Capítulo 11

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Agora

Sherazade

Minhas palavras saíram mais secas do que o esperado e um silencio mortal pairou após elas serem proferidas, talvez eu tivesse ido longe demais. O problema nisso era que a partir do momento em que você passa de um certo ponto não tem mais nada a perder e eu o havia ultrapassado a semanas quando armei a porra de um plano suicida.

E então me vi encarando mais uma vez grandes e familiares olhos cor de esmeralda que cintilavam quase que fluorescentes, talvez até estivessem assim caso o sol ainda não brilhasse forte no céu. Tamlin voltara a sua forma bestial com tanta facilidade que me peguei pensando se não era essa a sua verdadeira forma. Todos sabem que os Grão-Senhores ricos em magia dada não só por suas linhagens fortes construídas por séculos de líderes supostamente natos e guerreiros fortes como um poder primordial e ancestral que emanava da terra definido pelo caldeirão que criou nosso mundo, mas as bestas dentro deles eram algo mais como um animal enjaulado que necessitava ser sodomizado e que embora fosse forte a forma da razão e da consciência sobrepujava a sua forma animalesca e a selvageria.

A questão é que com Tamlin a história é completamente outra parece que sua razão se perde na selvageria animal e agora nesse momento em que com dentes e garras afiadas a amostra posso ver bem o quão pouco prevalece o seu intelecto em comparação a sua raiva e ressentimento.

Na sua visão talvez eu não seja nada mais além de uma corça indefesa, sozinha e desgarrada do meu bando e ele é um predador pronto para me caçar e fazer comigo o que bem entender, mesmo que ainda seja verão e não lhe falte comida, não animais assim caçam pelo prazer de matar a sobrevivência é algo simplório comparado a isso e jamais entra em debate.

O único problema para ele é claro é que vim bem preparada e que mesmo apostando todas as minhas cartas nesta tentativa desesperada, diferente de uma presa solitária e indefesa não haveria medo no meu olhar quando ele encarrasse profundamente e isso em parte se devia a ele também porque eu já vi a morte senti ela na pele e embora não tivesse memórias muito claras de ter visto uma luz branca ou sabe se lá o que se tem no fim, eu não temia que ele chegasse novamente e desta fez não importava se ele chegaria agora ou em cem anos, haveria paz porque eu fiz tudo o que pude e cumpri a minha missão.

O som de gritos deu início ao sinal que eu tanto aguardava — A fera se virou rapidamente e desviou o olhar de mim para entender o que estava acontecendo.

Havia uma pergunta no seu olhar quando se voltou novamente a mim.

O que você fez? — Ou pelo menos é isso que eu acho que ele queria dizer quando rosnou para mim igual a um cachorro com raiva e depois saí correndo em direção a um completo caos que se iniciava dentro do palácio.

— Enfim em paz — Sussurrei pegando a rocha ainda escondida sob a maga.

Durante minhas primeiras semanas muitos planos foram elaborados para que meus objetivos fossem atingidos e em um dado momento fui obrigada a decidir quais seriam as minhas prioridades e o que mais importava para mim agora. Eu deveria fugir destes lobos? Pedir ajuda ao meu irmão? Agir feito uma maníaca vingativa e me livrar de todos que me fizeram mal? Salva-los de um rei louco?

A última ganhou de lavada. Não importava o que acontecesse comigo eu os salvaria, matéria minha família, minha casa e o meu povo seguro. Mesmo que isso custasse a minha vida.

O primeiro plano mal durou uma semana e prefaciou conseguir manter minha farsa de princesinha das trevas era cansativo demais e não seria algo bom a longo prazo não ser a única coisa que eu fazia era observar absorver informações e então não ter nada e nem ninguém para contatar. O problema é que sem uma alternativa me vi obrigada a continuar nisso descobrindo coisas como uma marca para rastrear a magia do meu irmão, uma tentativa de resgate ou seria sequestro de Feyre e uma quase prisão que quase causou a morte do meu irmão se ele não tivesse sido magicamente salvo com uma pilha de corpos sendo deixada para trás. Mesmo sabendo de tudo isso eu me mantive calada pensando que um momento melhor surgiria, mas quando meu brilhantemente inocente irmão resolveu se aliar as rainhas humanas o que foi uma ideia ingênua r obviamente burra já que elas basicamente o traíram em um piscar de olhos, bem não tinha mais como eu remediar as coisas e tudo corria rápido demais para acompanhar no fim eu só sabia de três coisas apenas.

Corte de estrelas caídasOnde histórias criam vida. Descubra agora