That Girl. (z.m) - Completa

49. On

"O quê?!" Eu levantei-me do chão com uma expressão confusa e observei o loiro ainda com a arma apontada na sua direção.
"É. Importas-te que fume um cigarro?" Acenei negativamente com a cabeça e observei-o sentar-se no sofá, sempre seguido pela mira da minha arma. Tirou um cigarro do maço, colocou-o na boca e acendeu-o colocando os pés na mesa de centro e expelindo o fumo depois.
"Podes baixar isso linda. O teu querido namorado fez uma troca. Eu peço e sou pago meu amor. O Zayn estava tão desesperado por te encontrar que se dispôs a pagar qualquer preço. Eu disse que o que queria eras tu e ops, aqui estás tu. Agora tens que vir comigo."
Olhei para Zayn com uma expressão confusa e ele baixou os olhos.
"Que merda é esta Zayn?!" Eu perguntei ofendida sempre com a arma levantada.
Ele baixou os olhos.
"Eu ia arranjar maneira de ele não te levar. Não sabia como mas ia. Mas agora já não interessa." Depois olhou para Luke. "Podes levá-la se conseguires. Mas não vais gostar de saber quem ela é mesmo."
Luke soltou uma gargalhada.
"Como se eu já não soubesse!" Ele deu outro bafo no seu cigarro. "Joy Francesca York Sparks, filha de Frank, dono da maior rede de tráfico de armas." Depois olhou para mim. "Desde que puseste aqui os pés que soube quem eras". E riu-se novamente.
Zayn olhou para ele com raiva, e abriu a boca surpreendido.
"Tu sabias? Este tempo todo?" Ele disse, chocado. Não sabia quem era este rapaz mas não lhe ia dar o que queria. Respirei fundo, puxei o gatilho e coloquei-lhe uma bala na coxa direita. Ele gritou em dor e deixou cair o cigarro, agarrando a perna e olhando para mim, os seus olhos antes azuis estavam cinzentos e este respirava alto e rápido.
"Tu estás louca?! Sabes quem eu sou?!" Tirou o telemóvel do bolso. "Carrego num botão deste telemóvel e o teu papá vem buscar-nos em 5 minutos." Ri-me e apontei-lhe a arma à cabeça.
"Dá-me uma razão para não te matar neste momento." Eu disse e ele sorriu, olhando depois para Zayn.
"Já percebi o porquê da tua escolha Malik" voltou o seu olhar novamente para mim "ela é incrível." Revirei-lhe os olhos.
"Uma razão Hemmings." Eu disse olhando para ele com raiva. "O tempo está a contar."
Ele levantou as mãos em rendição.
"Tu precisas de mim." Ele disse muito calmamente encolhendo os ombros. Disparei contra o sofá acertando ao lado da sua cabeça. Ele saltou assustado e encolheu-se.
"Preciso o caralho." Eu disse. "Tens mais uma hipótese"
Por esta altura já o loiro tremia assustado, ainda com as mãos no ar.
"Escuta Joy" ele disse respirando fundo assustado. "Eu admito que não facilito e tudo mais, mas vocês realmente precisam de mim. Estão em desvantagem numérica, uma das grandes e eu sei mexer numa arma. Eu posso ajudar. Eu quero acabar com o negócio de Frank tanto como todos vocês. E mais, eu tenho isto" ele disse tirando um aparelho do bolso. Era pequeno, com um ecrã escuro onde se via um ponto vermelho. Ele abanou-o entre os dedos. "Isto é um localizador. Eu consigo ver todo e qualquer movimento do teu pai. Sou a única pessoa que vos pode avisar quando ele estiver próximo." Suspirei e dirigi-me a esta com a arma na minha mão. Encostei-a à cabeça do loiro e olhei-o nos olhos.
"Tu vais ajudar-nos Luke Hemmings." Eu disse séria. "E quando acabarmos vais desaparecer. Não me interessa para onde, ou como. Simplesmente vais. E se eu sonho por um segundo que me estás a trair, eu rebento-te com o cérebro" eu disse soltando a segurança da arma fazendo com que esta soltasse um som alto que se ouviu por toda a sala e o loiro encolheu-se fechando os olhos com força.
Pus a arma nas calças e todos olhavam para mim em choque. Suspirei e dirigi-me à casa de banho para tonar um banho relaxante. Nunca tinha precisado tanto.

»»»»»

Três dias se passaram no nosso pequeno abrigo com um ambiente pesado e desagradável. Harry voltara e era estranhamente o rapaz mais agradável comigo. Os planos avançavam lentamente e o meu pai ainda não tinha dado sinais de aparecer.
"Nick não sei o que raio fazer" eu disse sentando-me no sofá ao lado do meu primo que escrevinhava planos num caderno.
"Então Joy?" Ele disse sem levantar os olhos do papel.
"Toda a gente nesta casa me odeia. O meu próprio pai anda à nossa procura. Nunca estive num ambiente tão desagradável na minha vida. E eu estive internada num hospital psiquiátrico três anos." Eu disse e Nick soltou uma gargalhada tirando os olhos do papel para me observar pela primeira vez.
"Sabes porque é que eu e o Liam viemos contigo?" Ele perguntou, a sua expressão séria mas carinhosa.
"Porquê?"
"Porque confiamos em ti. Porque sabemos que tu estás a fazer o que é certo e que sabes melhor do que ninguém as escolhas que fazes e como as fazes. Nós somos a tua família Joy e queremos proteger-te e dar-te o maior apoio. E sabemos que tu vais conseguir resolver tudo e fazer a coisa certa." Ele disse abrindo depois os braços para me abraçar. Encostei a minha cabeça ao peito do meu primo e sorri, respirando fundo pela primeira vez desde a minha chegada a esta casa. Ao fim de um longo abraço levantei-me e dirigi-me ao quarto onde Harry descansava.
"Olá..." eu disse baixo, quase inaudível. O rapaz abriu imediatamente os olhos e olhou-me com atenção da sua cama, soltando um sorriso.
"Olá Francesca" fez-me sinal para me aproximar da cama dele e eu assim fiz, sentando na mesma ao seu lado. Ele agarrou na minha mão dando-lhe festas.
"Como estás?" Eu perguntei, olhando a sua barriga coberta pela tshirt.
"Estou bem, acho eu. Não dói muito. Queria estar a ajudar nos planos, mas talvez seja melhor só me levantar quando o Frank chegar" acenei-lhe com a cabeça.
"Harry, posso fazer-te uma pergunta?" Eu disse calmamente.
"Claro" ele acenou com um enorme sorriso na cara.
"Porque não me odeias depois de te ter mentido e enganado? Toda a gente nesta casa o faz." Eu disse baixinho, o peso no meu peito a puxar-me para baixo. Custava-me tanto estar sozinha aqui, e agora.
Harry soltou um sorriso carinhoso e deu uma festa na minha bochecha com as costas da sua mão esquerda.
"Amei-te a minha vida toda. Desde que era uma criança sem saber o que era amor. Amei-te quando foste embora e continuei a amar-te quando voltas-te. E sem saber que eras tu, voltei a amar-te num corpo adulto. És o amor da minha vida. E eu perdoo tudo ao amor da minha vida." Ele disse com um sorriso nos lábios. Olhei-nos nos seus olhos verdes, reparei nas suas covinhas fundas, era tão bonito. Tão vulnerável com uma ferida e apaixonado por alguém que amava outra pessoa. Olhei-o muito tempo e com muita profundidade, antes de me aproximar dele e plantar um leve mas longo beijo nos seus lábios.
"Desculpa não te amar da mesma forma" eu disse quando nos separei agarrando a sua mão e deixando uma lágrima rolar pela minha bochecha.
Ele soltou um sorriso triste e olhou-me limpando a minha lágrima.
"Não faz mal" e eu deitei-me ao seu lado, adormecendo profundamente no conforto dos seus braços.

Acordei com um grito de Luke vindo da sala. Saltei da cama juntamente com Harry e corremos rapidamente para a sala para encontrar Luke olhando para o seu telemóvel e todos os outros à sua volta.
"Olá Joy" o meu irmão disse. "Harry"
Sorri e avançamos até aos rapazes que abriram espaço no seu círculo para nós.
"Eles já descobriram onde estamos" Luke disse. "É uma questão de algumas horas até chegarem aqui."
Respirei fundo. Não tinha a certeza se estaríamos prontos.
"Quantos homens achas que são?" Niall perguntou-me, sem se dar ao trabalho de me olhar. Suspirei, o desprezo dos rapazes já não me afetava.
"Nós somos oito. Ele não gosta de arriscar portanto o mais provável é que traga três homens para cada um de nós... pelo menos vinte e cinco homens, de certeza... mas podem ser mais."
O ar adensou na sala, todos nós pensávamos como íamos derrotar tantas pessoas que vinham na nossa direção. Liam olhou para mim e para Nick, depois olhando para todos os outros e fez um ar surpreendido.
"Maninha" ele chamou-me para lhe depositar a minha atenção. Olhei-o e fiz sinal com a cabeça para falar.
"Viemos de férias para aqui a vida toda... Tu eras muito nova para perceber mas eu não." Depois fez sinal a todos "sigam-me."
Seguimo-lo até à enorme biblioteca do meu pai, ele costumava dizer-me que ler era a maior riqueza do Homem, que a mente era a sua melhor arma.
"A mente era a sua melhor arma..." eu sussurrei e Liam olhou para mim.
"Exatamente" ele disse, puxando um dos livros para fora da estante que se virou repentinamente revelando um conjunto enorme de armas de todos os tipos. Facas, pistolas, metrelhadoras... nada faltava na artilharia do meu pai. Por momentos senti-me enganada. Durante anos pensei que aquela casa era o nosso abrigo dos inimigos e do negócio do meu pai mas afinal não era disso que se tratava. Frank seria para sempre um dilema.
"Peguem na que preferirem" o meu irmão disse "mas têm que saber mexer nela." Todos escolheram armas a seu gosto, e eu mantive-me no hábito com duas pistolas normais pequenas. O meu irmão olhou-me.
"Espera um pouco" ele disse e dirigiu-se a outro compartimento secreto da biblioteca. Era uma gaveta com fundo falso, e este retirou a tampa, passando a segurar na sua mão a minha arma. A minha arma, com o meu nome escrito de lado, a que Barney me tinha oferecido. Corri para Liam e abracei-o, os meus olhos inundados. Peguei nela e tirei munições do saco da primeira estante falsa. Carreguei a arma e disparei contra um jarro que se partiu em mil pedaços com estrondo.
"Estamos prontos."
E conforme proferi estas palavras ouvimos o som de pneus no exterior.

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OLÁ EVERYONE!!!
Sei que estão chocadas com o meu regresso, mais de um ano depois, e não tenho palavras suficientes para vos pedir desculpa...
Desisti do whattpad completamente e recentemente dei por mim a pensar nesta fic e decidi vir lê-la por diversão e fiquei surpreendida porque achei que estava tão boa e ao escrevê-la eu não fazia ideia do que estava realmente a fazer. Até eu não conseguia parar de ler algo que eu própria escrevi, espero um ano depois conseguir manter a qualidade que vocês tanto gostam e quero novamente pedir desculpa e agradecer-vos imenso pela paciência, são as maiores!!!
Love you so much ❤