Agora
Sherazade
— Eles roubaram a primeira parte do livro dos sopros — Tamlin bateu na mesa para dar ênfase o seu mal humor parecia extremamente mais irritante hoje.
Devo ter flagrado ele projetando suas garras uma quatro vezes.
— Tente se acalmar — Disse o rei olhando para o mapa de Prythia projetado em uma mesa que parecia ter sido feita de freixo um objeto curioso pra estar aqui, seria só preciso uma força sobre-humana para quebrar um dos pés da mesa formar uma estava e enfiar no coração de alguém daqui uma morte rápida, não muito limpa mais simples.
Não que eu tenha pensado muito nisso, mas a ideia sempre surgia ao notar uma certa cabeleira loira e um par de olhos irritantemente verdes, a vingança era como uma necessidade já nesta altura do campeonato.
— Como ter calma, eles foram para a Corte Estival. Ele a levou para lá e de alguma forma a manipulou para roubar o livro — Encarei as mãos enormes dele, cinco vezes, como uma fêmea poderia aturar isso.
Talvez no início parecesse sexy? Um fetiche selvagem mais depois de quinze vezes de um grunhido a cada sete segundos eu já jogaria pela janela.
— Eles ainda não têm a outra — Disse Lucien em um tom apaziguador — Será difícil pegar essa está com as rainhas humanas e roubar acaba sendo impossível, e mesmo que eles supostamente consigam a outra parte duvido que consigam traduzir.
Tive que me segurar para não suspirar. Dou a Amren três semanas para decorar aquele velho artefato.
— Feyre me disse que tem irmãs do outro lado da muralha o próximo passo deles não seria ir para lá? — Perguntou Ianthe se metendo na conversa como a "melhor amiga da Feyre".
Tão amiga que desembucha todas as confidencias dela sem nem perguntarem a ela.
— Ele pode controlar a mente deles assim como de Feyre — Constatou Tamlin.
— O que você acha? — Perguntou o rei de Hybern a mim.
Os olhares de todos naquela sala se voltaram a mim, como se eu tivesse me tornado um ser diferente do que eu era antes, de algo imperceptível para visível. Essa então seria a minha hora de provar alguma utilidade em toda essa alçada, eu deveria mostrar o que meus anos de criação na corte noturna ao lado do meu irmão me davam em vantagens contra ele.
— Se estão se perguntando se meu irmão é capaz de manipular uma família inteira de humanos? Bem se for isso a resposta é sim — Embora em tese eu realmente duvidasse que ele fosse fazer isso, não era do feitio do meu irmãozinho de coração mole.
— Não teríamos como remediar isso? — Perguntou Lucien a mim.
Neguei com a cabeça.
— Como não? — Indagou Tamlin a mim com um certo tom de provocação — Não te chamavam de destruidora de mentes na época da guerra, ou era só uma fama sem sentido.
Finalmente era esse o filho da puta que eu esperava, que até agora se manteve quieto demais perto de mim, como se pisasse em ovos. Ele mostrou suas garras, real e metaforicamente.
— Você não está errado eu era chamada de destruidora de mentes por causa das minhas habilidades de deamati, as mesmas que compartilho com o meu irmão, entretanto não chego aos pés dele quando o assunto é ser sutil, destruir uma mente é fácil trabalho de criança, mas derrubar os seus escudos ver o que tem de mais podre e sórdido escondido nas suas profundezas é outra coisa e manipular o seu ser para fazer o que é preciso para você é outro ponto completamente diferente — Isso era algo que eu invejava no meu irmão quando do quesito eram as habilidades magicas, embora em termos de magia eu fosse tão forte quanto ele quando o quesito eram as habilidades de controle mental minha técnica não era tão precisa, enquanto em muitas situações ele encontrava uma brecha eu me via em busca de arrombar a muralha inteira erguida sobre mim, foi assim que consegui o meu apelido "destruidora de mentes".
