Ana...
— Sou eu... eu sou o plano do Lex Luthor.
Todos ficaram surpresos e confusos. Foi a Supergirl quem falou primeiro:
— Senhorita Ana! Como assim você é o plano do Lex? — Levanto-me do sofá, ainda hesitante com o que vou revelar, mas não tenho muitas opções.
Encaro Lena nos olhos, temendo que ela me veja como uma abominação. Abro as mãos e concentro toda minha energia, formando uma esfera azul em minhas palmas. Todos ficaram surpresos, mas minha conexão com a magia estava falhando, e não consegui mantê-la por muito tempo.
— O que você é? — Sentinela pergunta com firmeza.
— Alguns me chamam de Alin-Ká, que significa... — Antes que eu pudesse terminar, o Caçador de Marte respondeu:
— Poder do caos!
Aceno com a cabeça, confirmando.
— Como assim, "poder do caos"? — Lena perguntou, visivelmente intrigada.
— Há uma lenda... Ela diz que, quando um coven de bruxas está prestes a ser extinto, seus membros liberam toda a sua magia para que ela encontre outro hospedeiro, garantindo que o poder não se apague por completo. É uma forma de "reencarnação".
— E a magia do caos vem porque, no momento de sua morte, o sofrimento e a raiva dessas bruxas se transformam em pura magia destrutiva — completou o Caçador de Marte.
— Então, sua família são bruxos? — Lena perguntou, com um interesse crescente.
— Não, eu sou adotada. Fui encontrada em uma rodovia no Leste do México quando tinha quase três anos.
— E seus pais sabem sobre a... magia? — Supergirl hesitou ao pronunciar a palavra.
— Sim, eles sabem. Fizeram de tudo para que eu aprendesse a controlá-la, para que eu não machucasse ninguém por acidente. Foi difícil viver com minha magia desperta, então anos atrás descobri uma mulher na Irlanda, membro de um coven, que supostamente tinha poderes semelhantes aos meus. Achei que ela poderia me ajudar a bloquear minha magia e me permitir ter uma vida normal.
— Você a encontrou? — Lena perguntou.
— Não. Parecia que ela não queria ser encontrada. Então, descobri um feitiço que drenaria meus poderes. — Levanto a manga da camisa, revelando um bracelete de ouro em formato de corda. — Esse bracelete drena minha magia, tornando-a mais fraca. Como o uso há tanto tempo, quase não sinto mais a energia.
— Como você conseguiu esse feitiço? — Lena perguntou, surpresa por si mesma por estar acreditando em mim.
— Ele veio para mim como um sussurro — respondi, ficando em silêncio por um momento, até que Sonhadora o quebrou.
— Então, o que vamos fazer? Sabe, magia, Lex e tal.
— Já lidamos com magia antes, e Lex não é novidade. Vamos dar um jeito. E você? — Supergirl se virou para mim. — Vamos precisar que recupere sua magia para impedir Lex.
— Como?
— Talvez devesse tentar encontrar aquela senhora novamente — sugeriu Sentinela.
— OK, acho que vou para a Irlanda novamente.
— E eu vou com você! — Lena se levantou e caminhou até mim. Todos a olharam surpresos. — O que foi? Posso aproveitar para conhecer o lugar onde minha mãe nasceu e descobrir mais sobre ela.
— Tem certeza, Lena? — Perguntei, segurando sua mão.
— Sim, vou com você.
— Acho que está rolando algo entre elas, hein! — sussurrou sonhadora, mas foi alto o suficiente para que Lena e eu ouvíssemos, fazendo minhas bochechas ficarem quentes de vergonha.
— Eu acho que devo voltar para casa. Preciso conversar com alguém antes — falei, olhando para o grupo.
— Ana... por que nos contou esse segredo? — Supergirl perguntou.
— Porque vou precisar da ajuda de todos vocês. Além disso, achei que era hora de minha chefe saber que tem uma bomba-relógio como funcionária... Mentir nunca é uma boa escolha, e espero que ninguém se machuque no processo.
— Vamos fazer de tudo para evitar isso — disse Lena com firmeza.
— Eu adoraria retribuir essa confiança, mas é arriscado — Supergirl parecia desapontada.
— Não se preocupe. Você não me conhece para confiar em mim, e eu entendo isso... é a sua vida. Estou bem com isso. — Respondi calmamente. — Ah, tenho que ir. Meus pais estão voltando do México hoje, e tenho que pegá-los no aeroporto. Também tenho uma consulta cedo amanhã.
— Está bem? — Lena perguntou, preocupada.
— Sim, só uma consulta de rotina — menti. — Tchau! — Saí rapidamente antes que pudessem fazer mais perguntas.
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No aeroporto...
Eu esperava ansiosa por meus pais e Alice. Desde que terminei com Davi, me afundei no trabalho para manter a mente ocupada, mas sentia falta dele. Apesar disso, estou feliz com meu trabalho na L-Corp. Nunca imaginei que seria tão bom trabalhar com uma Luthor, principalmente com a má reputação da família. Mas Lena é diferente... ela realmente se importa com as pessoas.
"Ok, eu admito, tenho uma pequena queda por minha chefe. Como não teria? Ela é linda, inteligente, educada e super meiga."
O voo estava atrasado. Deveria ter chegado às 8:15, mas já eram 9:45. Recebi uma mensagem de Lena no celular.
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Lena:
Oi, Ana. Está tudo bem?
Ana:
Oi, Senhorita Luthor. Está tudo bem, sim! Estou esperando meus pais no aeroporto. Por quê?
Lena:
Só fiquei preocupada. O dia foi meio... intenso.
Ana:
Está dizendo isso por causa do que contei?
Lena:
Claro que não!!!
Ana:
Ah, tenho algo para te dizer.
Lena:
O que?
Ana:
Meus pais querem te conhecer. Me pediram para te convidar para o jantar do meu aniversário na sexta-feira. Mas disse que você não poderia ir, por causa do trabalho.
Lena:
Por que não?
Ana:
Achei óbvio que você estaria ocupada e não gosta de estranhos.
Lena:
Eu vou... se você quiser que eu vá.
Ana:
Claro! Eu vou adorar.
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Desliguei o celular e me concentrei no painel de chegadas. Finalmente, o voo havia pousado. Quando vi minha irmã Alice, ela correu até mim e me abraçou.
— Como você está? Como foi a viagem? E a Abuela? — Disparei as perguntas sem pausa.
— Calma, Ana! Está difícil acompanhar — ela respondeu rindo. — Estou bem, a viagem foi tranquila, e a Abuela está ótima..., mas está brava com você por ter terminado com o Davi e não ter ido visitá-la! Você está ferrada quando for vê-la.
— Já imagino. Ela ainda está querendo que eu tenha um filho, né? — Perguntei, e meus pais, que se aproximavam, assentiram.
— E eu quero um neto! — minha mãe exclamou.
— Eu sei, mãe. Também quero te dar um neto, mas as coisas estão complicadas. Davi era estéril, e agora estou solteira.
— Nós entendemos, princesa — disse meu pai, me abraçando.
— Senti falta disso, pai!
— Eu também. Vamos? Deve estar exausta, e você tem uma consulta amanhã.
— Você ainda vai seguir com a fertilização? — Minha mãe perguntou.
— Sim. Só porque o Davi e eu não estamos juntos, não significa que meus planos mudaram. Vamos? — Eles assentiram e seguimos para casa juntos.
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"Inesperado" | Lena Luthor & S/N
FanfictionAna Diaz, 21 anos, vivia uma rotina simples e pacata até o dia em que se apaixonou por sua chefe, Lena Luthor, uma mulher poderosa e enigmática. O relacionamento, porém, a colocou diretamente na mira de um dos vilões mais temidos de National City, t...