia, mas não era. Ao contrário, era a confirmação de que aquele era o momento certo.

Ainda não viviam uma vida de solteiros, longe disso. Aliás, não tinham contado para absolutamente ninguém que estavam para se divorciar, nem mesmo os amigos. Bucky disse a Nat que queria fazer a festinha de aniversário de Lexie na casa deles e passar as festas de fim de ano juntos, como maneira de encerrar o ciclo. Também não queria passar o Natal sem ela - disse que seria triste. Romanoff topou.

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