Capítulo 6

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Agora

Sherazade 

Meu pulso chegava a latejava com a força que Ianthe o segurava, eu ainda estava sonolenta e um pouco grogue graças a forma abrupta em que acordei e as imagens do que eu via não saiam da minha cabeça.

Caminhávamos pelos corredores do palácio que no momento tinhas pouquíssima iluminação já que estávamos praticamente no meio da madrugada. Tentei perguntar a grã-sacerdotisa o porquê de tanta pressa e o que diabos o rei queria comigo, mas ela não me respondeu com nada a mais do que coisas vagas, por fim chegamos à ala leste do palácio que até onde eu sabia era onde se localizavam os muitos aposentos de membros da corte Hyberiana.

Por motivos óbvios nesta área havia mais guardas em vigia, logo chegamos a uma porta do que pelo menos do lado de fora parecia ser um dos aposentos mais luxuosos dentre todos e isso era apenas uma suposição minha levando em conta que aquele era o único que tinha as postas de ouro maciço.

Logo que entramos me deparei com o rei ao lado de um macho provavelmente nobre que parecia mais ser um anão de jardim do que um grão-feérico.

— Está é a aquela de quem tanto falei — Disse o rei Alaric.

Fiz uma meia reverencia aos senhores tão submissa que acho que faria minha professora de etiqueta chorar e gritas pelos corredores que um milagre ocorrera.

— Majestade e Milorde, posso saber por que me requisitou à está hora? — Perguntei tentando manter ao máximo meu tom de voz passivo e ao mesmo tempo neutro.

— Aaah claro — Falou o rei pigarreando e se aproximando de mim trazendo o lorde anão de jardim consigo — Se me permite Lady Sherazade este é o Grão-Duque de Basinger.

Assenti e disse o quanto era um prazer o conhecê-lo embora é claro fosse mentira. Basinger era uma província de Hybern a maior se não me engano, porém havia mais algo nesse local que agora eu não me recordava, mais uma vez encarei o macho que possuía o título de grão-duque, ele era de baixa estatura, mais até que um humano comum então para os padrões feéricos era uma outra coisa, seus olhos eram escuros como duas orbes e o pouco cabelo que tinha era de um marrom avermelhado. Mesmo com o rosto 'sério eu podia ver que havia uma áurea maligna nele, algo que posso contar nos dedos as pessoas que presenciei essa característica. Logo a ficha caiu e as peças se juntaram na minha cabeça, Basinger.

— Perdão senhor, mas se me permite Basinger não era território da general Amarantha — Era isso ele era primo da cria do mal.

O grão-duque assentiu.

— Sim era minha lady, mas infelizmente com sua morte recente e a de sua irmã mais nova a tantos 'séculos eu assumi as terras como herdeiro somos primos de segundo grão.

— Entendo — Menti, eu não entendia porra nenhuma porque eu estava perdendo o meu sono por isso.

Mas como se os deuses tivessem ouvido o meu questionamento um grito agonizante ressoou pelo cômodo, notei que ele vinha do que pareceu ser o quarto principal.

— Minha esposa — Disse o duque diretamente a mim — Está assim gritando escandalosamente a horas, é nosso primeiro filho e o inútil do médico que trouxeram da cidade não faz nada.

Logo entendi por que eu estava aqui.

— Eu estava dizendo ao duque — Começou o rei — Que você é uma curandeira excelente melhor na sua época e como você mesma mencionou já realizou o parto de nobres, o filho do grão senhor outonal é um exemplo Lucien — Assenti pretendo já o que eu tinha que fazer.

Corte de estrelas caídasOnde histórias criam vida. Descubra agora