Capítulo 5

243 24 4
                                    


Agora

Sherazade

O salão da cidade escavada estava lotado, tomado pelos mais nobres senhores e cortesãos da corte. O som de uma bela melodia tomava o local e em meio a tudo vários corpos resplandecentes dançavam quase que em um ritmo selvagem.

Eu me via no meio do salão encarando poucos rostos conhecidos como sempre em todas as festividades da corte eu não conhecia nem metade dos rostos, mas se ouvisse os seus nomes ou os sobrenomes talvez eu soubesse de uma longa lista de posses ou o seu grão de poder na escala social da grande aristocracia que é a corte noturna em seu amago. Embora sejamos conhecidos pela mais selvagem, poder e sagacidade é algo que a noite possui e somente um tolo seria capaz de duvidar disso.

Coloco minhas mãos nas saias do meu vestido o tecido é brilhante e leve como uma pluma é confortável e tem cheiro de casa, é o meu favorito me lembro bem do quão apaixonada fiquei por ele quando minha mãe me deu ele no meu décimo sexto aniversário. Ele tinha um tom furta-cor que se variava com a luz do ambiente e poderia ir de um violeta similar a cor dos meus olhos para um tom prateado quase azul — Caminhei assim de me afastar da multidão que parecia me ignorar, porém algo estranho aconteceu, eles não me encaravam nem um olhar se quer como se eu fosse invisível, só que eles pareciam notar a minha presença ou ao menos deviam porque a cada paço que eu dava eles abriam espaço para que eu passasse, e logo um longo corredor com corpos ao invés de paredes se formou, segui ele até o final percebendo que eu estava indo na direção do trono do Grão-Senhor.

A lembrança de ver meu pai sentado no trono era tão fresca na minha mente com minha mãe e eu ao seu lado em assentos obviamente menores e simples. Rhysand ficava ao seu lado de pé e me lembro de sempre ouvir reclamações da parte dele por isso, mas meu pai sempre o repreendia dizendo que era assim que um herdeiro deveria se portar e que quando jovem ele teve de suportar séculos de bailes em pé e seu pai fizera o mesmo, assim como seu avô e todos os grão-senhores da noite antes de assumirem seu posto. Se havia alguma explicação para essa tradição estranha eu não me lembrava, mas grande parte das coisas que éramos obrigados a fazer na corte, as normas sociais e tudo mais não tinham nenhuma logica concreta elas eram em parte apenas assim, poucas tinhas histórias de como vieram a ocorrer, muito provavelmente suas origens foram se dissipando com o tempo até não se tornarem nada.

Quando cheguei perto o suficiente para encarar o trono senti minha boca secar e meus olhos arderem, não era meu pai no trono e não havia cadeiras a esquerda para mim e minha mãe. O macho feérico que se sentava no trono tinha cabelos preto azulados e olhos tão violeta quanto os meus.

Rhysand. Meu irmão estava sentado no trono do Grão-Senhor na cidade escavada — Porque ele é o Grão-Senhor agora — Pensei, mesmo sendo um fato ainda difícil de engolir.

Ele não estava sozinho no seu colo havia uma fêmea feérica de olhos azuis frios e cabelos loiro escuros que desciam como uma cortina de ceda, ela vestia uma coisa decotada que sempre vi sendo moda das putas que hora ou outra entravam na corte acompanhadas de um nobre que padecera sob seus encantos por um breve momento. Foi então que noite a tatuagem em suas mãos era comum ver marcas na pele com acordos na nossa corte a maioria das pessoas nesse salão tinha marcas iguais ou parecidas, eu mesma possuía uma combinação similar entre meus seios sob o osso externo e estrelas nos meus ombros tão pequenos que podiam ser confundidas com sardas.

Era a noiva de Rhysand que estava no seu colo e eles estavam... Sério? As mãos do meu irmão se agarravam ferozmente na fêmea que um dia foi humana e ela por sua vez se esfregava a ele de um jeito que parecia muito próxima de um belo clímax. Eu os vi olhando bem na minha direção, esperei que meu irmão me dissesse algo para mim, ou sei lá que ele demonstrasse alguma expressão no rosto mais nada, ele alisa com suavidade o pulso de Feyre e depois sussurrou algo que não consegui ouvir em seu ouvido.

Corte de estrelas caídasOnde histórias criam vida. Descubra agora