Eu não consegui dormir. Quando amanheceu, eu dei comida como eu sempre dava para Fergus, e fui me arrumar para aula. Eu sairia mais cedo, e falaria com o mesmo.
Caminhei até Mattheo jogado na minha cama, e o sacudi.
— Olha a hora da aula.
— Eu não vou. — Ele se virou de costas com dificuldade. — Estou doente.
— Você nunca falta aula. — Eu subi nas suas costas e voltei a sacudi-lo. — Vai logo.
— É sério, Freya. Eu não vou hoje. — Ele respondeu.
— Na hora do almoço eu venho aqui. — Eu peguei meus livros e saí.
Fui direto na enfermaria para tomar o resto da poção. Fred estava encostado na porta.
— Aconteceu alguma coisa? Por que está aqui? — Eu cheguei mais perto dele.
— Por mais que eu queira esses filhos, mesmo sabendo se são ou não meus, eu quero te dar apoio na sua decisão. — Ele me olhou. — Se você quer tirar, vamos tirar.
Eu concordei com a cabeça e entrei na enfermaria. A madame Pomfrey arrumava uma das macas.
— Bom dia, querida. — Ela me olhou. — Veio para o exame da sua perna? Creio que já esteja boa.
— Vim para continuar a tomar a poção do aborto espontâneo. — Minhas palavras a fizeram se assustar. — Eu sei sobre sua conversa com o meu pai.
— Querida, eu-
— Tudo bem, Madame Pomfrey. — Eu respirei fundo. — Eu quero isso.
— Está ciente de que se tomar, eles já não vão mais existir não é? — Madame Pomfrey me entregou um frasco.
— Sim, eu- — Eu prendi o fôlego quando senti a mão de Fred sobre a minha. — Me diga, madame Pomfrey. Por que eu sangrei naquele dia?
— Você estava fraca. Acredito que hoje não mais, mas antes estava muito fraca. Estava triste também e muito angustiada. — Ela me olhou. — Você precisava ser forte para aguentar não só um, mas dois bebês. Se você está triste, eles também ficam. Se machucam entre si. Foi isso que causou o sangramento, e também por causa da dose da poção.
— Então eles estavam sentindo dor, madame? — Fred perguntou.
— Eles apenas eram pequenas células, mas agora já são fetos. Como você está no 1 mês, sugiro que tome logo a poção. Quanto mais demorar, mais vai doer a sensação.
Eu respirei fundo, e encarei a poção. Ela iria me dar a liberdade de não ter mais duas coisas dentro de mim. Não iria mais sentir dores, enjôos, cólicas, contrações... Mas por que eu estava me sentindo tão mal?
Olhei para Fred e ele olhava para a janela, enquanto apertava minha mão. Não sei se me achava um mostro ou realmente me apoiava em minha decisão. Sua expressão era dolorosa até para mim.
— Pode me dar mais um tempo? — Eu entreguei a poção de volta a madame Pomfrey. — Só mais- um tempo.
— Tudo bem, querida. — Ela olhou para Fred e foi para a sala dela.
Eu respirei fundo pensando no que fazer. Isso estava se tornando tão difícil para mim. Era tão difícil. Fred se colocou na minha frente, e me abraçou.
— Não importa o quanto eu chore, o quanto eu implore... Você tem que fazer o que você quer fazer. — Ele me apertou mais.
— Eu sei, mas- eu já não sei mais. Isso é uma escolha difícil. — Eu segurei o seu uniforme. — Eu preciso de um tempo.
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Com amor, Freya - Harry Potter
FanficEssa história se passa na minha DR, onde eu fui Freya Edwards Snape. (contém conteúdo sexual, extremamente pesado, e pode dar gatilhos em algumas pessoas.)