Capítulo 10

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Agora

Sherazade 

O jardim do palácio era um lugar ainda inexplorado e sem nenhuma surpresa notei a mesma luxúria que existia em cada canto daquela estrutura que do lado de fora era feita em grande parte de metais brilhantes e pedra branca. O jardim era menor doque muitos que já vi, mas não havia desperdício algum do espaço dele repleto de esculturas de mármore e plantas das mais diversas cores, todas eram vivas demais similares a ilusões e existiam uma de cada estação todas no seu esplendor como se o clima em que elas vivem fosse próprio para o seu melhor estado.

Notei uma dama da noite aberta a plena luz do dia, na sacada do meu quarto de quando era criança havia uma, o cheiro era enjoativo, mas ela era dá minha vó enfeitiçada para ter uma longa vida e nunca adoecer meu pai jamais a tirou daquele quarto que antes era o quarto de leitura da antiga Grã-Senhora da noite, eu não sabia muito sobre ela além do seu precipitado fim. Decapitada pelo marido após ser pega no flagra cometendo adultério, minha família não tem ou tinha o feitio de se envolver em histórias românticas, se fossem escrever um livro sobre a longínqua dinastia dos Grão-Senhores da noite e sua família haveria muitas tragedias dignas de peças e canções tristes.

Infelizmente mesmo que os jardins do palácio possuíssem tanto demorara horas até eu encontrar o que estava a procura por mais simples que fosse ter uma certa dificuldade de encontrar uma rocha segmentar comum nestes longos planos floridos.

Mesmo depois de ter encontrado o que eu buscava optei por ficar mais um tempo naquele local, havia sim todos os protocolos que eu realizava religiosamente para não levantar nenhuma suspeita das minhas intenções. Só que com as semanas trancafiada do palácio eu havia esquecido o quão bom podia ser a sensação de ter o calor do sol beijando o seu rosto, ou o cheiro natural das flores e frutos.

Havia um conforto inexplicável nisso.

Só que a minha sensação de paz e calma logo foi substituída por um desconforto e um sentimento terrível de urgência, ouvi o som de passos, só que não eram passos comuns.

Havia uma besta por perto grande forte e que andava sobre quatro patas, eu tinha as minhas teorias sobre a identidade da besta e por esse motivo resolvi encurtar a minha visita ao jardim, porque se o desgraçado já é terrível sobre duas pernas com certeza seria uma versão tão irritante quanto se não mais ele em sua forma mais bruta, selvagem e bestial.

Colocando o fragmento de rocha na dobra da manga do meu vestido sai do jardim real sem nem pensar duas vezes, torcendo para ser mais rápida de Tamlin. Devia ter prestado mais atenção por onde andava acho que por culpa de um galho que acabei pesando com minha sandalha atrai a atenção da besta.

Foi só preciso sentir um piscar de luz para saber que a fera agora possuía uma forma um pouco mais humanoide e menos bestial. Ombros largos, tronco forte e cabelos loiros como se fossem feitos de ouro, junto daqueles olhos tão verdes quando a grama da pradaria em plena primavera ele poderia ser facilmente confundido com um príncipe dos contos de fadas, se não fosse o seu caráter de que questionar e a loucura que eu sentia crescer dentro dele.

— Dando uma volta? — Perguntou ele a mim.

Dei de ombros me certificando que a pedra embora comum e sem nenhum feitio a olhos ignorantes, ficasse escondida.

— Precisava pegar um pouco de ar fresco, o palácio as vezes pode ser...

— Sufocante — Completou ele em um tom de voz tão conveniente que se não fosse a nossa história eu poderia até achar ele simpático.

— Isso foi você quem disse.

Não culpo tanto meu irmão por confiar nele, ou a humana por entregar seu coração e se destruir e reconstruir por um amor fajuto, olhando de uma vista de fora Tamlin poderia sim se tornar um príncipe daqueles só vistos em contos infantis, talvez até o próprio acreditasse ser um herói em sua própria história, conheci muitos machos assim.

Corte de estrelas caídasOnde histórias criam vida. Descubra agora