12. Augustus

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Nostalgia.

Sentia uma extrema Nostalgia. E isso fazia-me pensar no significado da palavra. "Nostalgia". Dizia-se que era o mesmo que saudade. Mas não é. Já percebi isso. A saudade é um sentimento de sentir falta de algo que é nosso. Algo que está lá, e que deixa de estar temporariamente. Saudades de alguém. De algo. A saudade é um sentimento fodido. Mas não de longe tão fodido como a Nostalgia. É que só a forma como a palavra soa é forte. A Nostalgia é a saudade de uma altura. De um tempo. Nostalgia é sentir falta do que nunca foi nosso. É Ausência. Saudades é o Sentimento de Ausência. Nostalgia é a Ausência.

Estou para aqui a divagar, mas isto provavelmente não vai a lado nenhum. Contudo é o que sinto. Tudo está mal. Eu vim para aqui para melhorar mas na verdade só fico pior. Custa um pouco porque a verdade é que a Nostalgia já se tinha transformado em mim. Eu não era a Joy Sparks. Era a Nostalgia. Ou uma Merda assim. 

Estava deitada em cima da miha cama, apoiada nos cotovelos com o livro aberto.

Estava a ler «A Culpa é das Estrelas» do John Green e perto do fim do livro, começava a ficar emocionada.

"Augustus Waters morreu oito dias depois do seu pré-funeral, no Memorial, na UCI, qundo o cancro que era parte dele, finalmente lhe fez parar o coração, que também era feito dele."

Quando acabei de ler esta frase desfiz-me em lágrimas. Talvez estivesse mais a chorar por mim do que pelo livro, mas a verdade é que a morte de Augustus Waters era algo muito triste. Vá lá. O homem era perfeito! Eu própria me apaixonara por ele ao ler o livro. De qualquer maneira, lembrei-me de tudo o que se tinha passado nos últimos tempos.

-Não tinha notícias da minha mãe desde que cá tinha chegado.

-O Zayn não falava comigo desde aquele dia, e honestamente ainda não tinha percebido nada disso como deve ser.

-Começava a ter recordações cada vez maiores do passado.

Com isto e a morte de Augustus Waters passei-me, óbvio. Limpei as lágrimas.

"Chorar é para os fracos" lembrei-me a mim própria. E limpei as lágrimas com a manga do casaco. Suspirei. As lágrimas insistiam em continuar a cair. Sem saber que mais fazer, virei-me para a almofada e solucei para esta de forma a não ser ouvida. 

Ele entrou no meu quarto sem qualquer som, por isso só reparei nele quando se sentou ao meu lado e me puxou para ele. Agarrou-me a cabeça e puxou-a devagar em direção ao seu peito, fazendo-me ouvir os batimentos do seu coração que me punham mais agitada. Ele deu festas no meu cabelo devagar e colou os seus lábios no alto da minha cabeça. Sussurros escapavam dos seus lábios quase de forma inaudível. «Calma, calma...». Suspirei fundo e limpei as lágrimas. 

Zayn- O que se passa?

Respirei e limpei as lágrimas com a manga do casaco repetindo novamente na minha mente "Chorar é para os fracos, Joy, não vais mesmo deixá-lo ver-te chorar pois não?" Mas as lágrimas recusavam-se a parar. Recusavam mesmo. E eu não queria chorar mas não conseguia fazer nada para o evitar. Desistindo de todas as minhas convicções suspirei novamente.

Joy- Porque a minha mãe ainda não me disse nada e tu tens-me ignorado e não monto à imenso tempo e sinto uma enorme nostalgia e está tudo mal e quero-te contar tudo mas não posso e o Augustus Waters está morto!

That Girl. (z.m) - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora