Capítulo Dois

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Lena...

As coisas com Kara ainda estão insuportáveis. Não sei como consertar tudo o que fiz por causa da raiva que senti ao descobrir sua identidade como Supergirl. Trabalhar com Lex foi o maior erro da minha vida. Mesmo depois de derrotarmos aqueles alienígenas anciões, ainda temos que lidar com Lex à solta, o que, por si só, já é um problema enorme. Agora, estou no meu escritório na L-Corp, procurando pessoas qualificadas para me ajudar em um projeto que tenho certeza de que pode funcionar.

Eu sei que o Nanothery pode, sim, ser eficaz como programei. Por isso, estou buscando cientistas que possam me ajudar a identificar o problema e colocar o projeto em ação. Passei por tantos currículos, mas nada surpreendente até agora.

Por ser uma Luthor, tenho muitos contatos. Foi através deles que soube de uma jovem cientista que está se destacando na área de biotecnologia e nanotecnologia. Um antigo professor meu do MIT falou sobre ela e me enviou suas qualificações. Parecia bom demais para ser verdade. Fiz mais algumas pesquisas, pois da última vez que confiei cegamente em alguém, quase perdi a vida. Melhor prevenir do que remediar. Peguei seu arquivo, e não encontrei nada suspeito: nenhuma multa de trânsito, nada. Ela parece imaculada.

Pedi para Jess conseguir o contato de Ana Diaz. Quanto mais cedo eu tiver ajuda, mais rápido poderei finalizar o Nanothery e mostrar aos Superamigos que não sou como meu irmão.

...

Quase não consegui dormir na noite passada. Alguma coisa está errada, mas não consigo identificar o que é, e essa sensação me impediu de descansar. Levanto da cama e vou direto ao banheiro para tomar um banho quente, lavar o cabelo e escovar os dentes. Saio do banheiro enrolada no roupão, vou até o closet e escolho uma calça social, um blazer e uma camisa vinho. Me visto ali mesmo e pego um par de Louboutins pretos.

Depois de me arrumar, aplico um pouco de rímel, blush, e finalizo com meu batom vermelho de sempre. Coloco meus acessórios e vou para a cozinha preparar um café. Tenho um dia longo pela frente, com duas reuniões pela manhã e a tarefa de conhecer minha nova assistente. Preciso estar acordada. Tomo meu café, como uma torrada com geleia e desço para encontrar o motorista, que já me esperava na entrada do prédio.

Enquanto estamos a caminho da L-Corp, o carro freia bruscamente, fazendo com que eu derrube minha bolsa no chão.

Vejo o motorista colocar a cabeça para fora da janela e gritar:

— Você não está vendo que aqui é uma faixa de pedestres? Eu tenho preferência, seu mal-educado! — grita uma garota que estava vestida com roupas de exercício. A maneira como ela pronunciou "mal-educado", como se fosse o pior insulto do mundo, me fez sorrir. Como seria bom se meus problemas fossem tão simples quanto medo de magoar alguém com palavras.

— Sua louca histérica, saia da frente... — o motorista começou a responder, mas o interrompi antes que continuasse.

— Não foi nada, Arthur, deixe a moça passar. Não precisamos ser mal-educados.

Arthur fez uma careta e olhou novamente para a garota.

— Certo... Desculpe meus modos, senhorita, estou com um pouco de pressa! — disse ele, tentando soar mais cordial.

Ela atravessou a faixa, e Arthur continuou o trajeto até a L-Corp. Quando o carro passou por ela, nossos olhares se cruzaram. Ela era linda, mesmo vestida com roupas de corrida e o cabelo preso. Por que ela me parece tão familiar?

...

Chegamos à L-Corp e subi direto para minha sala. Arrumei e empilhei todos os arquivos que eu e a Srta. Diaz revisaríamos mais tarde, antes de seguir para a primeira reunião do dia.

...

A segunda reunião foi mais tranquila, mas muito mais longa do que o esperado. Quando terminou, já eram 14h34, e eu só havia tido uma pausa rápida para o almoço. Ao sair para comer, recebi uma mensagem da minha mãe, convidando-me para almoçarmos juntas. Não consegui recusar, pois, se o fizesse, ela apareceria na minha porta de qualquer forma.

— Olá, querida! Pensei que você não responderia à minha mensagem. — disse ela, com um tom sarcástico.

— Sinceramente? Estava mesmo pensando em ignorar. Meu dia não está sendo dos melhores. — Respondi, voltando para minha mesa.

— É assim que você trata sua querida mãe? — se não a conhecesse, acharia que ela estava realmente magoada.

— O que você quer, mãe? Isso não é uma visita casual para passarmos tempo juntas. — Indiquei a cadeira à minha frente para que ela se sentasse.

Antes que minha mãe pudesse responder, ouvi batidas na porta. Jess entrou após minha autorização.

— Desculpe-me, Srta. Luthor, mas sua nova assistente já chegou e está esperando há algum tempo no laboratório! — disse Jess, me surpreendendo por eu ter esquecido do encontro com Ana.

— Ah, é verdade. Já tinha me esquecido. Jess, leve esses documentos para que ela comece a adiantar, e assim que eu terminar aqui, vou ao encontro dela. — Apontei para a pilha de relatórios em minha mesa.

Jess saiu rapidamente para pegar um carrinho e retornar, levando todos os papéis para o laboratório.

— Então, você se tornou uma verdadeira Luthor, colocando jovens para trabalhar como escravas? — disse minha mãe, com um sorriso irônico, enquanto se servia de uma bebida.

— O que veio fazer aqui, mãe? — perguntei, encostando-me na cadeira.

...

...

As horas se passaram, e Lillian ainda estava no prédio. Parecia que ela queria me contar algo, mas não sabia como. Quando percebi, já estava tarde demais.

— Acho que é melhor ir embora, Lillian. Já está tarde, e eu gostaria de ir para casa descansar.

— Tudo bem. Mas acredite, minha visita é realmente só para passar um tempo com você, minha querida. — disse ela, pegando algo em sua bolsa. — Trouxe uma coisa para você. Você merece saber a verdade. — Ela abriu minha mão e colocou uma foto.

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, um barulho ensurdecedor e uma explosão nos fizeram congelar.

— O que foi isso?

"Inesperado" | Lena Luthor & S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora