Capítulo 2

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Agora (Seis meses após Feyre Archeron quebrar a maldição de Amarantha) 

Sherazade

A escuridão é a minha única companhia, só existe eu e ela junto de um irritante gotear de alguma coisa pegajosa saindo do teto de uma cela e caindo rumo ao chão. Não sei como as coisas chegaram a isso, minha cabeça ainda lateja de dor.

Muitas memorias e informações para lidar ao mesmo tempo, não sei no que acreditar ou o que fazer.

E mesmo antes que eu conseguisse bolar um plano mesmo que minimamente útil ouvi passos vindo em minha direção.

Na minha cela de pedra não existe janelas, então nem mesmo a noção de dia e noite eu possou, podem ter se passado dias ou horas, talvez uma semana desde que acordei no chão frio e gelado, antes disso eu me via em um bosque próximo a illyria onde eu e minha mãe fomos emboscadas pelo Grão-Senhor da Corte Primaveril e seus filhos.

Minha mãe morreu naquele dia e eu também, mas de alguma forma cá estou eu de volta ao mundo dos vivos, minhas asas foram jogadas do objeto magico mais poderosos e antigo de todo o mundo pelo meu assassino.

O mesmo que agora me encara através das barras de ferro com uma expressão que parece ser de nojo e ao mesmo tempo escarnio.

— Veio se vangloriar da sua vitória? — Perguntei a ele enojada do com a sua presença, segurar minha língua perto dele seria uma façanha impossível.

— Você não mudou nada Sherazade — Disse como se isso fosse um fato de se espantar.

— Não me diga — Me forcei a levantar-me do chão para o encarar melhor — Você mudou um pouco desde última vez, está mais feio — A careta dele me fez sorrir, talvez só talvez minha experiencia de morte tivesse me tirado o medo dela.

Só que eu não mentia ao dizer que ele parecia pior doque a última vez que eu tinha me encontrado com ele, se é que posso chamar a armadilha dele e seu pai de um encontro. Agora ele parecia mais velho, perdera o brilho de vitalidade e inocência que ele tinha, o mesmo brilho que meu irmão tinha e o atraiu a Tamlin acreditando que ele era um dos poucos sem podridão no mundo, infelizmente Rhysand estava errado. A prova disso eram os ombros curvados do assassino, os olhos tão verdes e penetrantes vazios tento como companhia enormes bolsas de olheiras, como quem não dormia a semanas.

O que será que o afligia? Gostaria de saber e parabenizar o responsável por isso.

— Olhe como fala sabe que eu posso...

O cortei antes que prosseguisse com a intimidação.

— Fazer o que? Me matar? — Indaguei com sarcasmo — Não, você já fez isso e aparentemente voltou atrás na decisão.

O silencio dele soava agora como música para os meus ouvidos. Infelizmente o silencio não durou muito, não por culpa dele mas de outra pessoa que cortou-o como ar em uma rizada grave e estrondosa.

— Não sabia que ela era tão engraçada — Um macho, aparentemente grão-feérico aproximou de nós — Gostei dela.

Encarei o estranho o avaliando dos pés a cabeça, era alto, em boa forma e possua tanto olhos como cabelo pretos como as asas de um corvo. Eu me lembraria de alguém assim, sua expressão marcada e ao mesmo tempo cruel e sabia me fazia entender que seja lá quem fosse era alguém como poder, poder o suficiente para fazer o covarde da corte primaveril encolher os ombros quando se aproximou com passos leves e elegantes.

Não fiz o mesmo, e talvez isso fosse um erro, mas durante a minha vida toda me recusei a me por de joelhos a machos mesmo que fossem reis, magos ou generais de grande poder, o fato da minha atual situação não ser favorável não mudaria isso.

Corte de estrelas caídasOnde histórias criam vida. Descubra agora