Sempre tive estomago para isso, enquanto meu irmão não aguentava a parte podre muitas vezes, certa vez ele me perguntou por que eu não sentia nada. Nem ao menos uma pontada de culpa. A verdade que não contei a ele naquele dia era que eu podia até me sentir mal tirando uma vida sendo ela inocente ou inimiga, mas isso não mudava o fato de que o meu trabalho precisava ser feito e eu não me importaria de torturar ou mutilar ninguém caso fosse necessário. Habilidades estranhas para uma curandeira, mas sempre fui muito mais que isso e meu irmão sabia bem deste fato.
A reunião se seguiu por mais algumas horas e ficou decidido que enviariam alguém para o lar da família humana de Feyre. Essa para mim foi a parte mais difícil e complexa de lidar até agora, quando eu deveria mostrar aos meus inimigos as minhas utilidades trair aqueles que mais amava e tinham a minha confiança.
Eu estava em um impasse onde não havia decisão certa ou errada apenas uma decisão a ser tomada que carretaria com consequências muito drásticas e próximas a mim.
Houve mais uma festividade naquele dia, mas eu não estava com a mínima vontade de participar por esse motivo me enclausurei nos meus aposentos, o silencio era o meu melhor amigo e a solidão ali presente servia tanto como uma aliada a mim quanto uma vilã pois ao mesmo tempo que me dava descanso de toda a minha atuação e falsidade ele me mostrava a quão solitária eu estava sem absolutamente ninguém para me apoiar caso meu plano falhasse.
Em meus pesadelos o pior que chega a mim não é só a falha, mas também a invisibilidade, seria morrer sem quem que eles soubessem do meu retorno e do quando eu lutei, do quanto eu luto por eles. Não posso jogar a minha segunda chance do lixo dure ela o tempo que durar nada vai ser em vão.
Pedi que me preparassem um banho quente e não demorou muito para que eu entrasse em uma banheira de um metal dourado muito similar a outro, talvez até fossem com o exagero de tudo nesse reino. Eu me deixei ser consumida pela agua quente que tornara o cômodo cheio de nuvens de vapor, a temperatura estava quente mas não o suficiente para que eu sentisse minha pele queimar, era um calor amigável que me trazia conforto e relaxamento na minha situação. Fiquei imersa ali dentro até a água esfriar, normalmente quando isso acontecia bastavam um revirar de olhos ou um movimento com as mãos e eu fazia a temperatura da água se elevar novamente.
Após o banho o deixei de me sentir mais que renovada, coloquei um roupão de seda dourado, que provinha do closet que vossa majestade o Rei Alaric de Hybern havia me disponibilizado. O meu dia em grande parte pode ter sido entediante com exceção da reunião emergencial para discutir as atividades suspeitas do meu irmão e o reaparecimento da noivinha de Tamlin, mesmo não tendo feito muita coisa durante o dia eu me sentia extremamente cansada, caminhei até a cama dossel que ficava no meio do quarto ela era colossal com uma quantidade mais que exagerada de almofadas e lençóis e por incrível que pareça isso a tornava desconfortável com o excesso de tudo nela. Passei grande parte da minha vida acostumada com a simplicidade graças a criação que minha deu a mim a ao meu irmão, como em todas as noites eu pegava um cobertor da cama incrivelmente macia e o melhor travesseiro, que ainda sim era enorme. Me deite no chão macio e felpudo graças ao tapete de pelos cuja espécie do animal eu desconhecia, mas deveria de ser enorme e de um belo tão branco como a neve, assim como macio.
E foi afundando os dedos no tapete que eu fazia de cama que tive minha epifania e descobri como solucionar um dos meus maiores problemas. Hoje mesmo eu colocaria o meu plano totalmente em prática.
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Corte de estrelas caídas
FanfictionE se Jurian não foi o único a renascer no caldeirão e se um par de asas illyrianas foi usado também? Antes de ser morta pela traição de Tamlin e da corte primaveril Sherazade irmã de Rhys, tinha sonhos, segredos e paixões. ...