23. Nothing changes on New Year's Day

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[N/A: Feliz Ano Novo! Como sempre, amo demais escrever pra essa história e espero que gostem!]

Steve franziu as sobrancelhas. Não conseguiu sequer ser simpático.

"Oi." Não entendia o sorriso de Peggy. O divórcio deles tinha sido um verdadeiro inferno. Se tinha uma coisa que não esperava da ex era simpatia.

"O que está fazendo em Londres? Achei que jamais voltaria para cá."

O tom de provocação na voz dela era óbvio, mas Steve definitivamente não ia morder a isca.

"Estou trabalhando. Não consegui voltar para a California a tempo."

Ela se sentou no banco ao lado dele sem pedir licença. Vestia um cachecol vermelho e calças jeans - o visual mais casual do que ele jamais a tinha visto usar. Steve voltou a atenção para a própria bebida, tentando ignorá-la.

"Continua trabalhando na Stark?"

"Aham." Steve respondeu.

Pela linguagem corporal dela, notou que havia interesse. Peggy estava a fim de um remember, mas aquela era a última coisa na mente dele. Se sentindo subitamente muito cansado, sinalizou para o bartender que queria pagar a conta.

"Já vai?" Ela perguntou, desapontada.

"Sim."

"Não são nem onze da noite. Estou com amigos, você poderia-"

"Margaret." Ele a cortou. "Por favor, não insulte minha inteligência. Não somos amigos, eu e você. Nunca fomos. Feliz Ano Novo."

Deu uma nota para o barman e não esperou troco. Levantou-se e viu que havia um tom de rosa tingindo o rosto da ex, que estava muito sem graça. Saiu do bar e foi em direção ao próprio apartamento a pé. Era um bom pedaço, mas não se importava.

Será que era muito difícil Natasha ter agido com Bucky como ele tinha agido com Peggy? Tudo bem, havia outro histórico - ao contrário dele e da ex, Nat e Bucky realmente tinham sido amigos por boa parte da vida deles.

Ainda assim, algo o incomodava. O fantasma, a possibilidade, ainda que remota de um retorno. Talvez Nat estivesse arrependida? Talvez ainda gostasse do ex-marido? Talvez Steve fosse uma distração o tempo todo?

Porque era óbvio que Bucky ainda tinha sentimentos por Natasha, e Steve não podia culpá-lo; mas ela era difícil de ler. E talvez Rogers tivesse percebido um pouco tarde demais, mas não se tratava apenas de uma distração ou uma relação de amigos com benefícios. Tudo tinha mudado aos olhos dele - a mesma garota da escola quase vinte anos antes era a mulher por quem estava apaixonado.

Por vezes se perguntava desde quando aquele sentimento estava ali, apenas esperando para ser descoberto. Será que sempre a tinha enxergado com outros olhos, mas só se permitido agir sobre estes sentimentos quando se acharam os dois oportunamente solteiros e desinibidos numa festa qualquer?

O Steve adolescente o condenaria eternamente por sequer imaginar um mundo onde fosse apaixonado por Natasha. Não, em 2005 ela não era essa garota. Era a menina que andava com ele para cima e para baixo, mas só isso.

O Steve adolescente não sabia de porra nenhuma.

Passou a virada de ano enfiado no estúdio do apartamento, criando aleatoriamente melodias que poderia usar em outro momento. Todas elas tinham um tom melancólico. Aquela era definitivamente uma das piores viradas de ano da vida dele. Não só por Natasha, mas por estar longe da mãe e do irmão. Se estava sendo bem honesto, queria conversar com Tony e sair da divisão da Stark Europe para voltar aos Estados Unidos e trabalhar lá. Havia gente tão qualificada quanto ele para estar em Londres fazendo aquele trabalho.

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