Capítulo 3 - Reencontro

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Como de costumo estou novamente fazendo a minha corrida matinal, quando ouço passos atrás de mim, olho por cima do meu ombro e reviro os olhos quando percebo que se trata da última pessoa que eu gostaria de encontrar

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Como de costumo estou novamente fazendo a minha corrida matinal, quando ouço passos atrás de mim, olho por cima do meu ombro e reviro os olhos quando percebo que se trata da última pessoa que eu gostaria de encontrar.

Começo a correr mais rápido, mas como Sebastian corre a muito mais tempo que eu e tem muito mais prática ele passa por mim e para na minha frente me impedindo de continuar.

— Lily, me desculpe por ontem. —disse ele visivelmente envergonhado.

— Pelo o quê? —cruzo os braços e o olho debochada. — Por ter me deixado sozinha e sumir sem nem ao menos me dar uma explicação?

— Realmente eu sinto muito mesmo.

— Por quê você fez isso comigo? Por acaso estava me achando com cara de palhaça? —questiono, mas assim que ele abre a boca para responder eu o interrompo. — Não responda!

Ele solta uma risada.

— Olha me perdoa, a questão é que eu te chamei para sair porque eu queria fazer ciúmes naquela garçonete. —explica e passa as mãos nos cabelos, um pouco sem graça. — Ela é a minha ex namorada, terminamos há alguns dias e eu só queria fazer ciúmes nela.

Ex-namorada, ciúmes... Quantos anos ele tem? Dez?

— Deixa eu ver se eu entendi, você me achou com cara de desocupada então resolveu me usar? —olho indignada para o homem à minha frente. — Eu posso ser uma tonta, mas eu também tenho sentimentos sabia?

— Olha a minha intenção não era te deixar sozinha, mas acontece que a minha ex me contou que estava grávida e acabou que nos acertamos. —conta e sorri levemente. — Ela meio que passou mal, então tive que sair as pressas, você está chateada comigo?

Certo, muita informação de uma única vez. Mas certamente não tenho tempo e muito menos paciência para prolongar esse assunto.

— Não estou chateada. —dou de ombros e sorrio fraco para ele. — Mas você me deve duzentos dólares.

Ele sorri.

— Mais tarde te pago. —de repente ele fica sério. — Vamos nos casar.

Arregalo os meus olhos.

— A gente? —quase grito abismada.

O loiro começa a gargalhar.

— Eu e a Cassandra, a garçonete. —explica me fazendo suspirar aliviada.

Claro que eu quero me casar, mas não com o Sebastian. Ele é um homem bonito, muito bonito mas eu não o amo.

— Fico feliz por vocês, e parabéns pelo bebê.

— Obrigado, eu queria te fazer um convite. —me olha apreensivo. — Queria te convidar para ser madrinha do nosso casamento.

— Tem certeza?

— Absoluta. —ele sorri largamente. — Você pode chamar quem você quiser para ser o seu par.

— Eu não conheço ninguém. —confesso um pouco sem graça.

— Você é uma boa garota, Lily. —Sebastian sorri. — Tenho certeza que em breve irá encontrar um cara legal.

Abro a boca para dizer algo, mas ele simplesmente volta a correr me deixando parada como uma tonta. Quem ele acha que irei levar? O meu namorado imaginário?

Resolvo deixar essa situação de lado e volto para casa, depois de tomar um banho e o meu café da manhã, fico pensando se devo ou não ir para a entrevista para trabalhar no necrotério.

Agora pouco Sebastian me pagou o dinheiro do seu jantar de ontem, acho melhor investi-lo no concerto da minha bicicleta.

Enquanto estou levando a minha bicicleta para a oficina, me lembro do médico de ontem, Conrad. Acabo sorrindo.

Talvez eu devesse voltar ao hospital, ele insistiu tanto para me dar um celular novo. Decido então ir depois para entrevista de emprego, pego um ônibus até o hospital com o dinheiro que restou.

Assim que a minha entrada é liberada no hospital sigo até a mesma recepcionista simpática de ontem.

— Bom dia. —sorrio para ela, que retribui no mesmo instante. — Eu queria falar com um dos médicos, o seu nome é Conrad.

— Que sorte a sua, veja ele ali. —ela aponta para um pequeno corredor onde ele está conversando com uma mulher.

Faço uma careta quando percebo que a mulher é a senhora Alba, a mulher mal humorada. Penso em desistir de falar com o médico, quando finalmente ela vai embora.

Conrad também começa a sair, nesse momento me apresso em ir em sua direção.

— Doutor!

Ao ouvir a minha voz ele para de andar e se vira na minha direção, não demora para que ele sorria mostrando novamente as suas covinhas.

— Lily, que bom vê-la novamente. —confessa me fazendo sorrir. — Já comprei o seu celular, me siga até a minha sala.

Ele volta a andar dessa vez mais devagar ficando ao meu lado.

— A propósito eu não quero ser inconveniente, mas o que você fazia aqui ontem? —ele me encara brevemente enquanto entramos em uma sala. — Tem algum parente doente?

Conrad fecha a porta e vai até um armário em sua sala, à propósito é enorme e bem aconchegante. Há uma mesa juntamente com uma poltrona, e um sofá vermelho do outro lado da sala.

— Na verdade eu vim para uma entrevista de emprego. —respondo enquanto ele se vira novamente para mim, deixando o armário de lado, enquanto segura uma caixa de celular na mão.

— Compreendo. —Conrad caminha até mim e me entrega a caixa. — Seu novo telefone.

Não consigo evitar o tamanho da minha surpresa quando percebo que esse celular é mil vezes mais moderno que o meu.

— Você deve ter gastado uma fortuna com isso. —digo o olhando abismada. — Eu não posso aceitar algo tão caro.

Ele sorri.

— Claro que pode, é o modo de me desculpar por ter quebrado o seu outro celular. —ele sorri outra vez. — Ficarei chateado se não aceitar.

Olho para o meu telefone em seguida encaro o médico na minha frente, eu jamais conseguiria comprar algo do tipo.

— Muito obrigada. —agradeço, enquanto ele faz um gesto com as mãos como se não fosse nada.

— Aliás, sobre a entrevista você conseguiu o emprego?

Neguei com a cabeça e quase chorei ao me lembrar da minha atual situação. Desempregada.

Mas tenho certeza que conseguirei algo em breve. —afirmo, e balanço a caixa nas minhas mãos. — Novamente muito obrigada por isso.

— Não há de que.

— Até mais. —sorrio para ele e lhe dou as costas.

Rumo ao necrotério.

Quando estou prestes a colocar a minha mão na maçante para abrir a porta e ir embora ouço uma voz atrás de mim.

— Quer trabalhar comigo?

Me viro para ele tão rápido que até o próprio flash ficaria surpreso. Conrad parece apreensivo, com suas mãos nos bolsos do jaleco.

— O quê você disse? —resolvo perguntar, me certificando que ouvi corretamente.

— Perguntei se você aceita trabalhar comigo?

Naquele momento eu não sabia se sorria, ou se chorava de tanta alegria. Finalmente minha vida tomaria um rumo.

Amor De Verdade [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora