Ana entregou um pen drive para Lena, respirando fundo antes de falar.
— Pois bem, aqui está todo o relatório que fiz sobre sua pesquisa. Confesso que fiquei receosa de te entregar, porque esse projeto tem um potencial enorme. Mas, se cair nas mãos erradas, pode ser muito perigoso. Ouvi rumores de que seu irmão, Lex, pretendia usá-lo contra a Supergirl e outros alienígenas — percebi que isso a magoou, mas continuei —. Mas eu sei que você não quer isso. Quero garantir que você entende o risco.
— Pode ter certeza que eu sei dos riscos — Lena respondeu, séria.
— Então tá, vamos lá. O principal erro foi na fonte de energia. Quando usamos um composto de minério alienígena, precisamos lembrar que ele pode ter utilidades inversas, porque nosso planeta é jovem em comparação com outros. Um minério kriptoniano, por exemplo, não era radioativo em Krypton, mas aqui, por conta da radiação terrestre, é extremamente perigoso para eles.
Lena me ouviu atentamente, seus olhos mostrando que estava acompanhando meu raciocínio.
— Então o que você sugere? — ela cruzou os braços, apoiando-os na mesa.
— Precisamos de produtos que tenham efeitos ativos contrários. Algo que, ao entrar em contato com a atmosfera terrestre, faça o que queremos, ou um condutor terrestre.
— E onde encontraríamos esse "condutor"? — perguntou, a curiosidade brilhando em seus olhos.
— Se meu emprego ainda for meu, acho que podemos descobrir juntas! — sorri de forma maliciosa.
— Acho que temos um trato... parceira! — Lena riu, e eu a acompanhei.
— Exatamente... parceira! Ah, quase me esqueci. Eu acho que os homens que explodiram o laboratório estavam procurando alguém! Mas, como eu estava em um estado meio complicado, não consegui entender quem era.
— Como assim? — Lena ergueu uma sobrancelha.
— Depois do segundo estrondo, ouvi um deles dizendo "encontrem ela". Não disseram quem era, e por pouco não me encontraram escondida.
— Você tem certeza? — Ela franziu o cenho. Assenti com a cabeça.
— O que será que Lex está planejando?
— Espera... está me dizendo que o Lex, meu irmão, está por trás disso? — Lena pergunta, surpresa.
— Sim — respondi, com uma expressão séria.
— Então isso é realmente grave. Será que ele estava atrás de você? — Me levanto, mas Lena se levantou também, me seguindo até a pia enquanto eu colocava as xícaras sujas.
— Não sei. Mas o que quer que seja, ele não conseguiu. — respondo.
Liguei a torneira, ainda me apoiando nas muletas, e comecei a lavar as xícaras. Lena insistiu em ajudar, mas eu a impedi. Sabia que deveria estar descansando, mas simplesmente não conseguia ficar parada.
***
Depois de passarmos horas conversando sobre diversos assuntos, já estava ficando tarde. Lena decidiu ir embora, embora eu não quisesse que ela fosse. Sua companhia me fazia esquecer os acontecimentos perturbadores daquele dia.
— Acho melhor eu ir — disse ela, se levantando.
— Por que não fica para o jantar? Podemos pedir comida. Não que eu não saiba cozinhar, mas... — Olhei para as muletas e dei uma risadinha.
— Deixemos para outra vez. Até porque, assim que você melhorar, passaremos bastante tempo juntas! — Ela sorriu de maneira tão radiante que eu quase fiquei envergonhada por ter ficado com cara de boba.
— Então vou te dever um jantar.
— Parece que sim! — "Que sorriso lindo!", pensei, tentando não perder a compostura. — Até logo, Ana. Boa noite! — Lena pegou sua bolsa no sofá, enquanto eu, com minhas muletas, me movia devagar.
— Boa noite, senhorita Luthor.
— Pode me chamar de Lena, já que vou te chamar pelo nome — disse, parando na porta e me encarando.
— Nem pensar! Se você vai pagar meu salário, o mínimo que posso oferecer é formalidade à altura de uma Luthor — respondi, com um olhar fixo e sério. Mantive a expressão por tempo suficiente para que ela acreditasse, mas logo caí na risada. — Você tinha que ver sua cara! Boa noite, senhorita Lena Luthor.
— Ah, então é assim? — Ela balançou a cabeça, rindo. — Tudo bem, Diaz.
Lena se virou e saiu pelo corredor até o elevador. Fechei a porta e fui direto para o banheiro, onde tomei um banho e higienizei meus pontos. Depois, pedi algo para comer e me preparei para dormir. O dia tinha sido cheio, e, de alguma forma, Lena havia tornado tudo um pouco mais leve.
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"Inesperado" | Lena Luthor & S/N
FanfictionAna Diaz, 21 anos, vivia uma rotina simples e pacata até o dia em que se apaixonou por sua chefe, Lena Luthor, uma mulher poderosa e enigmática. O relacionamento, porém, a colocou diretamente na mira de um dos vilões mais temidos de National City, t...