Capítulo 12 - Acidente

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— Quer realmente saber garota? —pergunta me olhando com raiva

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— Quer realmente saber garota? —pergunta me olhando com raiva.

— Quero.

Eu sabia que realmente havia algo que a fizesse me odiar.

— Sente-se. —ordenou apontando para a cadeira a minha frente, apenas me sentei enquanto ela fazia o mesmo.

A senhora Alba tinha o poder te intimidar qualquer um apenas com o olhar. Mas eu não daria para trás, agora eu iria até o fim.

— Agora me diga, desde do dia que coloquei os meus pés nesse hospital a senhora nem ao menos se deu ao trabalho de fingir simpatia por mim.

Observo a mulher à minha frente que continua com a sua pose inabalável.

— Lily Hills Bozalz —diz com um pequeno sorriso. — Quando vi o seu nome entre os selecionados mal puder acreditar, por culpa do destino a minha secretária acabou se enganando e te colocando entre os selecionados para a entrevista.

— Ainda não compreendo o que fiz para despertar o seu desprezo.

Ela sorri.

— Sabe, você se parece muito com a sua mãe. —confessou me fazendo arregalar os olhos.

— Você conhece a minha mãe? —questiono ainda surpresa. — Mas como?

— Conheço. —fez uma careta. — Infelizmente conheço, Thalía Bozalz.

Pude sentir a maneira desprezível que ela mencionava o nome da minha mãe, mas como elas se conhecem?

— Como você conhece a minha mãe?

— Simples garota. —ela fica séria. — Não foi difícil reconhecer a filha da amante do meu falecido marido.

Dessa vez mal pude acreditar em meus ouvidos, eu realmente havia ouvido certo.

Amante?

— Amante? —repito incrédula.

— A sua mãe costumava ser amante do Mark, o meu falecido marido. Quando descobri contratei um detetive para investigar a sua mãe, não foi difícil descobrir que ela tinha uma filha e que o seu pai abandonou vocês quando você só tinha sete anos.

— Então você me odeia simplesmente porque sou filha da ex amante do seu falecido marido?

— Sua mãe não era só a amante dele, ela era um ser humano desprezível. —afirmou irritada. — Ela roubou uma boa quantia de dinheiro do Mark e fugiu com outro homem, quando ele descobriu acabou tento um infarto e morreu.

Naquela altura eu já estava chorando, eu jamais imaginava que a minha mãe fez uma coisa dessas, ser amante de alguém, roubar... Meu Deus!

Enxuguei as minhas lágrimas e à encarei.

— E por causa disso decidiu me odiar? —questiono incrédula. — Eu não posso pagar pelos erros dos meus pais.

— E quem me garante que você não é igual a sua mãe? —pergunta. — Afinal, não dizem por aí que os filhos são o reflexo dos pais.

— Não vou tentar te provar que eu não sou igual a minha mãe. —me levanto da cadeira e à encaro. — O tempo mostrará por si só que a senhora está muito enganada ao meu respeito.

Não esperei por mais nenhuma palavra sua, saí da sua sala com a visão embaçada pelas lágrimas.

Eu não sou igual a minha mãe, eu jamais deixaria um filho para trás apenas por ambição.

Sem perceber acabo esbarrando brutalmente em alguém.

— Lily? —ouço a voz de Conrad, me mantenho de cabeça baixa segurando as minhas lágrimas. — O quê faz aqui? Está tudo bem?

Não consegui mas me segurar, o abracei desabando em lágrimas. Eu só queria ter alguém para se preocupar comigo, alguém para me amar, alguém para compartilhar os meus momentos felizes. Eu só queria ser importante para alguém.

— Ei, tente se acalmar. —ele me aperta em seus braços, enquanto deito a minha cabeça em seu peito sentindo minhas lágrimas desceram. — Lily, você está me preocupando.

Suspiro fundo e me afasto dele enquanto tento secar as minhas lágrimas.

— Desculpa, acho que eu molhei o seu jaleco.

— Esse é o menor dos problemas. —ele segura o meu rosto me fazendo encará-lo. — Você pode me contar o que houve com você?

Olho hesitante para ele.

— Se você quiser ouvir.

— Claro que eu quero, eu me importo com você. —ele enxuga algumas das minhas lágrimas. — Aceita uma carona para casa?

— Mas eu ainda não terminei o meu trabalho.

— Amanhã você termina, vou te levar para casa no caminho você me conta o quê houve. —ele tenta sorrir para mim.

— Mas... —tento contestá-lo mas ele me interrompe.

— Não discuta com o seu chefe. —Conrad brinca. — Agora vamos.

Antes ele passa na sua sala tirando o seu jaleco e juntos seguimos até o seu carro. Assim que entramos explico o caminho da minha casa e começo a contar exatamente o que houve.

— A minha mãe não deveria ter agido dessa maneira com você! —ele parece se irritar com tudo o que eu lhe disse. — Ainda hoje terei uma conversa bem séria com ela.

— Por favor não brigue com a sua mãe por minha causa. —peço suspirando fundo. — Eu só fiquei triste porque eu não quero ser rotulada com os erros que eu não cometi, eu jamais faria nada do que a minha mãe fez.

— Eu sei que não. —Conrad para o carro em frente a minha casa e me encara. — Você é especial, Lily, tenho notado isso dia após dia e eu sei que você jamais faria algo para magoar alguém.

— Obrigada por acreditar em mim.

Ele sorri e beija a minha bochecha, sinto o meu coração bater freneticamente enquanto arregalo os meus olhos.

— Eu preciso ir. —sorrio nervosa. — Obrigada pela carona e até amanhã.

Nem consigo ouvir o que ele diz já que saio do seu carro mais rápido do que bala. Com um sorrio bobo nos lábios tomo o meu banho e vou dormir sorrindo igual uma boba.

Acho que estou apaixonada, e isso é algo preocupante.

Acordo no dia seguinte cedo e novamente desisto de correr, acho que estou ficando sedentária novamente.

Despois de tudo pronto sigo até a faculdade no ônibus já que a minha bicicleta ainda não estava pronta, graças a Deus ontem Conrad me pagou o meu salário adiantado.

Assim que chego avisto um movimento estranho, havia uma ambulância parada e várias pessoas no local. Me aproximo de uma universitária para perguntar.

— Com licença. —ela me encara. — O quê está acontecendo aqui?

— Havia um rapaz discutindo com uma garota e ela acabou saindo correndo e não viu quando uma moto vinha em sua direção.

— Nossa que triste. —confesso olhando em direção a ambulância, não consigo ver muita coisa devido a quantidade de gente. — Você conhecia  a garota?

— Acho que o nome dela é Melissa. —arregalo os meus olhos sentindo o meu coração acelerar, enquanto sinto as minhas pernas fracas. — Acho que quem estava discutindo com ela era um tal de Colin, é acho que era o Colin.

Não precisei ouvir mais nada, corri em desespero tentando passar pela multidão, o meu coração quase para quando vejo a Melissa sendo conduzida por uma maca até a ambulância.

— MELISSA! —grito indo ao seu encontro.

Aquilo não podia estar acontecendo, não podia.

Amor De Verdade [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora